Roberto Carlos comemora 50 anos de carreira com show em BH

DO TEXTO:
Na fila que começou a se formar no Mineirinho, ainda no início da tarde deste sábado (14), difícil era saber quem era o maior fã de Roberto Carlos. Certo é que todos estavam felizes e emocionados com a oportunidade de comemorar os 50 anos de carreira de Roberto Carlos Cerca de 19 mil fãs estavam presentes no show em comemoração aos 50 anos de carreira do Rei Na fila que começou a se formar no Mineirinho, ainda no início da tarde deste sábado (14), difícil era saber quem era o maior fã de Roberto Carlos. Se a costureira que saiu de casa às 9 horas e estava aflita à espera da irmã que levaria o ingresso que esqueceu em casa. Se o marido que comprou o ingresso e guardou segredo até a hora de seguir para o ginásio para surpreender a esposa, fã do cantor. Se o casal de deficientes visuais - ela dona de casa, ele camelô - que pegou dinheiro emprestado para comprar ingresso. Se a secretária que tem um porta-retrato do ídolo ao lado da cama. Difícil dizer. Certo é que todos estavam felizes e emocionados com a oportunidade de comemorar os 50 anos de carreira de Roberto Carlos, na turnê que começou dia 19 de abril, em Cachoeiro do Itapemirim (ES), e que já foi aplaudida por 400 mil fãs. Cerca de 19 mil em Belo Horizonte – os cerca de 19 mil ingressos colocados à venda se esgotaram terça-feira (10). Marcado para 21 horas, o show começou com quase uma hora de atraso. Bom para quem teve dificuldade de chegar ao ginásio por causa do jogo no Mineirão. Inclusive, alguns cruzeirenses compareceram ao show com a camisa do time. As luzes se apagaram às 21h55. O público foi avisado que não poderia fotografar nem filmar o espetáculo, sob pena de ter a máquina confiscada. O aviso foi solenemente ignorado, como era de se esperar. Depois que algumas imagens (de todos os tempos) do Rei foram exibidas nos telões, o maestro Eduardo Lages entrou em cena para comandar um karaokê gigante, com o público cantando “Como é grande o meu amor por você” e “É preciso saber viver”, ao lado da banda formada por 27 músicos. Às 22h05 Roberto Carlos apareceu, aplaudido de pé, sob gritos histéricos e muito, muitos flashes. Antes de começar a cantar “Emoções” (Quando eu estou aqui, vivendo esse momento lindo”), suspirou fundo. Depois, agradeceu o carinho e a presença do público. “Queria dizer muitas coisas, mas acho que é melhor dizer cantando”. Deixa para emendar “Além do Horizonte”, “Amor Perfeito”, “Eu Te Amo, Te Amo, Te Amo”, “Detalhes” (ao violão), “Outra Vez”... Na fila para o setor “cadeira lateral”, o primeiro homem, depois de umas 40 mulheres, era o técnico em patologia clínica Éder Moreira Santiago, 67 anos, acompanhado da esposa Miriam Célia Moreira Reis, 59 anos. Ele conta que queria levá-la a um show do Rei desde que se casaram, há 40 anos. O mais próximo que chegaram disso foi há quase 30 anos, no Parque da Gameleira, mas desistiram porque chovia muito. Há um mês ele resolveu comprar os ingressos para o Mineirinho e guardou segredo. Sexta-feira (13), chamou Miriam para passar o fim de semana em Belo Horizonte – eles moram em Conceição do Mato Dentro. Miriam só soube da surpresa quando chegou ao Mineirinho. Eles nem se preocupavam como roteiro do show. “Só a oportunidade de ver o Roberto Carlos é o mais importante, as músicas (que não estiverem no set list) a gente escuta em casa”, avalia Éder. Outro marido que não é ciumento é o comerciante Carlos Haroldo Lenzzi, 45 anos. A esposa, a secretária Maria Cristina Gonzales Rocha, 47 anos, tem um porta-retrato com a foto de Roberto Carlos na cabeceira da cama. “Eram três”, conta, resignado. Na verdade, os dois são fãs. Brincam, por exemplo, que escreveram determinadas músicas para Roberto cantar, inspirados um no outro. “Tudo que ele fala é para a gente, todo mundo se identifica com alguma música”, diz Maria Cristina, apostando que essa turnê seria mais emocionante que as outras porque Roberto está feliz. O casal só conseguiu ingressos para arquibancada (R$ 60/cada). “Deus ajudou não ter mais para área vip, porque eu faria uma loucura”, brinca Cristina, lembrando que pelo Rei já foi para porta de hotel e já entrou em fila às 6 horas para show que aconteceria às 22 horas. Cristina conta que é fã de Roberto Carlos desde os sete anos, por influência da mãe, e que sua admiração vai além das músicas. “Tenho admiração pelo ser humano que ele é, pelo carisma, pelo que ele representa”, diz, confessando que há músicas que nem gosta tanto. Já a aposentada Ana Diniz, 58 anos, gosta de tudo e calcula ter visto pelo menos 15 shows do Rei. Para este, levou lanche, binóculo e faixa para colocar na cabeça. E chegou cedo para garantir um bom lugar na arquibancada, único setor que conseguiu. “Já teve show que vi o vinco da calça dele, de tão perto que fiquei”, conta. Para ela, o momento mais emocionante, sempre, é quando o Rei distribui as rosas brancas e vermelhas para o público. A costureira Noemi Matos Amorim, 50 anos, é candidata a bater recordes. Ela já foi a 35 shows do Roberto Carlos, em todos compra camiseta e fitinha, todas devidamente guardadas. Para este, ela saiu de casa às 9 horas e foi a primeira a chegar ao Mineirinho. Só que esqueceu o ingresso em casa e passou o dia ligando para a irmã levá-lo. Pouco antes da abertura dos portões, às 19h30, com atraso de meia-hora, aguardava aflita a chegada dela na fila. “Se ela não chegar vou comprar de cambista, mas vai ter que ser de arquibancada porque estão pedindo R$ 700 por um ingresso que custa R$ 120 (para cadeira lateral)”. Noemi conta que assistiu o primeiro show de Roberto Carlos em 1979 no Parque da Gameleira, levada pela mãe, mas por insistência da própria Noemi, então com apenas sete anos. Apesar de fã também desde criança, a balconista Vilma Lúcia Camilo de Souza, 38 anos, só conseguiu realizar o sonho de vê-lo ao vivo agora. “Há 21 anos sonhei ir a um show, economizei dinheiro, mas meu marido deixou para comprar na última hora e os ingressos esgotaram. Passei as duas horas do show sentada em frente ao Minascentro chorando”, lembra. Por falta de dinheiro, não teve outras oportunidades. Ela que ganha salário de R$ 465 por mês, desembolsou R$ 138 por um ingresso. “Espero que depois de tantos anos esperando seja maravilhoso”, disse, antes de entrar. Viviane Moreno - Repórter - Hoje em Dia /14/11/2009 23:47 ---------------------------- Carmen Augusta Colaboradora do Splish Splash
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