Bola de Cristal

DO TEXTO:
Você sabia que pelo menos um dos capítulos da biografia de Roberto Carlos poderia ter sido escrito em Sorocaba? Mais pelo inusitado do que por qualquer outro motivo impactante, a primeira passagem do “rei” pela cidade deixou marcas e foi acompanhada por Alcir Guedes, então repórter da Rádio Cacique. Roberto ainda não era tão famoso e como qualquer artista iniciante se apresentava em circos, contou José Antonio Rosa nessas reminiscências que a gente faz no final do ano, comentando inclusive a respeito dessa onda de biografias que surgiu. “Foi no do Índio Ordep (Pedro, ao contrário), portanto, que ele se apresentou no final da década de 50, começo da de 60. Atento à performance do cantor, Ordep profetizou:- Esse rapaz tem futuro. Parece que vai fazer muito sucesso! O jornalista convidou Roberto para uma entrevista nos estúdios da rádio e foi prontamente atendido. Hoje, consagrado, Roberto Carlos pouco fala com a imprensa. Não por acaso a história não autorizada de sua vida, contada em livro do jornalista Paulo César de Araújo, provocou tanta discussão.”. Já na emissora, Alcir recebeu do diretor artístico a incumbência de levar algumas garotas até o local, para que a visita do ídolo tivesse certo impacto. A idéia era contar aos ouvintes que a rádio fora como que invadida por fãs. Alcir Guedes bem que tentou, disse o Zé, mas não conseguiu encontrar ninguém por volta das 21h na Rua 7 de Setembro. Missão cabe acrescentar quase impossível, pois Sorocaba nesse tempo era muito, muito diferente!!! Lembrou, então, que na casa em frente à rádio moravam algumas moças. Bateu e foi recebido com certa desconfiança. Aquilo era hora de alguém fazer uma visita? Só uma emergência justificaria o incômodo. O repórter, então, contou às moradoras que um artista estava na rádio e as convidou para que fossem lá. Assim que souberam de quem se tratava, as garotas simplesmente fecharam a porta, sob a justificativa de que não queriam ver o “cabeludo”. Se elas tivessem bola de cristal, é bem possível que a resposta fosse outra, não acha?!? Alcir Guedes voltou constrangido para o estúdio e Roberto Carlos foi entrevistado sem muita pompa ou circunstância. Mais de 40 anos depois, as garotas que não quiseram conhecer o artista, estão entre suas maiores fãs. Nunca, ao que se sabe conseguiram chegar perto dele. Quanto a Alcir Guedes, morreu, e dá nome a um dos troféus do concurso jornalístico promovido todo ano pela prefeitura.. Já Roberto Carlos... Bem Roberto Carlos se tornou o maior ídolo da música popular brasileira de todos os tempos... Jornal Cruzeiro do Sul, Sorocaba, 05/01/2007 Angela Fiorenzo Caderno "Mais Cruzeiro".

Salomão e Roberto Carlos

No livro “O Livro de Salomão”, onde o autor José Antonio Rosa, conta passagens da vida de Salomão Pavlovisky (um precursor da comunicação em Sorocaba, e que entrevistou inúmeras personalidades, entre elas Roberto Carlos), ele termina a parte dedicada a Roberto Carlos, com o seguinte trecho que acho vocês devem gostar como eu gostei. Tudo se passou num final de um show de Roberto Carlos aqui: “Tem razão o leitor em perguntar, agora, o que isso tudo tem a ver com Alcir Guedes? Como registrou Machado de Assis, “não estejam daí a me criticar” sem antes tomar ciência do que houve. Explico. Mais de 30 anos haviam se passado, desde o encontro entre o Roberto e o jornalista, Naquele tempo, Alcir editava o jornal do clube Recreativo, um boletim que noticiava a agenda da entidade e destacava suas atrações. Era repórter desse informativo um jovem a quem conhecera anos antes, quando visitei o Diário de Sorocaba, em circunstância adversa. Disso falo em outra oportunidade. O fato é que o jornal estampava, na capa, foto de Roberto Carlos. Terminada a apresentação, correram todos para o camarim no aguardo de que Roberto atendesse à imprensa. Tempo passou até que, em meio ao tumulto e aglomeração de pessoas, a porta se abriu. No chão, um tapete azul parecia servir de trilha que levava até onde Roberto Carlos estava. Poucos metros depois, estávamos todos diante dele. Bem disposto, cumprimentou as pessoas, deixou-se fotografar, deu autógrafos. Até que o repórter se dirigiu a ele com o jornal nas mãos. À distância, acompanhava a conversa. “- Roberto, começou o rapaz, você se lembra de ter estado aqui há muitos anos e se apresentado num circo?”. Roberto Carlos sorriu antes de responder. “- Bicho, eu já cantei em tanto circo na vida, que fica difícil lembrar de algum especificamente. Se é isso que quer saber...”. “- Não, não. Na verdade, eu queria saber se você se lembra de um jornalista aqui da cidade. Alcir Guedes”. A referência ao nome parece ter acionado algum dispositivo na mente de Roberto. Sua expressão se iluminou e, para surpresa geral, sem nenhuma dificuldade, ele respondeu de pronto: “- Claro, o Alcir. Cadê ele?”. “- Ele faz esse jornal”, disse o repórter, passando o exemplar às mãos de Roberto Carlos. Ele examinou detidamente, folheou. “- Legal. Muito obrigado pelo carinho”. “- Poderia autografar para ele?”. “- Para o Alcir? Claro”. No dia seguinte, viria eu, a saber, Alcir Guedes estava em sua casa onde se reuniu com o repórter para falar sobre a próxima edição do jornal. “- Foi bom o show?”, perguntou um tanto abatido sabe-se lá por quê. “-Foi sim, respondeu-lhe o jovem”. “- Que bom”. “- Seu Alcir...” Alcir Guedes encarou o rapaz. “- Isto é para o senhor” e passou-lhe o jornal. Alcir olhou para a capa, firmou a vista. Leu uns cem números de vezes, como que não acreditando. “Ao amigo Alcir, um abraço do Roberto Carlos”. Os olhos do jornalista ficaram marejados e ele agradeceu ao gesto. Guardou o exemplar numa moldura que foi incorporada à decoração de sua casa. Alcir Guedes faleceria anos depois, deixando um legado de respeito na história do jornalismo sorocabano”. O Livro de Salomão – José Antonio Rosa

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7 Comentários

Comentários

  1. Carmem Augusta
    Nossa Carminha.... diz o Armindo na conversa com o Roberto

    Parabéns, adorei ler e saber, e pra variar, me fez chorar. Mas... não te preocupa, choro sempre, ainda mais quando o assunto é Roberto Carlos, ou melhor dizendo: quanto mais a gente conhece, mais a gente admira.

    Abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim...

    Lilian

    SANTA MARIA - RS

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  2. Caramba, digo, carago! Com repórteres assim o Splish-Splash arrisca-se a bater o recorde de visitantes. De 300 mil por dia vamos facilmente passar para os 600 mil.

    Por isso, não é de admirar que até o nosso mais que tudo, durante o último Bate-papo entre Roberto e eu, tenha falado da Carminha e da Mazezinha, perguntando quanto ganhavam no Splish-Splash, quiçá pra levantar mais alto a parada no sentido de elas rumarem para o seu site oficial.

    Queres ver que eu ainda me vou chatear com o gajo?!

    Ai, ai, ai! Ó Roberto, já me estás a lixar e eu a ver!

    Carminha, digo, Carmen (sem acento no a) os meus parabéns por este post, extensivos ao autor do livro “O livro de Salomão”.

    Abraços robertocarlisticos

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  3. Madrinhaaaaaaaa que barato!!!!
    Emocionante a vida do nosso amor não???
    São mesmo tantas emoções!!!!
    Adorei!!! Parabéns!!!
    Beijos azuisss

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  4. Só para dar mais ênfase ao que eu quero dizer, postei mais este comentário.
    BURRASSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS
    As mulheres que não quiseram ir ver o Roberto, rsrsrsrsrsrssr
    Bem feito, perderam a única oportunidade na vida de estarem sentindo a grande emoção que é abraçar RC!!!!!!!!!
    Mais uma vez te parabenizo madrinha...Lindo texto...Linda história!!!

    Beijos azuisss

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  5. Olá Lilian!

    Que bom ter você aqui conosco!

    Gostei do "nossa Carminha"...

    Obrigada!

    Realmente amiga, nosso mais que tudo é assim, quanto mais a gente conhece,mais a gente admira.
    Como ele não tem igual.
    Mas não tive intenção de te fazer chorar...

    Beijos,
    Carmen Augusta

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  6. Olá Armindo!

    Carago, digo, caramba! O patrão não está a exagerar?

    Pode ficar sossegado, não precisa se chatear com o gajo, porque não tenho intenção de sair do Splish-Splash.
    O Site Oficial é muito ruim...
    Aqui embora o salário não seja lá essas coisas, estamos no blog mais melhor de bom do mundo e arredores...

    Obrigada.

    Beijos,
    Carmen Augusta

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  7. Oi Con,afilhada do coração!

    Realmente a vida do nosso amor é emocionante,e cheia de surpresas boas, por isso o admiramos cada vez mais.

    Agora, aquelas moças foram burras mesmo.
    É que nessa época eu estava longe daqui. Porque se me chamassem iria correndo.
    Já moramos na Rua 7 de Setembro, mas em tempos recentes.

    Obrigada amiga.

    Beijos da madrinha,
    Carmen Augusta

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