Mais completo estudo sobre ação do Zika Vírus no cérebro de bebês

DO TEXTO:

Brasileiros publicam estudo mais completo até hoje sobre ação do Zika Vírus no cérebro de bebês

                                                                                                                                    
Alda Jesus
Portal Splish Splash

Um grupo de pesquisadores brasileiros composto principalmente por patologistas e liderado pela neuropatologista Dra. Leila Chimelli, publicou um dos estudos mais completos até hoje sobre as consequências da infecção por Zika Vírus no sistema nervoso de fetos. Publicada essa semana no periódico número um do mundo em Neuropatologia (Acta Neuropathologica), a pesquisa é a primeira a trazer uma descrição detalhada das lesões neuropatológicas associadas à infecção pelo vírus.

O estudo foi realizado a partir de autópsias feitas em 10 bebês dos estados da Paraíba e do Rio, que morreram imediatamente após o parto devido às profundas alterações ocasionadas pela infecção. A maioria nasceu a termo, sendo alguns prematuros. Os especialistas analisaram amostras de tecido cerebral e da medula espinhal, algo que nunca tinha sido feito com tantos casos ao mesmo tempo. Até então, a maioria dos estudos publicados relatava um ou dois casos. Como resultado, eles conseguiram definir três tipos de lesão, com diferentes manifestações de destruição e calcificação do tecido cerebral, assim como outras má formações.

Metade dos casos tinha hidrocefalia em vez de microcefalia, sinalizando que os danos do Zika Vírus no cérebro vão muito além da má formação que tomou os noticiários. A localização e a gravidade das lesões em relação com a época que a mãe teve os sintomas de Zika foram definidas; o próximo passo é identificar nos cérebros coletados, as células infectadas pelo vírus Zika, assim como o mecanismo das lesões encontradas - até hoje essa investigação só tem sido feita em estudos experimentais, não com autópsias dos bebês.

A médica Leila Chimelli, neuropatologista do Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer, professora da pós-graduação da UFRJ e membro da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP), conduziu esses testes e pode falar sobre os achados.

 Link para o estudo: https://goo.gl/Ise2Yq
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