Dermatologistas Desmistificam a Proteção Solar e Alertam Sobre o Risco UVA
Escolher o FPS correto não basta: é essencial verificar a proteção contra os raios UVA
São Paulo – dezembro 2025 - As temperaturas sobem, as mangas ficam mais curtas, e o assunto “protetor solar” volta à tona. Mas, a cada ano nas redes sociais, parece que o assunto se torna mais nebuloso, com informações desencontradas e até absurdas. No emaranhado de vídeos online, não é raro encontrar quem defenda que o protetor solar causa câncer ao invés de evitá-lo, ou ainda que o produto é tóxico e causa problemas hormonais. A Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional São Paulo (SBD-RESP)* contesta essas (des)informações e reforça que é consenso mundial que o protetor solar é uma ferramenta segura e essencial para prevenir o câncer de pele, queimaduras, outras doenças cutâneas e os efeitos gerais do envelhecimento na pele. “No entanto, originalmente, o protetor solar foi desenvolvido para proteger a pele contra a vermelhidão e queimaduras causados pelos raios UVB. E, à medida que cresce a exposição solar direta, é necessário escolher produtos que também ofereçam proteção contra os raios UVA, que são ‘silenciosos’, isto é, esse tipo de radiação causa danos profundos e cumulativos à pele, como o envelhecimento prematuro e o aumento do risco de câncer, mesmo sem queimaduras solares visíveis”, explica a dermatologista Dra. Jade Cury, presidente da (SBD-RESP).
A luz UV é dividida em UVA e UVB com base no comprimento de onda da radiação. O conceito de efeito silencioso da radiação UVA faz parte do estudo The Silent UVA , do dermatologista brasileiro Sérgio Schalka. O trabalho científico mostrou que protetores solares com baixa proteção UVA podem levar silenciosamente os usuários a uma exposição significativa a doses de UVA. “Repetidamente, esse efeito pode tornar-se relevante para desencadear o fotoenvelhecimento e o câncer de pele”, conclui o estudo. “A radiação UVA tem comprimento de onda mais longo, logo, atinge camadas mais profundas, degenerando o colágeno e fibras elásticas da derme. Ela também produz radicais livres que aumentam o risco de câncer. A radiação UVB é mais curta, atinge principalmente a epiderme e causa queimadura”, explica o dermatologista Dr. Daniel Cassiano, diretor de comunicação da SBD-RESP. “Somos silenciosamente expostos a altos níveis de UVA quando protegidos por protetores solares de baixa proteção UVA”, completa.
As fórmulas modernas de protetor solar têm suas raízes na química de meados do século XX, quando os cientistas identificaram pela primeira vez compostos específicos que podiam filtrar a radiação ultravioleta de forma confiável. “Mas é necessária uma maior conscientização na escolha de produtos que ofereçam maior proteção contra os raios UVA”, explica a dermatologista Dra. Sylvia Ypiranga, membro da diretoria da SBD-RESP. Enquanto a proteção contra os raios UVB é medida pelo FPS, a sigla PPD, ou Persistant Pigment Darkening, indica o grau de proteção contra os raios UVA. “Nos rótulos, o PPD pode aparecer como FPUVA (Fator de Proteção UVA). O PPD deve ser maior 10 e proporcional ao FPS (no mínimo, um terço do FPS)”, complementa a Dra. Sylvia.
Preocupações com os ingredientes, a eficácia e a necessidade dos protetores solares não são novas, mas ganharam força nos últimos anos. “Alguns consumidores temem que os filtros químicos possam atuar como desreguladores hormonais ou causar reações alérgicas. Outros citam a deficiência de vitamina D ou o desejo por um ‘bronzeado básico’ como motivos para abandonar completamente o protetor solar”, diz o Dr. Daniel Cassiano. “Mas nada disso tem evidência. Aliás, a ciência reforça que o uso diário do protetor solar é uma estratégia consistente para reduzir a incidência de câncer de pele, controlar doenças de pele como o melasma e retardar os sinais de envelhecimento”, comenta o dermatologista. O uso diário de protetor solar reduz a incidência de melanoma e diminui o risco de carcinoma espinocelular, podendo ainda contribuir para a prevenção de outros tipos de câncer de pele, segundo os médicos.
Além disso, não basta aplicar o protetor solar e se expor a altas doses de radiação. “As pessoas estão aderindo ao uso do produto e isso é ótimo. Mas elas estão pensando que o protetor solar dá uma autorização para passar horas em exposição direta ao sol. Em muitos casos, elas sequer reaplicam o produto”, diz o Dr. Daniel. “É muito importante usar uma camada boa e espessa de protetor solar. Se um adolescente ou adulto ativo tem um frasco de 180 ou 240 ml de protetor solar que usa durante todo o verão, não tem como estar usando o suficiente”, esclarece a Dra. Jade. “Devido à tendência das pessoas de aplicarem pouco protetor solar, as marcas começaram a lançar produtos com FPS mais alto do que o habitual. Como a quantidade recomendada de FPS é raramente respeitada, preferimos indicar um FPS maior que 50 para ser aplicado de manhã e reaplicado durante o dia”, diz o Dr. Daniel.
Para os consumidores preocupados com a desregulação hormonal ou risco de câncer advindos de algum ingrediente, nenhuma ligação definitiva foi estabelecida em humanos, segundo a Dra. Sylvia. “A preocupação decorre principalmente de estudos em animais ou em laboratório com altas concentrações que superam a quantidade utilizada na formulação dos protetores”, diz a diretora. “Embora a exposição aos raios UVB ajude o corpo a sintetizar vitamina D, em caso de deficiência, é recomendada a suplementação por via oral”, comenta o Dr. Daniel.
Qual protetor solar?
Para responder essa pergunta, os dermatologistas são enfáticos em dizer: um produto com FPS maior que 30, PPD maior que 10 e que mais se adequa ao tipo de pele. “O protetor solar é um produto seguro de ser usado. Encontrar uma textura agradável aumenta a adesão e garante a proteção contínua contra os danos solares”, finaliza a presidente da SBD-RESP.
*SOCIEDADE BRASILEIRA DE DERMATOLOGIA – REGIONAL SÃO PAULO (SBD-RESP): Fundada em 1970, a SBD-RESP é uma entidade médica criada para fomentar a pesquisa, o ensino e o aprimoramento científico da Dermatologia como especialidade médica. A SBD-RESP reúne todos os dermatologistas filiados e os serviços credenciados do Estado de São Paulo, que são constituídos por hospitais com cursos de especialização em Dermatologia (residência médica e/ou estágio) certificados pela SBD Nacional. Atualmente, a SBD-RESP reúne cerca de 4.000 associados e organiza uma série de eventos de ensino e de reciclagem. Entre eles: RESP em foco, Jornadas, COPID (Congresso Paulista de Interligas de Dermatologia), e a RADESP (Reunião Anual dos Dermatologistas do Estado de São Paulo). Instagram: @sbd_resp - Science Direct
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Uma romântica que acredita no amor eterno. Redatora do Portal Splish Splash. VER PERFIL
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