Cirurgia Robótica: Precisão e Segurança na Medicina

A cirurgia robótica revoluciona a Medicina com precisão submilimétrica, menos riscos e recuperação mais rápida para pacientes.
Cartaz sobre cirurgia robótica que destaca a precisão e segurança dos robôs na Medicina

Robôs cirúrgicos já são aliados da Medicina, tornando os procedimentos mais exatos e seguros


Robôs não substituem médicos, ampliam a precisão humana

Tema popular nos filmes, séries e livros de ficção científica, a dominação do mundo pelos robôs é improvável, mas uma coisa é fato: eles estão ajudando a Medicina. “A Cirurgia Robótica é utilizada em especialidades como Urologia, Gastrocirurgia e Ortopedia e, mais recentemente, a técnica chegou às cirurgias plásticas primeiramente utilizada em microcirurgias, reconstruções de cabeça e pescoço, reconstrução mamária e correção de diástase do abdômen. Agora, a estratégia é utilizá-las em cirurgias da face, como os liftings. O robô é usado para dar mais precisão na cirurgia. Ele magnifica a imagem, confere visualização em 3D para o cirurgião e elimina os tremores que o profissional poderia ter”, explica o cirurgião plástico Dr. Paolo Rubez*, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Mas nem de longe o médico perde autonomia: “É importante enfatizar que o nome ‘robótica’ se refere ao robô que é comandado pelo cirurgião plástico. Ou seja, ele é apenas a extensão do braço do especialista. Toda a cirurgia ainda é comandada pelo médico especialista e não por inteligência artificial”, completa o médico, que concluiu a certificação em cirurgia robótica. “Um robô cirurgião que age por conta própria ainda é ficção cientifica. Na verdade, hoje, quando falamos de cirurgia robótica nos referimos principalmente a um equipamento com um braço robótico equipado com pinças e câmeras. Esse braço é totalmente controlado pelo cirurgião. Então, o sucesso do procedimento ainda se deve totalmente à experiência e ao conhecimento do médico”, diz o ortopedista Dr. Marcos Cortelazo*, especialista em joelho e traumatologia esportiva e membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT). O ortopedista explica que a cirurgia robótica já é feita no Brasil e se destaca como um avanço importante na artroplastia de joelho por trazer diversos benefícios ao médico e paciente.

A grande vantagem do robô é a precisão. Segundo o ortopedista, na artroplastia do joelho, as partes de sustentação do peso do joelho são completamente substituídas por componentes protéticos. “O procedimento tornou-se cada vez mais comum nas últimas décadas para tratar a degeneração do joelho e aliviar a dor e a incapacidade. A maioria das artroplastias ainda são convencionais, o que significa que os cirurgiões as realizam manualmente, julgando quanto osso remover com base em seu treinamento e experiência. Um número crescente dessas cirurgias é realizado usando robôs cirúrgicos que dependem de imagens pré-operatórias ou da descoberta de marcos anatômicos durante a cirurgia para determinar onde cortar”, explica o Dr. Marcos. “O robô filtra os tremores da mão do cirurgião, eliminando-os, o que evita movimentos involuntários e, consequentemente, aumenta a assertividade e a segurança”, afirma o médico. “Essa precisão é submilimétrica, o que também garante que o procedimento seja menos invasivo. Com o auxílio do robô, as incisões são mais exatas e o trauma é menor, o que se traduz em cirurgia mais rápida, menor sangramento e tempo de internação, recuperação mais rápida, pós-operatório mais tranquilo e incisões menores” acrescenta o Dr. Marcos.

No caso das cirurgias plásticas, de acordo com o Dr. Paolo Rubez, o grande benefício para o paciente e o médico está na questão da segurança. “A ideia é que a magnificação da imagem vai permitir mais segurança na cirurgia na medida em que melhora a visualização dos nervos da face”, explica o cirurgião plástico. “Além disso, podemos ter benefícios como maior precisão e cicatrizes mais discretas”, acrescenta o Dr. Paolo Rubez. “O auxílio da tecnologia também pode permitir melhor segurança em acesso a lugares difíceis e com visualização detalhada da região operada. A robótica oferece alta precisão para o cirurgião plástico. No futuro, é possível que a tecnologia seja utilizada em muito mais técnicas de cirurgia plástica”, explica o Dr. Paolo.

Em ambas as especialidades, os procedimentos são similares: o especialista inicia a cirurgia por métodos convencionais e instala os braços do robô no campo cirúrgico. “A partir daí, o médico dirige o console para comandar todos os movimentos do robô, que não tem autonomia de movimentos ou criatividade”, explica o Dr. Paolo Rubez. O Dr. Marcos explica que as câmeras presentes no braço robótico do equipamento também geram, em tempo real, imagens de alta definição que podem ser aumentadas, assim auxiliando no posicionamento dos instrumentos cirúrgicos e na tomada de decisões pelo cirurgião. “Na ortopedia, as imagens em 3D permitem que o cirurgião planeje melhor os cortes ósseos e o posicionamento da prótese para garantir um encaixe e alinhamento mais preciso, o que tende a ser mais difícil com a técnica tradicional”, destaca o ortopedista, que afirma que esse encaixe mais preciso da prótese no osso melhora o prognóstico da cirurgia e o paciente tem menos chance de sofrer com problemas como dor, rigidez e inchaço da região após o procedimento. “Apesar de ter bons resultados, na técnica tradicional, o encaixe depende unicamente da experiência do cirurgião, o que, em alguns casos, pode resultar em um posicionamento não tão exato, causando alterações no alinhamento da articulação que fazem diferença a longo prazo, especialmente em relação à durabilidade da prótese”, afirma o médico. “Apesar de toda a precisão, na cirurgia plástica, a habilidade, o estudo anatômico e o toque do profissional ainda serão fundamentais para o sucesso do procedimento. Continua, então, valendo a máxima de procurar um especialista experiente para realização da técnica, uma vez que sua habilidade e conhecimento estão associados a um melhor resultado”, completa o Dr. Paolo Rubez.

Os custos da cirurgia robótica tendem a ser maiores em comparação à técnica tradicional. “Mas a tendência é que se torne cada vez mais utilizada e acessível”, finaliza o Dr. Marcos Cortelazo.

*DR. PAOLO RUBEZ: Cirurgião plástico formado pela UNIFESP, é membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), da Associação Brasileira de Cirurgia Plástica (BAPS), da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS), da Sociedade Americana de Cirurgia Plástica (ASPS) e da Sociedade de Cirurgia de Enxaqueca dos EUA. Dr. Paolo Rubez é Mestre em Cirurgia Plástica pela Escola Paulista de Medicina da UNIFESP e tem certificação em Cirurgia Robótica pelo IDor. O médico tem 14 Observerships em Cirurgias Plásticas Faciais, nos EUA, sendo 8 com o Dr. Bahman Guyuron em Cleveland. É idealizador do Migraine Surgery Academy, que ensina e estimula cirurgiões plásticos de todo mundo a realizarem as cirurgias de enxaqueca a fim de beneficiar mais pacientes com o tratamento. Instagram: @drpaolorubez
*DR. MARCOS CORTELAZO: Ortopedista especialista em joelho e traumatologia esportiva. Graduado em medicina e pós-graduado em ortopedia e traumatologia pela Escola Paulista de Medicina/Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), o Dr. Marcos Cortelazo é membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), da Sociedade Latino-americana de Artroscopia, Joelho e Esporte (SLARD) e da Sociedade Internacional de Artroscopia, Cirurgia do Joelho e Medicina do Esporte (ISAKOS). Sócio efetivo da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Joelho e da Sociedade Brasileira de Artroscopia, o especialista integra o corpo clínico dos hospitais Albert Einstein, São Luiz e Oswaldo Cruz. CRM 76316 Instagram: @dr.marcos_cortelazo 
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