Capacidade de se debruçar sobre números e informações, segundo os respondentes, seria mais difícil que mexer com IA
"Não é a IA que assusta — são os números que paralisam."
Vímara Porto
Em um mundo onde os dados movem decisões, negócios e até carreiras, falta entender os próprios números. Um estudo recente realizado pela Locaweb, em parceria com a Conversion, revela que analisar dados e métricas é hoje a habilidade digital mais desafiadora para os brasileiros. Mais da metade dos entrevistados (51,2%) admite ter dificuldades quando o assunto é interpretar informações, criar relatórios ou acompanhar indicadores de desempenho online.
Essa lacuna, inclusive, já tem impacto direto na vida profissional: 5 em cada 10 brasileiros afirmam ter desistido de pelo menos uma oportunidade de trabalho por não se sentirem preparados tecnicamente para atuar no ambiente digital — seja para lidar com números, desenvolver um site, vender um produto online ou produzir conteúdo para redes sociais.
O levantamento buscou compreender como a população avalia suas próprias aptidões tecnológicas, quais são as competências que mais geram insegurança no mercado atual e como as novas tecnologias, como a inteligência artificial, estão sendo usadas para suprir essas carências.
Habilidades digitais: o que os brasileiros menos dominam em 2025?
Se, no ano passado, dados da Anatel já mostravam que apenas 29% dos brasileiros dominam práticas eletrônicas básicas (como copiar e colar um arquivo, anexar documentos a um e-mail e duplicar uma imagem), algo que o novo estudo reforça é como, em 2025, o que não faltam são dúvidas relacionadas ao ambiente digital, que persistem independentemente da região ou geração dos entrevistados.
Não por acaso, após serem indagados a respeito do que ainda não dominam digitalmente, parte dos respondentes foram enfáticos: não se sentem capazes de criar um site ou blog (44,8%), fazer uma live (44%), montar formulários (31%) ou produzir e vender infoprodutos (46,8%), seja um curso online ou e-book. Certos ouvidos também pontuaram não saber como criar um e-mail profissional próprio (26,4%), bem como integrar a própria conta a outras ferramentas (50,8%).
A mais desafiadora entre as habilidades, de toda maneira, é outra: analisar dados e métricas — que parece refletir não apenas certa falta de proximidade com o digital, mas pouco contato com o mundo dos números em um país com um dos piores desempenhos em matemática do mundo — como já havia destacado o Estudo Internacional de Tendências em Matemática e Ciências em 2024.
Menos habilidades, menos oportunidades?
Ora, mas se, aparentemente, cada passo do mercado parece acompanhar o que há de mais novo tecnologicamente, quais seriam os impactos de não se dominar uma competência digital em 2025? Ao menos na visão dos entrevistados, a resposta é simples: não se sentir apto para embarcar em novos projetos e oportunidades de emprego, realidade vivida por 50% dos ouvidos ao longo da pesquisa.
Para eles, nos próximos doze meses, se destacará profissionalmente não só quem vive atento ao que pedem as empresas, mas especialmente aqueles que já dominam a Inteligência Artificial (81%), sabem gerenciar anúncios em diferentes plataformas (57,2%) e têm uma boa relação com as métricas e dados (45%) — os diferenciais que acreditam ser os mais promissores daqui para frente.
Além dos cursos de capacitação e treinamentos, a estratégia, vale dizer, tem sido apostar em tecnologias como o ChatGPT, Meta AI e Deepseek para se aprimorar e driblar os desafios. Para se ter uma ideia, graças às recomendações, tutoriais e correções personalizadas das IA, 7 em cada 10 respondentes compartilharam: já melhoraram uma ou várias competências digitais recentemente — só mais um entre os impactos positivos da chegada da Inteligência Artificial na vida dos brasileiros.
Metodologia
Para compreender as habilidades digitais mais desafiadoras no país, nas últimas semanas, foram entrevistados 500 brasileiros adultos (maiores de 18 anos) residentes em todas as regiões e conectados à internet. O índice de confiabilidade foi de 95%, e a margem de erro foi de 3,3 pontos percentuais.
Ao todo, os respondentes tiveram acesso ao total de 5 questões, que exploraram as competências que menos dominam, seus impactos na carreira e o que têm feito para se tornarem mais habilidosos digitalmente. A organização das respostas possibilitou a criação de diferentes rankings, nos quais você confere o percentual de cada alternativa apontada pelos entrevistados.
Capacidade de se debruçar sobre números e informações, segundo os respondentes, seria mais difícil que mexer com IA
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