Brasileira integra grupo da ONU sobre clima e adaptação

Bióloga brasileira integra grupo da ONU que define indicadores de adaptação climática para a COP30; foco em Soluções Baseadas na Natureza.
Foto de perfil da bióloga brasileira Juliana Baladelli Ribeiro.

Juliana Ribeiro ajudará a definir indicadores globais para a COP30 no Brasil


A bióloga Juliana Baladelli Ribeiro, especialista em Soluções Baseadas na Natureza, participa da conferência preparatória para a COP30; o engenheiro florestal André Ferretti, que já participou de 18 COPs, também está na Conferência de Bonn, na Alemanha; ambos representam a Fundação Grupo Boticário nas discussões e reuniões técnicas

"Quando o clima esquenta, a ciência responde com ação e natureza."
Vimara Porto

A Conferência do Clima de Bonn, na Alemanha (SB62), que teve início na semana passada e segue até a próxima quinta-feira (26), reúne representantes de governos, da sociedade civil e especialistas de todo o mundo para preparar as decisões que serão levadas à COP30, que acontece em novembro, pela primeira vez no Brasil, em Belém. Um dos temas de destaque é a adaptação dos países às mudanças climáticas, com foco na definição de indicadores que permitirão acompanhar os avanços dos compromissos assumidos no Acordo de Paris.

A bióloga Juliana Baladelli Ribeiro (foto), gerente de projetos da Fundação Grupo Boticário, é uma das 78 especialistas globais escolhidas pela ONU para construir esses indicadores. Ela participou, na semana passada, de um workshop técnico em que foram apresentados 490 indicadores de adaptação – entre mais de 9 mil analisados –, com o objetivo de aprovar uma lista de até 100 até a COP30. Os indicadores aprovados passarão a ser reportados periodicamente pelos países para demonstrar como suas estratégias de adaptação estão avançando, como ocorre atualmente com o inventário de emissões de cada nação.

Ou seja, “é uma medida que nos mostra o quanto estamos ficando mais preparados para o novo cenário que se estabelece em um mundo mais quente”, diz Juliana. Os especialistas estão divididos em grupos temáticos, como Água, Saúde, Ecossistemas, Infraestrutura e Habitação, e alguns exemplos de indicadores recomendados são: “número de países com políticas para minimizar os impactos negativos e promover os positivos da ação climática e da acidificação do oceano sobre a biodiversidade” e “número de países com políticas e Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) que integram Soluções Baseadas na Natureza (SBN) para adaptação, categorizados por fase de implementação e seus principais resultados em capacidade adaptativa, resiliência e redução da vulnerabilidade”, temas que demonstram o quanto a natureza pode ser uma aliada à adaptação aos impactos da mudança do clima.

Juliana também será palestrante em um evento técnico sobre Soluções Baseadas na Natureza (SBN) nesta terça-feira, 24, no qual serão trazidas experiências bem-sucedidas no mundo que podem inspirar políticas públicas e estratégias de adaptação, discutindo também a importância da relação entre clima e natureza.

A atuação da Fundação Grupo Boticário na conferência também inclui a defesa da ampliação do uso de SBN nas políticas públicas brasileiras. A organização foi uma das incentivadoras da inclusão desse conceito no Plano Clima, nos planos setoriais e na Lei Federal nº 14.904/2024, que estabelece diretrizes para os planos de adaptação no país. 

Sobre a Fundação Grupo Boticário
Com 35 anos de história, a Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza é uma das principais fundações empresariais do Brasil que atuam para conservar o patrimônio natural brasileiro. Com foco na adaptação da sociedade às mudanças climáticas, especialmente em relação à segurança hídrica e à proteção costeira, a instituição atua para que a conservação da biodiversidade seja priorizada em todos os setores. Alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, considera que a natureza é a base para o desenvolvimento social e econômico do país. Sem fins lucrativos e mantida pelo Grupo Boticário, a Fundação Grupo Boticário contribui para que diferentes atores estejam mobilizados em busca de soluções para os principais desafios ambientais, sociais e econômicos. Já apoiou mais de 1.800 iniciativas em todos os biomas no país. Protege duas reservas naturais de Mata Atlântica e Cerrado – os biomas mais ameaçados do Brasil pelo desmatamento –, somando 11 mil hectares, o equivalente a 70 Parques do Ibirapuera. Com 1,4 milhão de seguidores nas redes sociais, busca também aproximar a natureza do cotidiano das pessoas. A instituição é fruto da inspiração de Miguel Krigsner, fundador e presidente do Conselho do Grupo Boticário, criada em 1990, dois anos antes da Rio-92 ou Cúpula da Terra, evento que foi um marco para a conservação ambiental mundial. Website - @fundacaogrupoboticario 


Enviar um comentário

Comentários