Compra de Natal atrasou? Advogada explica se é possível pedir danos morais

Imagina você compra um produto para dar de presente de Natal para uma criança, mas a encomenda não chega no prazo estipulado pela loja online. Essa si
Criação IA editada com Pai Natal oferecendo com atraso uma balança à estátua da Justiça e na parede o dia 26/12.

Garantir seus direitos e evitar transtornos


Suéllen Paulino fala sobre os direitos do consumidor que ficou sem a encomenda de fim de ano


Imagina você compra um produto para dar de presente de Natal para uma criança, mas a encomenda não chega no prazo estipulado pela loja online. Essa situação é mais comum do que você imagina. A advogada Suéllen Paulino diz que é preciso ficar atento e buscar seus direitos em caso de descumprimento do que foi estipulado.

"Quando falamos de compras online, principalmente em períodos como o Natal, é fundamental que o consumidor esteja atento a todas as etapas do processo de compra".

Suéllen Paulino detalhou os pontos principais para garantir seus direitos e evitar transtornos:

1. Direito à devolução do dinheiro em compras atrasadas

Se o fornecedor não cumpre o prazo, o consumidor pode:

  • Optar pela devolução integral do valor pago: Isso inclui o preço do produto e possíveis custos adicionais, como o frete.
  • Exigir o cumprimento da entrega: Pode ser uma solução viável se ainda houver tempo para receber o produto, mas isso depende do interesse do consumidor.
  • Trocar por outro produto equivalente: Em alguns casos, o fornecedor pode oferecer alternativas. Se o consumidor aceitar, deve exigir que seja algo equivalente em valor e qualidade.

Esses direitos estão garantidos no artigo 35 do CDC, e a decisão de qual medida tomar é sempre do consumidor.

2. Danos morais em compras atrasadas

Danos morais são analisados caso a caso. A simples entrega atrasada, muitas vezes, gera apenas danos materiais (como o valor do frete perdido ou do produto não entregue). Contudo, quando há situações que extrapolam o “mero aborrecimento”, como o impacto emocional em datas importantes, é possível buscar indenização por danos morais.

Exemplo:
  • O atraso comprometeu o Natal de uma criança, causando frustração emocional ao presente não chegar a tempo.
  • A empresa foi omissa ou negligente, não respondendo às tentativas do consumidor de resolver o problema.
  • Houve impacto significativo, como gastos adicionais para substituir o produto de última hora ou constrangimentos em situações familiares ou sociais.
Nestes casos, muitos tribunais têm considerado o impacto emocional e concedido indenizações.

3. Como agir se não receber o produto antes do Natal?

A atitude do consumidor deve ser rápida e proativa:

Primeiro passo: Reclamar diretamente com o fornecedor
  • Use todos os canais de atendimento da loja para relatar o atraso. Faça isso de forma documentada, seja por e-mail, mensagens ou protocolo de atendimento
  • Solicite uma solução imediata: entrega emergencial, troca por outro produto, ou cancelamento da compra com devolução integral do valor.
Segundo passo: Registrar queixa no Procon
Se o fornecedor não resolver ou se recusar a cumprir o combinado, registre uma reclamação no Procon. Esse órgão é especializado em mediar conflitos e pode dar orientações adicionais.

Terceiro passo: Ação judicial
Caso os prejuízos sejam graves, é possível ingressar com uma ação para exigir:
  • Restituição do dinheiro;
  • Reparação por danos materiais, como custos adicionais com novos presentes ou substituição do produto;
  • Indenização por danos morais, se cabível.
Dica extra: Acesse o site Consumidor.gov.br, que permite interagir com empresas para resolver problemas antes de ir à Justiça. Muitas vezes, as respostas são rápidas, especialmente em datas de grande apelo comercial como Natal.

4. Cuidados para evitar problemas em compras online

Antes da compra:
    1.   Pesquise a reputação da loja
  • Consulte o site Reclame Aqui para verificar se há queixas frequentes sobre atrasos ou fraudes.
  • Priorize empresas consolidadas no mercado e com boas avaliações de consumidores.
    2.   Confirme as informações do fornecedor
  • Veja se o site apresenta CNPJ, endereço físico e telefone. Empresas que escondem esses dados podem ser pouco confiáveis.
    3.   Fique atento aos prazos de entrega
  • Antes de finalizar a compra, veja a estimativa de entrega. Em datas especiais, opte por prazos mais seguros, evitando entregas em cima do Natal.
  • Salve todas as informações sobre o prazo prometido.
    4.   Desconfie de promoções exageradas
  •  Produtos com preços absurdamente baixos podem ser um indício de golpe ou fraude.
Durante a compra:
    1.   Escolha meios de pagamento seguros
  • Prefira pagar com cartão de crédito ou via plataformas reconhecidas (PayPal, Mercado Pago). Essas opções facilitam o reembolso em caso de problemas.
  • Evite depósitos ou transferências para contas pessoais.
    2.   Leia as políticas de troca e devolução
  • Em compras online, o consumidor tem direito ao arrependimento em até 7 dias úteis após o recebimento do produto (art. 49 do CDC). Garanta que a loja respeite esse direito.
Depois da compra:
    1.   Acompanhe o pedido
  • Use os códigos de rastreamento fornecidos para verificar o status da entrega.
  • Se notar atrasos, entre em contato com a loja imediatamente.
    2.   Guarde os registros da compra
  • Salve e-mails de confirmação, recibos, prints do site e mensagens trocadas com o fornecedor. Esses documentos serão fundamentais caso você precise reclamar.
A advogada frisa que fazer compras online de forma segura exige atenção e planejamento, principalmente em datas importantes como o Natal. "É importante que o consumidor conheça seus direitos e esteja preparado para exigir uma solução rápida e eficiente caso algo dê errado. Como advogada, recomendo agir preventivamente, mas também ser firme na defesa dos seus direitos se houver problemas", conclui. 
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