Facekini: com calor extremo na China, biquíni facial torna-se uma estratégia útil de proteção da pele

Trata-se de um biquíni facial já usado em outras épocas por chineses para proteger a pele do rosto. O acessório deixa apenas olho, boca e nariz de for
Mulheres numa praia chinesa com facekini na cara.



Chineses viralizaram ao usar máscara no rosto que deixa apenas olho, boca e nariz de fora como forma de proteção contra os raios solares


Dermatologista explica que o biquíni facial é uma estratégia útil desde que o material confira proteção ultravioleta


  • Destaques:
  • Onda de calor extremo trouxe, na China, a moda com os Facekinis, biquínis faciais para proteção da pele.
  • Estratégia é bem vinda para potencializar a proteção do filtro solar e evitar danos ao DNA das células.
  • Exposição solar sem a devida proteção pode causar manchas e envelhecimento precoce, além de aumentar o risco de câncer de pele.


Os termômetros em Pequim marcaram 35ºC na última semana e o calor extremo levou à praia não só pessoas como uma nova moda: o facekini. Trata-se de um biquíni facial já usado em outras épocas por chineses para proteger a pele do rosto. O acessório deixa apenas olho, boca e nariz de fora. “Essa é uma forma de proteção contra os raios solares na medida em que as temperaturas mundiais sobem e percebemos o calor extremo. O uso de roupas e acessórios com proteção UV potencializa a ação do filtro solar, ajudando a evitar danos ao DNA das células da pele. Se esses danos ocorrem, temos um maior risco de desenvolver câncer de pele, manchas e envelhecimento precoce”, enfatiza a dermatologista Dra. Paola Pomerantzeff*, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. “A cultura oriental é muito atenta e cuidadosa com a pele, principalmente com relação aos danos da radiação ultravioleta”, acrescenta a médica. Mas será que essa moda pega por aqui? “Dificilmente, pois aqui no Brasil ainda há muitas pessoas que relutam em usar o filtro solar diariamente e esse é o cuidado mais básico que devemos ter com a pele”.

 A médica explica que o sol, apesar de essencial à vida, pode causar diversos danos à pele. Esses danos são causados pelos dois tipos de radiação ultravioleta do sol: a ultravioleta A (UVA) e ultravioleta B (UVB). “A radiação UVA é responsável por degradar as fibras elásticas da pele, o que leva ao envelhecimento precoce e, a longo prazo, pode causar alguns tipos de cânceres de pele e melanoma. A radiação UVB estimula a melanina da pele, fazendo o bronzeamento da pele aparecer de 24 a 48h após à exposição solar. É responsável pelas queimaduras solares e, a longo prazo, alguns tipos de cânceres de pele”, diz a médica.

Nem sempre o dano é visível. “Na verdade, o primeiro estágio é a mutação das células, o que nem sempre conseguimos ver a olho nu. Um estudo recente descobriu que mesmo a pele com poucas sardas ou manchas visíveis ainda pode carregar mutações de DNA danificadas pelo sol que podem desencadear o câncer. Por isso, a proteção é o cuidado mais básico e ao mesmo tempo mais efetivo que devemos ter com a nossa pele”, sentencia a Dra. Paola.

Por isso, é fundamental aplicar o protetor solar na face, pescoço e todo corpo antes de sair de casa para se expor ao sol. O protetor solar deve ter FPS de, no mínimo, 30 e deve ser aplicado sempre antes de se vestir. “O ideal é aplicar o produto antes de colocar a roupa, assim não há riscos de ficar com marcas indesejadas”, diz a médica, que indica também acessórios como óculos, chapéu e roupas com proteção UV. Os produtos também podem conter antioxidantes como a Vitamina C e E ou ainda é possível usar cremes com esses ativos antes de aplicar o protetor. “Eles potencializam a fotoproteção e ajudam a promover efeito antioxidante, para combater os radicais livres formados a partir da exposição ao sol”, diz a médica. “Além disso, o ideal é evitar a exposição solar após às 9h e antes das 16h”, finaliza a Dra. Paola.

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*DRA. PAOLA POMERANTZEFF: Dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD), tem mais de 10 anos de atuação em Dermatologia Clínica. Graduada em Medicina pela Faculdade de Medicina Santo Amaro, a médica é especialista em Dermatologia pela Associação Médica Brasileira e pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, e participa periodicamente de Congressos, Jornadas e Simpósios nacionais e internacionais. Instagram: @drapaoladermatologista 
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