Alguns pinguins chegam desidratados ao Centro de Pesquisa e Reabilitação da R3 Animal (CePRAM)
Os pinguins em reabilitação recebem dieta balanceada, que pode ser composta de purê de peixe e suplementação vitamínica ou peixe inteiro. Alguns detalhes são fundamentais para o sucesso, e muitas curiosidades chamam a atenção.
Uma delas é que os animais são alimentados dentro de uma caixa. Isso é feito para que eles não entendam que são os humanos a fonte de alimentação. Com isso, após a soltura, eles procuram sozinhos os alimentos, e não ficam esperando que algum humano traga os peixes.
A alimentação principal é baseada em peixes, especialmente sardinhas, que podem vir recheadas com suplementação vitamínica e medicação de acordo com cada caso. Isso sempre orientados pela equipe veterinária. Os animais são alimentados preferencialmente em grupos para estimular o convívio e a incentivar a ingestão espontânea (um animal ao ver o outro se alimentar, se estimula a fazer o mesmo).
Outra curiosidade é que em algumas épocas os pinguins comem mais. Isso normalmente acontece por volta de janeiro e fevereiro. Antes da muda de penas eles ganham peso para armazenar energia, pois na natureza, essa transição ocorre em terra e o animal não se alimenta. Esse período leva de uma a duas semanas.
Desidratação
Alguns pinguins chegam desidratados ao Centro de Pesquisa e Reabilitação da R3 Animal (CePRAM). Muitos pesam menos de 1,5 quilo. Eles ficam no centro de reabilitação até alcançarem o mínimo de 3,5 / 4,0 quilos, para então serem soltos no mar. Todos os dias, após a alimentação, os pinguins em condições saudáveis são direcionados à piscina para condicionamento físico e impermeabilização das penas.
Peixe engasgado no esôfago
Nas imagens podemos ver um “Pinguim-de-Magalhães” (Spheniscus magellanicus). A R3 Animal, que executa o Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) no trecho 03, na ilha de Santa Catarina, recebeu o acionamento sobre o animal na praia e fez o resgate. O pinguim estava na praia do Morro das Pedras, com um peixe preso no esôfago. Ele estava bastante debilitado, e tentou voltar para o mar sozinho, no entanto, se assustou com alguns cães que estavam na areia. O pinguim acabou não conseguindo passar a arrebentação e estava prestes a se afogar.
Na ocasião (dia 5 de Junho) ele estava com 2,035 quilos. Após 30 dias ganhou peso, e chegou aos 3,260 quilos. Nesse meio tempo apresentou uma discreta crepitação no pulmão direito que poderia evoluir para pneumonia, mas teve seu quadro revertido. O pinguim segue em tratamento. Tão logo esteja 100% saudável, será formado um grupo de indivíduos para soltura no mar.
Nas imagens podemos ver uma pequena parte do trabalho das tratadoras Crislei Wozniak e Vanessa da Silva Souza, da R3 Animal.
SAIBA MAIS:
- O Centro de Pesquisa, Reabilitação e Despetrolização de Animais Marinhos
(CePRAM/ R3 Animal) fica localizado no Parque Estadual do Rio Vermelho, unidade de conservação sob responsabilidade do Instituto do Meio Ambiente (IMA-SC), em parceria com a Polícia Militar Ambiental.
- O PMP-BS é uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal, conduzido pelo Ibama, das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos. O objetivo do PMP-BS é avaliar possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, através do monitoramento das praias e atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos encontrados mortos.
- O PMP-BS é realizado desde Laguna/SC até Saquarema/RJ, sendo dividido em 15 trechos. A R3 Animal executa o Trecho 3, na Ilha de Santa Catarina.
Alguns pinguins chegam desidratados ao Centro de Pesquisa e Reabilitação da R3 Animal (CePRAM)
Comentários
Enviar um comentário
🌟Copie um emoji e cole no comentário: Clique aqui para ver os emojis