Dia Mundial do Chocolate: qual a relação da iguaria com a circulação de sangue?

DO TEXTO: Chocólotras de plantão: saiba que dá para escolher um bom chocolate sem adquirir ou piorar problemas de saúde

Barra de chocolate ou bombons e doces podem ter vários componentes, como cacau, açúcar, gorduras e até oleaginosas como avelã, nozes e castanhas, que são fontes de vitaminas e mineraiso


O chocolate pode, sim, ser uma boa opção desde que você saiba consumir no tipo certo


Se você não resiste ao chocolate, saiba que dá para fazer boas escolhas: tudo vai depender da concentração de cacau. Enquanto chocolate ao leite e branco têm, respectivamente, pouco e nada de cacau (um poderoso antioxidante), chocolate amargo tem baixo teor de gorduras e melhora a circulação

São Paulo – 05/07/2022 - Chocólotras de plantão: saiba que dá para escolher um bom chocolate sem adquirir ou piorar problemas de saúde. “O chocolate pode, sim, ser uma boa opção desde que você saiba consumir no tipo certo, com a concentração ideal de cacau e na porção diária correta”, explica a angiologista Dra. Aline Lamaita*, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular.

Segundo a médica, a barra de chocolate ou bombons e doces podem ter vários componentes, como cacau, açúcar, gorduras e até oleaginosas como avelã, nozes e castanhas, que são fontes de vitaminas e minerais. “A concentração de cada um desses ingredientes é o que vai determinar o benefício ou malefício para o consumo”, afirma. A médica cita abaixo as diferenças principais entre eles:

Chocolate ao leite – sem quantidade significativa de cacau, o chocolate ao leite não traz benefícios à saúde. E os exageros são perigosos: “O açúcar está relacionado com a obesidade e com a diabetes mellitus. Estudos mais recentes vêm apontando o carboidrato, o açúcar, como grande vilão também para o aumento de colesterol. Com o diabetes, podemos desenvolver problemas arteriais, causar um espessamento e acúmulo de placas de gordura dentro da parede das artérias, o que pode causar seu entupimento. Dependendo de qual lugar do corpo isso acontece (de qual artéria foi afetada), você pode manifestar um infarto, um derrame ou com aquele problema de claudicação – que é quando você vai caminhar e tem dificuldade de andar porque falta sangue nas pernas”, afirma. A gordura também favorece o aumento do colesterol e um processo de aterosclerose. “O grande problema da lesão arterial principalmente é que às vezes é uma questão silenciosa: o colesterol aumentado pode não dar sintoma nenhum, só que aos poucos vai entupindo a sua artéria. Então às vezes a sua primeira manifestação vai ser um infarto ou um derrame, então você não tem muito o que fazer para prevenir. Eu falo que é uma doença que vem silenciosa e quando se manifesta já causa um problema sério”, alerta. Então esse tipo de chocolate deve ser consumido com parcimônia, em doses pequenas.

Amargo – o chocolate com, no mínimo, 70% de cacau tem efeitos anti-inflamatórios, propriedades antioxidantes, atividades antiplaquetárias, com melhora da função vascular e, além disso, está ligado, segundo estudos, a uma melhora na disposição, funcionamento cerebral e redução da vontade de comer doces. “Ele atua contra os danos no DNA celular, tem ação vasodilatadora e previne a formação de placa de gordura dentro das artérias”, explica a médica. “Por conta dos flavonoides presentes no cacau – e sua ação antioxidante com benefícios comprovados para a circulação, há a redução dos riscos de doenças vasculares, redução do mau colesterol (LDL) e aumento discreto do bom (HDL), além da diminuição do risco de doenças vasculares e melhora no envelhecimento da pele”, afirma. Mas atenção: a porção diária recomendada é de 30g ao dia, portanto uma barra de chocolate pode ser ingerida, em média, em uma semana para aproveitar ao máximo os benefícios.

Meio Amargo – com concentração significativa de cacau (acima de 40%), esse chocolate tem mais açúcar que a versão amarga, mas também traz benefícios antioxidantes. “É uma opção interessante e mais saborosa para quem não gosta do chocolate amargo. As versões com avelã, nozes ou castanhas fornecem vitaminas e minerais importantes, que têm ação antioxidante e melhoram a circulação sanguínea.” Também é necessário ficar de olho na porção diária, também de 30g.

Branco – produzido com manteiga de cacau, a gordura obtida das sementes durante a fabricação do chocolate, esse chocolate é mais calórico e rico em gorduras. Mas cuidado, alguns chocolates brancos sequer têm algum resquício de cacau na composição. “Esses são produzidos apenas com óleos vegetais hidrogenados, cujo consumo resulta no aumento dos níveis do mau colesterol (LDL) e na redução do bom colesterol (HDL). Por isso, mesmo se você optar por esse tipo de chocolate, vale a pena dar uma olhada no rótulo”, afirma. Como é rico em açúcar e gordura, o chocolate branco também favorece a inflamação, o que pode retardar a circulação e colaborar para o aparecimento de doenças circulatórias. É um tipo de chocolate que deve ser consumido com muita restrição.

Diet – os chocolates Diet também apresentam um risco, pois trazem maior quantidade de gordura, segundo a médica. Por isso, seu consumo deve ser indicado para quem tem diabetes e mesmo assim uma boa olhada no rótulo é essencial.

Com oleaginosas – apesar de adicionar mais calorias ao chocolate, as castanhas, nozes, avelã e o amendoim, entre outros, são ricos em ômega 3, que favorecem o sistema circulatório e melhoram a qualidade da circulação, porque esse ômega diminui o colesterol ruim e aumenta o colesterol bom. “No caso dos chocolates com esses componentes, tudo vai depender do tipo de chocolate, mas com certeza as oleaginosas podem ‘enriquecer’ o benefício nutricional do produto”, finaliza.

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*DRA. ALINE LAMAITA: Cirurgiã vascular, Dra. Aline Lamaita é membro da diretoria (comissão de marketing) da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV). Membro da Sociedade Brasileira de Laser em Medicina e Cirurgia, do American College of Phlebology, e do American College of Lifestyle Medicine, a médica é formada pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (2000) e hoje dedica a maior parte do seu tempo à Flebologia (estudo das veias). Curso de Lifestyle Medicine pela Universidade de Harvard (2018). A médica possui título de especialista em Cirurgia Vascular pela Associação Médica Brasileira / Conselho Federal de Medicina. RQE 26557. Instagram: @alinelamaita.vascular

 


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