Candice Carvalho Feio apresenta exposição sensorial do livro "Asfixia" no Rio de Janeiro

DO TEXTO: A estreia da exposição de Asfixia foi em Nova York no dia 23 de setembro ao lado de artistas cujas obras tratam de temas como, homofobia, racismo e xe
No dia 16 de outubro, a obra de Asfixia, livro de Candice Carvalho Feio vai ser apresentada em formato de uma exposição sensorial, criada pela multiartista carioca Isadora Medella, na Casa Bicho, no bairro Jardim Botânico, Rio de Janeiro.


Com concepção de Isadora Medella, reprodução de cenários retratados no livro, sons e fotografias como a do momento do fechamento de Nova York à explosão dos protestos após o assassinato de George Floyd, farão parte da exposição que acontece na Casa Bicho. O evento terá a participação das artistas convidadas, Marina S. Alves e Tetê Silva.


No dia 16 de outubro, a obra de Asfixia, livro de Candice Carvalho Feio vai ser apresentada em formato de uma exposição sensorial, criada pela multiartista carioca Isadora Medella, na Casa Bicho, no bairro Jardim Botânico, Rio de Janeiro.


A obra, um livro-manifesto em edição bilíngue (português-inglês) lançado pela Fotô Editorial, reúne fotografias e textos da jornalista sobre as duas crises que eclodiram simultaneamente na cidade de Nova York, no início de 2020: pandemia e protestos antirracistas. O prefácio é de Caetano Veloso: "livro-relato-poesia (que) nos leva para mais perto da vivência emocional que talvez nos abra os caminhos da verdadeira Abolição". 


A estreia da exposição de Asfixia foi em Nova York no dia 23 de setembro ao lado de artistas cujas obras tratam de temas como, homofobia, racismo e xenofobia. A edição do Brasil contará com a participação das artistas Tetê Silva e Marina S. Alves.


"Trazer para o Rio de Janeiro fotos de um trabalho que trata de problemas que estão sendo vividos - ao mesmo tempo - de maneira tão forte por Brasil e Estados Unidos é muito relevante. Especialmente por contar, nesta exposição, com a participação de duas artistas brasileiras, que usam a fotografia e o audiovisual como meios de fortalecer o poder de narrativas fundamentais para evolução social do Brasil.’’, explica Candice.


Marina S. Alves é educadora, fotógrafa, artista visual e diretora de fotografia dos longa-metragem Sobrenós (Dir. Naina de Paula), Sementes: mulheres pretas no poder (Dir. Ethel Oliveira e Julia Mariano) e do curta Um grito parado no ar (Dir. Leonardo Souza).


Atualmente ministra oficinas de fotografia e outros letramentos no Programa Cultura de Direitos da Prefeitura de Maricá e na Casa Amarela localizada no Morro da Providência.


"Sinto que minha relação com a fotografia se tornou inseparável da percepção de sua dimensão política e seu poder narrativo subliminar, arma da escolha, assim como disse o fotógrafo afro-americano Gordon Parks. Nesse momento, aprofundo minha experiência em processos artesanais de impressão. Esse interesse tem me levado a me reaproximar da memória das mãos, memória da luz que imprime. Das mãos, vejo parte desse corpo físico, nosso primeiro território repleto de histórias, memórias e marcas’’, diz Marina.


Tetê Silva teve interesse pela fotografia ainda quando cursava a faculdade de Psicologia. Graduou-se, mas o apelo da imagem foi mais forte. A partir de então passou a enfrentar os meandros da mente humana com a câmera na mão. É integrante do Flanares, um coletivo de fotógrafos brasileiros dedicado a fotografia de rua, e do Negras[fotos]grafias - coletivo de fotógrafas negras.


"Nasci em Salvador e cresci no Rio de Janeiro, mas sigo como uma fotógrafa em busca de sua cidade, de um espaço entre essas duas urbanidades, talvez ainda, em busca de um tempoespaço onde cabem todas as cidades por onde caminhei. Minha dedicação à fotografia de rua seria um reflexo dessa procura? Minha lente transita entre o impulso documental e a ficção, entre captar o tempo em que vivo e recriá-lo para exprimi-lo como eu o percebo. E mesmo agora, longe das ruas pela necessidade do distanciamento social, quando experimento outros caminhos, é no inusitado e no imprevisto próprio das ruas que me apoio, seja como memória, seja como um persistente sentimento comunitário’’.


A exposição acontece em um casarão de arte com ares de abandono. Isadora Medella, responsável pela concepção artística e montagem, adaptou ambientes de modo que aspectos como concreto exposto das paredes, a rachadura na piscina vazia, a tinta descascada, se integrem e se tornem elementos da história contada pela exposição: histórias de isolamento, de revolta social, de violência racial e mobilização coletiva — recortes presentes em Asfixia.


"27 anos fazendo teatro, cinema e música, o livro me instiga o desejo de materialização da obra no espaço, um exercício de tridimencionalizar a fotografia. A obra de Candice Carvalho Feio é viva, real, dramática, um confesso-documental-poético, encardido de dualidade; sombra-luz, casa-rua, asfalto-natureza, céu-chão, preto-branco, silêncio-ruído, vazio-cheio, Inglês-Portugês. O desejo é de que o espectador possa participar e entrar sensorialmente na fotografia-frame, ali… naquele exato momento, no espaço, em presença-corpo-pele, e não somente um mero admirador, inerte observador das fotografias. Está sendo um aprendizado-desafio, uma alegria e um grande prazer fazer parte desse trabalho”, conta Isadora.


Os visitantes, ao ocupar alguns espaços da Casa Bicho, irão se deparar com reproduções de cenários reais retratados no livro.  Elementos físicos, como a reprodução do gramado do parque no Brooklyn marcado com círculos de distanciamento social; e elementos sonoros, como a reprodução de sons que marcaram a cidade de Nova York durante aqueles fatídicos meses de 2020, farão parte da exposição.


As fotos escolhidas para serem expostas retratam a cronologia de alguns dos momentos mais críticos da pandemia em NY, como a do fechamento da cidade à explosão dos protestos após o assassinato de George Floyd. Entre as fotos selecionados estão a imagem do ciclista que passa em frente ao caminhão frigorífico usado como necrotério improvisado no bairro do Village, os confrontos entre manifestantes e policiais durante a onda de protestos antirracistas de 2020, um símbolo da cidade de Nova York, a Catedral de St. Patrick com a mensagem ''STAY SAFE'' projetada em luzes no edifício ao fundo da foto e estações de metrô de Manhattan vazias durante a fase de isolamento da cidade.


A produção do evento é assinada por Tais Power.


Asfixia estará à venda no local, com 100% dos direitos autorais revertidos para o projeto Mães da Favela, da CUFA (www.maesdafavela.com.br). O site do livro será lançado durante a exposição, permitindo ao público adquirir a obra ou fotos individuais.


O evento vai seguir todos os protocolos de segurança e diretrizes da Organização Mundial de Saúde (OMS) contra COVID-19. Para acesso ao local será exigido a apresentação do comprovante de vacinação contra COVID-19. O comprovante pode ser físico ou digital. O uso de máscara pelo público será obrigatório.


SERVIÇO:

EXPOSIÇÃO ASFIXIA

Data: 16 de outubro de 2021 (Sábado)

Horário: 14h às 22h

Local: Casa Bicho — Rua Caio de Melo Franco, 375, Jardim Botânico – Rio de Janeiro/RJ

Ingressos: Gratuito

Classificação: Livre


Crédito da foto: Guilherme Lopes 


POSTS RELACIONADOS:
Enviar um comentário

Comentários