Com brasileiro mais 'virtual', moedas digitais são o 'novo normal'

DO TEXTO: As transações financeiras digitais são a face do mundo após a pandemia.
As transações financeiras digitais são a face do mundo após a pandemia. Confinadas em casas, as pessoas passaram a comprar mais por canais on-line e, naturalmente, também começaram a pagar pelos produtos virtualmente. O PIX, lançado pelo Banco Central em novembro de 2020, emerge como alternativa interessante, assim como os wallets em smartphones.


Por: Cássio Rosas*


A segunda onda da pandemia de covid-19 mostrou que não será tão cedo que voltaremos aos velhos hábitos. Na verdade, nem mesmo o sucesso da vacina e o controle da doença em 2021 garantirão a nossa “antiga” vida de volta. O avanço do novo coronavírus trouxe modificações profundas em todo o mundo, o que fez com que as pessoas assimilassem novos comportamentos e buscassem alternativas de consumo, entretenimento e relacionamento diante das medidas de distanciamento social. As ferramentas virtuais, enfim, se tornaram grandes companheiras do nosso dia a dia – e a tendência é que essa digitalização chegue, finalmente, à forma como convivemos com o dinheiro.


As transações financeiras digitais são a face do mundo após a pandemia. Confinadas em casas, as pessoas passaram a comprar mais por canais on-line e, naturalmente, também começaram a pagar pelos produtos virtualmente. O PIX, lançado pelo Banco Central em novembro de 2020, emerge como alternativa interessante, assim como os wallets em smartphones. Praticamente quatro em cada dez consumidores (38%) descobriram novas formas de pagamento durante a quarentena, como mostra o World Payments Report 2020, elaborado pela consultoria Capgemini.


Entre as novidades descobertas pelas pessoas estão justamente as moedas digitais. Nascidas e programadas dentro do ambiente digital, elas são mais práticas, rápidas e eficientes em comparação às transações do que as demais opções disponíveis. Encaradas como uma ferramenta perigosa há pouco tempo e restritas apenas aos especialistas em tecnologia, hoje a situação mudou. Diferentes setores e segmentos descobriram suas vantagens e passaram a adotá-las no dia a dia. Dessa forma, deixaram de ser um conceito teórico e passaram a ser usadas na prática, na “economia real” do dia a dia, permitindo que os usuários possam adquirir diferentes produtos e serviços mesmo sem carteira, dinheiro ou cartão.


Mais do que a agilidade proporcionada na hora do pagamento, as moedas digitais surgem como a principal tendência do varejo em 2021 por outro motivo: o seu potencial de marketing. Quando bem utilizadas, podem se tornar na base de uma campanha de relacionamento digital, aproximando a marca de seus consumidores. É possível “recompensar” os usuários a partir de determinadas ações, como o compartilhamento de anúncios em suas redes sociais, e, com essa possibilidade, permitir que troquem esse valor recebido por itens que desejam adquirir ou até mesmo em reais. Mais do que o aspecto financeiro, o dinheiro do futuro precisa incorporar sua capacidade “comunicativa”.


Nem sempre foi assim, evidentemente. A partir do surgimento do Bitcoin, a primeira desse tipo, as moedas digitais eram vistas como arriscadas, perigosas e restritas apenas aos criminosos. Havia mais medo do que certezas nesse meio. Contudo, a evolução tecnológica permitiu que esse universo quebrasse todo o preconceito existente. A tecnologia blockchain, que está por trás das principais moedas e utility tokens, se mostrou revolucionária e segura – possibilitando que novas moedas surgissem e ganhassem mais espaço na economia global. Afinal, se elas trazem mais agilidade, eficiência e praticidade nas relações de troca, por que não utilizá-las com mais frequência, não é mesmo?


Hoje, não dá mais para ignorar os benefícios e a importância das moedas digitais no varejo. Elas já estão aí, sendo utilizadas tanto digitalmente quanto em lojas físicas por meio de projetos inovadores que possibilitam seu uso nos caixas das lojas. Até mesmo a esfera governamental, crítica desse segmento, se rendeu: pesquisa do Banco de Compensações Internacionais (BIS) mostra que 20% dos Bancos Centrais devem criar uma moeda digital própria até 2026 – um em cada dez pretende fazer até 2023. Como se vê, em um ambiente cada vez mais conectado, as moedas digitais fazem parte do “novo normal” no pós-pandemia de covid-19.


*Cássio Rosas é head de Marketing e Estratégia da WiBX, utility token que promove um programa de fidelização entre varejistas e consumidores por meio de moedas digitais – e-mail: wibx@nbpress.com 


POSTS RELACIONADOS:
Enviar um comentário

Comentários