O que substitui um abraço...

DO TEXTO: O melhor lugar do mundo / É dentro de um abraço...
O melhor lugar do mundo édentro de um abraço

Imagem de Rosa Matilde Peppi-Pixabay

Por: Prof. Paulo Lopes*

“O melhor lugar do mundo / É dentro de um abraço
Pro mais velho ou pro mais novo / Pra alguém apaixonado, alguém medroso...”

A música “Dentro de Um Abraço”, da banda Jota Quest, me representa, pois sou brasileiro, sou Profissional de Educação Física, desenvolvo as habilidades da Inteligência Emocional nas minhas práticas diárias... enfim, sou totalmente “cinestésico” e o toque é importante tanto para suprir as necessidades emocionais quanto para desenvolver as atividades profissionais.

Uma das maiores dificuldades que as pessoas com características “cinestésicas” estão encontrando com o isolamento social é a falta do toque, do abraço. O brasileiro, encanta o mundo inteiro por essa característica afetiva. O abraço, ao transmitir carinho, afeto, amor e paixão libera uma substância chamada ocitocina (ou oxitocina). A ocitocina é um hormônio produzido pelo hipotálamo e liberado na corrente sanguínea, após a percepção de sentimentos citados acima, ocasionando a baixa dos níveis de cortisol (hormônio do estresse) no organismo.

Nesse momento de crise é fundamental ativarmos o Neocórtex Cerebral (porção mais desenvolvida do cérebro, responsável pelas atividades motoras, controle dos movimentos voluntários e funções sensoriais) e respondermos ao questionamento: qual seria a forma de substituir o toque neste momento?

Acredito que as redes socais são grandes aliadas para amenizarmos a ausência do toque, pois nos possibilitam dar atenção incondicional, ou seja, oferecer nosso tempo para ouvir. Deixe o outro falar, sem interrupções, sem julgamentos e sem interferências desnecessárias... Ouça, ouça atentamente, espere a conclusão e só depois contribua, se for com positividade, nesse contexto. Indicarmos as opções de caminhos possíveis para levarem à solução do problema e não o caminho que nós seguiríamos é a melhor prática a ser seguida. 

Utilizarmos as redes sociais para desenvolver a Empatia de forma completa, ou seja: Empatia Cognitiva: entender a necessidade do outro; Empatia Emocional: colocar-se no lugar do outro; Empatia Compassiva: oferecer alternativas para auxiliar na resolução do problema.

Criarmos o hábito da Escuta Compassiva e incluirmos esses momentos de diálogo em nossa rotina diária pode ser sinônimo de uma boa saúde mental para as pessoas. 

Claro que, para os “cinestésicos”, substituir o toque e o abraço pela escuta e diálogo não será uma tarefa fácil, mas entender que, nesse momento, em que ficar em casa é a melhor forma de contermos a curva de contaminação do COVID19, essa pode ser uma excelente alternativa para demonstrarmos o nosso afeto e atenção.

“Hoje eu só queria te ouvir, eu te procurei para saber se você está bem” (Caio Fernando Abreu)

*Professor Esp. Paulo Lopes
- CREF:3080 G/RS
- Graduado em Educação Física (UFRGS 2001)
- MBA em Gerenciamento de Projetos (UNILASALLE 2015)
- Pós MBA em Inteligência Emocional nas Organizações (UNILASALLE 2019). Leia Mais sobre o autor...




POSTS RELACIONADOS:
Enviar um comentário

Comentários