Índios de diversas etnias pedem permanência de missionários em aldeias

DO TEXTO: Lideranças de etnias gravaram vídeo manifestando desejo de que missionários possam permanecer nas aldeias após quarentena de Coronavírus
Maurício Zoró

Lideranças de etnias gravaram vídeo manifestando desejo de que missionários possam permanecer nas aldeias após quarentena de Coronavírus

Após ameaças de retiradas de missionários, indígenas se uniram para gravar depoimentos registrando pedido de manutenção das atividades. Os depoimentos foram obtidos através de vídeo de forma espontânea e são de indígenas de aldeias onde há trabalho missionário. “Muitas vezes nós não somos consultados pelo poder público. A voz do índio precisa ser ouvida, eu apoio a pregação do evangelho para o meu povo, eu apoio o trabalho do missionário para a pregação do evangelho para o meu povo. Muitos desconhecem a importância da chegada do evangelho para os povos indígenas”, afirma Assis Gavião, da etnia Gavião de Rondônia.

A MNTB existe desde 1953 e conta com a participação de missionários em todo território nacional. Atua entre os povos indígenas nas áreas de educação e desenvolvimento comunitário através de vários projetos sociais. Em educação, o principal foco é alfabetização na língua materna. Muitos indígenas que hoje são professores nas escolas tradicionais indígenas foram alfabetizados pelos missionários. “São vários projetos sociais como fortalecimento da cultura e língua, futebol, conscientização do vício em álcool e drogas com atuação forte no combate à drogadição, destinação correta de lixo, obtenção de água potável e outras atividades junto aos índios”, relata o pastor Edward da Luz, presidente da Missão Novas Tribos Brasil.

Para Maurício Zoró, da tribo Zoró, do Mato Grosso, o contato com os missionários é extremamente positivo. “As missionárias não estão mudando nossa cultura, elas estão lá para aprender a viver com a nossa cultura”, completa. Dentro da tribo há um grupo, os Tradutores da Bíblia, que ainda apoia a pregação do evangelho e completa: “com a chegada do evangelho em nossa comunidade, nossos parentes que bebiam, pararam com as bebedeiras. Por causa do evangelho, vivemos unidos em amor e em nome do Nosso Senhor Jesus Cristo”, finalizam.

Ainda no Estado de Rondônia, Nildo Galvão critica a expulsão dos missionários, com fala que expõe os benefícios da presença do projeto em aldeias. “índio também precisa conhecer a palavra de Deus. Eu seria um covarde se visse a palavra divina ser atacada e ficasse calado. É muito triste constatar que os governamentais não querem que os indígenas conheçam a palavra de Deus. Faço um apelo que não haja expulsão dos missionários das terras indígenas. Que a voz dos índios seja ouvida”, finaliza.

Completando os depoimentos, Sara Ticuna, da etnia Ticuna, no Amazonas, fala sobre a influência positiva dos missionários. “Eles nos ajudam a ensinar uns aos outros. Sempre quisemos ter missionários na nossa aldeia e eu aprendi com meu pai, que escolheu, ninguém obrigou, a servir ao Senhor, então eu aprendi com meu pai”.

Estes são apenas alguns dos depoimentos de indígenas que tem contato com missionários evangélicos  e manifestam plena consciência do trabalho realizado e que pedem pela continuidade das missões.  As agências missionárias também repudiam toda divulgação caluniosa e que incita ataques às organizações missionárias que atuam em áreas indígenas.

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