Desastre ambiental no Nordeste: moradores e voluntários devem ter cuidado em contato com o petróleo

DO TEXTO:

Derramamento de óleo cru no litoral brasileiro também pode causar problemas graves de saúde para a pele de voluntários; saiba o que fazer em contato com esses resíduos

São Paulo – 19/11/2019 - Desde o começo do desastre ambiental causado pelo derramamento, muitos moradores, comerciantes e voluntários das regiões atingidas viram-se obrigados a ajudar na retirada do óleo cru do mar, a fim de minimizar o impacto ecológico. O problema é que nem todos usam a proteção adequada e isso pode trazer sérios problemas à pele e à saúde. “É louvável o empenho dos voluntários, mas é necessária uma proteção adequada para não expor o corpo a resíduos que podem provocar um processo irritativo na pele. O petróleo ou óleo cru traz uma série de compostos químicos tóxicos como tolueno, xileno, benzeno e hidrocarbonetos policíclicos aromáticos”, diz a dermatologista Dra. Kédima Nassif, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Após o contato com a pele, o petróleo fica impregnado e muitas pessoas apostam no uso dos solventes (tíner, óleo diesel, querosene ou até gasolina), mas esses produtos ainda aumentam o processo de irritação da pele. “Como as regiões são litorâneas e de exposição ao sol, a pele que já está sensibilizada pode sofrer ainda mais danos de queimaduras solares”, diz a médica.

De acordo com a médica, a maneira mais adequada de limpar a pele é lavar a área atingida com água e sabão. “Outra dica é por meio da aplicação de óleos para bebês, geleia de vaselina ou até mesmo pastas utilizadas por metalúrgicos para remover óleos e graxas. Em seguida, é necessário aplicação de cremes ou loções hidratantes”, diz a médica.

Como se preparar para atuar nas ações de limpeza – Para os voluntários que querem ajudar a retirar os resíduos da água, a dica é utilizar equipamentos de proteção, como óculos, luvas e roupas que cubram membros superiores e inferiores (mangas compridas e calças). “Com relação às luvas, as mais apropriadas são feitas de nitrila que apresentam melhor proteção que as luvas de borracha”, diz a médica.

O que fazer se sua pele entrar em contato com óleo cru – Mesmo com uso de roupas adequadas, pode ocorrer o contato, então a pele deve ser lavada com água e sabão. “Logo em seguida, cremes e loções hidratantes ajudam a melhorar as condições da pele. E lembre-se de não usar solventes que pioram a processo de dermatite”, afirma a Dra. Kédima.

Medidas de prevenção – Tanto moradores quanto turistas devem evitar o contato direto com o óleo, especialmente no caso de gestantes e crianças. “E nesses locais, vale ficar atento às orientações da vigilância sanitária com relação ao consumo de alimentos (peixes e mariscos) provenientes das áreas afetadas”, diz a médica.

Em caso de exposição ou contato com o óleo cru, os sintomas mais comuns são: respiratórios, como irritação e dor de garganta, tosse, respiração mais difícil e coriza; irritação e dor nos olhos, coceira, e olhos vermelhos; dor de cabeça; pele irritada e vermelha; náusea; tonturas; fadiga; e ferimentos e traumas. “Notando algum desses sintomas, procure um médico”, finaliza a dermatologista.

DRA. KÉDIMA NASSIF: Dermatologista e Tricologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica e da Associação Brasileira de Restauração Capilar. Graduada em Medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais, possui Residência Médica em Dermatologia também pela UFMG; realizou complementação em Tricologia no Hospital do Servidor Público Municipal, transplante capilar pela FMABC e em Cosmiatria e Laser pela FMABC. Além disso, atuou como voluntária no ensino de Tricologia no Hospital do Servidor Público Municipal de São Paulo.  www.kedimanassif.com.br

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