Acnur é Chamado de Clube Social em Evento com Tema: Imigração e Refúgio no Brasil

DO TEXTO: Em São Paulo, especialistas na área de refúgio e imigração no Brasil esclareceram diferentes aspectos da imigração.
Em acontecimento realizado na última quarta-feira (26/06/19) no salão nobre da Câmara dos Vereadores de São Paulo, especialistas na área de refúgio e imigração no Brasil esclareceram diferentes aspectos da imigração em nosso País. Apesar da ínfima presença de brasileiros, o evento pôde contar com a participação de imigrantes e refugiados de diversos países ávidos por informações a respeito do tema.



Em acontecimento realizado na última quarta-feira (26/06/19) no salão nobre da Câmara dos Vereadores de São Paulo, especialistas na área de refúgio e imigração no Brasil esclareceram diferentes aspectos da imigração em nosso País. Apesar da ínfima presença de brasileiros, o evento pôde contar com a participação de imigrantes e refugiados de diversos países ávidos por informações a respeito do tema.


O idealizador da Copa dos Refugiados, o diretor da ONG África do Coração, Jean Katumba Mulondayi (Direita para esquerda), o prefeito de São Paulo, Bruno Covas e o vice diretor da África do Coração e coordenador  da Copa do Refugiado  Abdulbasef Jarour no estádio do Pacaembu na edição de 2018 da competição.
Foto Divulgação


Quem abriu os trabalhos da mesa foi o vice diretor da instituição África do Coração, Abdulbasef Jarour com a explanação sobre a Copa dos Refugiados, competição amadora de futebol criada em 2014 com o intuito de integrar refugiados e locais com participações de “seleções” de oito distintas  nações. O campeonato chama desde de sua criação a atenção de diferentes veículos de comunicação nacional e com isso despertou o interesse de políticos como o vereador, Toninho Vespoli, um dos convidados a compor a mesa na noite, porém por outros motivos profissionais o camarista do PSOL  enviou seu petiz  assessor Samuel, que salientou o quão triste Toninho Vespoli estava em não poder honrar o compromisso. “Por estar em uma votação aqui na câmara o vereador não pode comparecer, mas queremos ratificar que estamos na luta em favor dos imigrantes e refugiados. Atualmente estamos comemorando a conquista em incluir a Copa dos Refugiados no calendário de eventos da cidade de São Paulo”, comemora o assessor em sua breve e única participação no encontro.

A vereadora Patricia Bezerra – PSDB também foi uma das convidadas a compor a mesa, porém a mesma não compareceu, sem dar nenhuma justificativa aos membros da África do Coração, ONG idealizadora e realizadora da solenidade, sendo a edil substituída de última hora pelo vice diretor do Instituto de Reintegração do Refugiado - Adus e integrante da Comissão de Direito do Refugiado da OAB/SP, o advogado Sidarta Martins.


O vice diretor do Instituto de Reintegração do Refugiado-Adus e integrante da
Comissão de Direito do Refugiado da OAB/SP, o advogado Sidarta Martins.
Foto Divulgação

O coordenador geral do Comitê Nacional para os Refugiados – CONARE, o advogado e psicólogo, Bernardo Laférte ressaltou o crescente número de solicitações de refúgio no Brasil, tirou dúvidas em relação a inúmeros  assuntos, entre estes a diferença entre refugiado, imigrante e apátrida, as mudanças atuais em nomenclaturas e documentos, ressaltando a importância do protocolo do RNE- Registro Nacional do Estrangeiro. “O portador do protocolo do  RNE tem por direito a abrir conta em instituições bancárias, mas poucos portadores desse documento  sabem a respeito, assim como muitas agências bancárias no Brasil se esquivam em abrir conta com o protocolo do RNE”, ressalta Bernardo Laférte que em vários momentos em sua apresentação elogiou o município de São Paulo em ser uma cidade hospitaleira para refugiados e imigrantes.

O coordenador geral do Comitê Nacional para os Refugiados – CONARE, o advogado e psicólogo,
Bernardo  Larféte:  "Mais de 50% de solicitações de refúgio são de venezuelanos".
Crédito foto: Fernando Oliveira 


Fazendo coro com as palavras do representante do CONARE em relação a São Paulo ser uma urbe amigável ao refugiado e imigrante a coordenadora de Políticas para Imigrantes da  Secretaria Municipal de Direitos Humanos, Jeniffer Alvarez falou dos programas da secretaria voltados para este “público”, convidou aos imigrantes e refugiados no recinto a explorarem mais os serviços e apoio oferecidos pelo CRAI- Centro de Referência e Atendimento para Imigrantes. “No CRAI são oferecidos serviços de regularização de documentos, orientação social e jurídica, e encaminhamento para outros serviços oferecidos por secretarias municipais, órgãos públicos e parceiros, como a rede pública escolar e de saúde”, Salienta Jeniffer.

No momento de perguntas da plateia alguns desabafos comoventes como o da congolesa Claudine Shindany que pediu desculpas aos presentes e destacou que a carteira estudantil do filho é mais respeitada nos lugares do que o protocolo do RNE-Registro Nacional do Estrangeiro, que é apenas um pedaço de papel sulfite sem foto. Visivelmente emotiva Claudine criticou a ação do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados-ACNUR/Brasil  representado na bancada  por William Torres. “O ACNUR é ótimo para festinhas, passeios, mas quando a gente precisa mesmo do ACNUR ele fica inexistente, é bom para diversão”, desabafa a congolesa que foi a segunda pessoa no auditório  a reclamar seriamente  da ação do ACNUR/Brasil.

Bernardo Laférte do CONARE, lembra que há - se de haver paciência e relembrar que em muitos setores no Brasil há leniência e burocracia, e com isso os imigrantes e refugiados tem que entender que muitas de suas reclamações nós também como brasileiros sofremos. “Por exemplo, se um natural do Brasil  se forma em engenharia na Alemanha, volta para o Brasil e quer validar seu diploma, ele também terá que passar por todo o processo burocrático, passar por provas e ter paciência para esperar o processo de validação de seu diploma”, alerta Bernardo.

Pela baixa presença de nós brasileiros no recinto, pela ausência de políticos locais na mesa do encontro comprova que nós canarinhos somos ótimos em imigrarmos para terras alheias, mas nãos estamos muito preocupados em abraçarmos e entendermos os imigrantes e refugiados que chegam em nosso solo.


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