Mundial de Futebol Feminino - Brasil estreou-se com uma vitória esclarecida

DO TEXTO:

Quantas vezes a seleção brasileira foi campeã do mundo?

A resposta é zero. Os Estados Unidos venceram a Copa do Mundo três vezes (1991, 1999 e 2015); a Alemanha é bicampeã (2003 e 2007); Noruega (1995) e Japão (2011) têm um título cada. A seleção brasileira terminou a competição na terceira posição, em 1999, e foi vice-campeã, em 2007.

Daqui se infere que a "canarinha" continua a perseguir o título máximo nesta competição. O Brasil preparou esta campanha (que decorrerá em França) com todo o cuidado, rumando para terras algarvias (Portugal) para continuar a sua preparação até seguir para França onde no grupo C começava por defrontar a Jamaica. Mas, para o Brasil, nesta fase de preparação em solo português, uma enorme preocupação com a lesão da sua estrela máxima, a capitã Marta e daí pairar a dúvida em relação à sua utilização. Um processo trabalhoso para a equipe médica da seleção. Digamos um correr contra o tempo. De facto foi assim mesmo: Marta não recuperou e ficou fora do jogo de estreia, mas esteve no banco para dar todo o apoio às colegas, obviamente fazendo parte da relação do jogo apresentado pela CBF.

Acrescente-se que, no outro jogo deste grupo, a Itália venceu a Austrália por 2-1.

O BRASIL - JAMAICA - Quando muito se fala em evolução do futebol feminino, daí residir uma incógnita em relação à seleção jamaicana que pela primeira vez participava numa Copa do Mundo. 

Como era de esperar, o Brasil iniciou o jogo com uma toada franca de ataque, mas sempre com o máximo de atenção a um possível esboço de contra-ataque das jamaicanas. Brasil em alta pressão em busca do sempre almejado golo madrugador. Em cinco minutos de jogo, o Brasil conquistou cinco pontapés-de-canto (escanteios).

Um caso curioso: o público quando a Jamaica se apoderava da bola, aplaudia com insistência. Naturalmente, o público não afeto à "canarinha". O tal cuidado que o Brasil tinha que ter, para mais que as jogadoras da Jamaica eram rápidas e revelavam habilidade.

E o Brasil chegou ao golo aos 15 minutos por Cristiane, de cabeça, a concluir um cruzamento bem medido do lado esquerdo efetuado por Andressa Alves, jogadora que representa o Barcelona. Um belo golo e numa fase em que o Brasil já o justificava em função da sua insistência atacante, ou seja, sem tirar o pé do acelerador. Jamaica que, defensivamente falando, começava a entrar no salve-se-quem-puder, apesar de ter uma goleira considerada a grande referência da sua seleção. E justificava essa mesma referência. Boas defesas.

E, aos 29 minutos, finalmente, a Jamaica levou o perigo à baliza do Brasil, obrigando Bárbara a uma defesa muito vistosa para canto (escanteio). Levantou-se o público a aplaudir esta iniciativa da Jamaica. O tal cuidado que o Brasil tinha que ter para não ser surpreendido com jogadas desta natureza, até porque a velocidade era o ponto forte das jamaicanas. 

O Brasil desfrutou de uma grande penalidade (discutível) aos 37 minutos, mas Andressa rematou fraco e a goleira da Jamaica defendeu. Uma flagrante oportunidade desperdiçada de forma inglória. E sair para o intervalo com o "placard" em 2-0 seria muito bom. Não deu, havia que continuar com o mesmo espírito, isto porque a Jamaica estava longe de ser uma presa fácil. A correr, autênticas gazelas... E o Brasil acusou essa perdida, sublinhe-se.

A SEGUNDA - PARTE -  E para o Brasil nada melhor que, logo aos 4 minutos (49 no tempo total), chegar aos 2-0 com mais um golo de Cristiane, após mais uma insistência de Andressa Alves. Um golo para tranquilizar ainda mais as jogadoras brasileiras.

A perder por 2-0, a Jamaica demonstrou que o futebol é isto mesmo: lutar até ao fim, lutar pelo melhor resultado, não esquecendo que o público local e não só estava com as jamaicanas. Até se compreende pelo facto de ser inferior ao Brasil e pela primeira vez participar num evento desta envergadura. E a Jamaica empertigou em busca do seu golo. Para o efeito, desfrutou de duas boas oportunidades.

E veio mais um golo de Cristiane na transformação de um livre direto aos 20 minutos. Um golo para selar por completo o triunfo do Brasil, pese embora o facto de se reconhecer que o futebol é uma negação do impossível. Com este "hat-trick" a Cristiane foi substituída após comemorar este feito (com o intuito de ser poupada). Quantas jogadoras vão conseguir um "hat-trick" nesta competição? 

O triunfo do Brasil na estreia deste Campeonato do Mundo não sofre qualquer contestação. O Brasil dominou o jogo, mas é justo realçar a valorosa réplica da Jamaica que nunca baixou os braços. Refira-se ainda que o Brasil, no primeiro-tempo, falhou uma grande penalidade. Falhou Vanessa Alves com um remate muito denunciado.

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