Duas Angras martirizadas - 1980 e 2010

DO TEXTO:

No primeiro dia do ano de 2019 recordei, volvidos que foram 39 anos da tragédia, o terramoto que atingiu as ilhas Terceira, São Jorge e Graciosa, que fazem parte do Grupo Central do Arquipélago dos Açores. A Ilha Terceira foi a mais castigada pelo abalo telúrico. Foram momentos difíceis para todos, inclusive para os muitos repórteres que se deslocaram às ilhas sinistradas, incluindo estrangeiros, citando, nomeadamente, várias televisões norte-americanas. Depois,  nesse mesmo dia primeiro de janeiro, deparo-me, em memória, com as trágicas notícias relacionadas com os desabamentos de terra que ocorreram em Angra dos Reis, maior incidência na Ilha Grande onde o número de mortos foi considerável. Tal como aconteceu na outra Angra dos Açores (Portugal), foi gratificante (obviamente no meio de tanta tristeza e lamentações) constatar a ação dos bombeiros e de algumas forças militarizadas no sentido de resgatarem corpos com vida, o que, em certa medida, acabou por ser uma consoladora realidade, pese embora a profunda dor daqueles que perderam os seus entes-queridos, muitos deles provindos de outras localidades e que para ali se deslocaram para, com toda a tranquilidade, passarem o Réveillon. Mas a tragédia aconteceu e ceifou as vidas de muitos turistas, grande parte jovens com um futuro promissor. Mas ali, naquele fatídico dia 1 de janeiro, terminaram os seus sonhos, como, aliás, aconteceu com outros nos Açores em 1980, onde o número de mortos  atingiu mais de uma centena. Pela força da natureza, 1 de janeiro de 1980 e 1 de janeiro de 2010, respectivamente, martirizaram duas Angras, a do Heroísmo  na ilha Terceira, Arquipélago dos Açores,  e a dos Reis, no Brasil, Estado do Rio de Janeiro. Coincidentemente ou não, aconteceu. Em cada primeiro de janeiro dos anos vindouros, passo, infelizmente, a recordar essas duas tragédias. Duas Angras que não foram poupadas pela natureza. É por isso que sempre digo que temos que ter muito respeito por esse fenómeno. Ainda no que concerne a Angra dos Reis, a reconstrução foi processada  de forma bastante lenta. Aliás, quase tudo no Brasil é lento. Tudo está bem quando pensam em futebol, samba e carnaval.


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