As cifras e o sucesso de Game of Thrones

DO TEXTO:

Por: Roney Giah*

O primeiro episódio da oitava – e última temporada – de Game of Thrones vai ao ar em 14 de abril de 2019 com o custo de produção divulgado em US$ 15 milhões por episódio, algo em torno de R$ 58 milhões por episódio ou R$ 348 milhões pela temporada inteira. Porém, circulam boatos que essa cifra é ainda maior. Há expectativa, também, quanto a duração dos seis episódios. Segundo reportagem da revista Vanity Fair, cada um deles deve exceder 80 minutos. Os produtores prometem, ainda, um aumento da quantidade das cenas de batalhas e de CGI (animação 3D) dos dragões e lobos gigantes.

A razão das altas cifras da produção, que começaram em US$ 6 milhões por episódio na primeira temporada de GOT, são proporcionais ao sucesso de público. A série inspirada na saga literária “A song of ice and fire” – originalmente foi concebida para ser uma trilogia escrita por George R. R. Martin, cujo primeiro livro é “Game of Thrones”, publicado em 1996 – vem acumulando recordes. Lançada para a tevê em 2011, Game of Thrones já tinha alcançado 20 milhões de telespectadores em 2014, passando “The Sopranos” e se tornado a série mais popular da HBO. O retorno disso é imenso: não só em assinaturas de HBO pelo mundo, como também em merchandising, aplicativos, jogos e, é claro: livros.

Para se ter uma ideia do tamanho do faturamento, seguem alguns números: o aplicativo de jogo Game of Thrones: Conquest, faturou em um ano (de outubro de 2017 a outubro de 2018) US$ 125 milhões, segundo o Store Intelligence do Sensor Tower;  apenas na primeira semana da premiereda temporada 7 de GOT, o app HBO Now contabilizou 500 mil downloads somados na Apple Store e no Google Play; a venda de livros da saga ultrapassa 90 milhões de cópias no mundo.

Esse sucesso teve início com a primeira publicação pela Bantam Books. A editora enxergou as possibilidades da saga, mas estavam cientes que seria um trabalho de médio e longo prazos. Estavam certos. As vendas foram abaixo de 5 mil cópias no primeiro ano. Mas, em 1999 a obra alcançou a lista de best sellersdo New York Times. Algo semelhante aconteceu com a adaptação para tevê: mesmo com as vendas dos livros validando o projeto, o risco do investimento era alto; entre a compra dos direitos, em 2006, pela HBO e o início de produção se passaram quatro anos.

As possibilidades de faturamento do universo de George R. R. Martin continuam vastas. A HBO anunciou cinco spin-offsda série; um deles, “A long Night”, já teve o sinal verde de produção da emissora. Então, uma coisa é garantida: os fãs terão anos pela frente de entretenimento, a indústria do cinema uma fonte de renda, profissionais do audiovisual trabalho e o inverno está longe de chegar para a saga.

*Roney Giah é fundador da Doiddo Filmes. Formado em música pelo MIT de Los Angeles e em Engenharia de som pelo I.A.V., Giah trabalha desde 1996 como produtor de áudio & account director produzindo trilhas e coordenando o audio de campanhas para marcas como Colgate, HSBC, Pringles, Mattel, Zorba, Bank of America, AOC, Lojas Marisa para as principais agências do mercado. Em 2014, fundou a Doiddo Filmes expandindo sua atuação para a produção audio visual. Como diretor de cena e de animação, já trabalhou para agências como WMcCann, Young & Rubicam, Talent Marcel, Havas WW, Mullen Lowe Brasil para marcas como NET, Nestlé, ASICS, TNT Energy Drink, Kaiser, Telecine, Credit Suisse e Merck Sharp & Dhome. Em 2016, Giah conquistou dois Cannes: um Leão de Ouro e um Leão de Prata com o videocase “Parkinsounds” e com a mesma peça ganhou 3 Clio Awards (2 de ouro e um de prata). Em 2017, Roney ganhou mais um Cannes: Leão de Prata na categoria entertainment for music. Em 2018, foi escolhido pelo grupo Fox para dirigir a série “Escolinha dos Deuses”. 

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