Conselheiros científicos da União Europeia visitam a Embrapa: objetivo é fortalecer cooperação em PD&I

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Conselheiros científicos de 11 países da União Europeia – Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Espanha, França, Itália, Luxemburgo, Portugal, Reino Unido e Suécia – e três associados - Macedônia, Noruega e Ucrânia - visitaram a Embrapa no dia 13 de dezembro de 2018 com o objetivo de identificar linhas de pesquisa para estreitar a cooperação técnico-científica em áreas relacionadas à agropecuária. A visita é parte de uma série de iniciativas promovidas pelo Setor de Ciência, Tecnologia e Inovação (STI, sigla em inglês) da Delegação da UE no Brasil para coordenar politicas e ações de países europeus no marco da cooperação com instituições brasileiras. Eles foram recebidos pelo diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa, Celso Moretti; pela secretária de Inteligência e Relações Estratégicas, Rita Milagres; e pelo chefe-geral da Embrapa Agroenergia, Guy de Capdeville.

Na ocasião, o conselheiro-chefe do Setor de Ciência, Tecnologia e Inovação, Alejandro Zurita, apresentou várias oportunidades de cooperação multilateral entre Brasil e União Europeia. Entre eles, destaca-se o Horizonte 2020, o maior programa de pesquisa e inovação da UE com cerca de 80 bilhões de euros de financiamento disponíveis ao longo de sete anos (2014 a 2020). Todas as áreas do programa Horizonte 2020 estão abertas para participação do Brasil, sendo algumas prioritárias: saúde, segurança alimentar, agricultura sustentável, pesquisa marinha e marítima, bioeconomia, biocombustíveis, TICs, etc. Depois que terminar, será substituído pelo Horizonte Europa.

Segundo Zurita, "A Embrapa é referência no desenvolvimento de inovação na agricultura e com sua consolidada estrutura ao longo de quatro décadas tem muito prestígio na União Europeia. Acredito que há, sem dúvidas, muito espaço para fortalecer a cooperação científica por meio dos programas Horizonte 2020 e Horizonte Europa a partir de 2020. A expertise da Embrapa é fundamental para cooperarmos e enfrentarmos desafios globais como segurança alimentar, energética e sustentabilidade". 

Ele acredita que a visita, resultado de um convite feito por Moretti durante uma reunião na sede da Delegação da União Europeia no Brasil, em Brasília, no dia 30 de outubro, resulte em novos mecanismos de cooperação, como editais conjuntos e parcerias bilaterais e multilaterais.

Oportunidades para pesquisadores da Embrapa na Europa

O conselheiro afirmou que a participação de pesquisadores brasileiros em programas da UE ainda é baixa (menos de 10) quando comparada a outros países, como Estados Unidos e China (cerca de 1.000), por exemplo. Ele listou uma série de editais, que estão abertos até 23 de janeiro, como oportunidades de capacitação para cientistas de diferentes níveis. Os editais serão compilados pela gerente de Articulação de Redes de P&D da Secretaria de Pesquisa e Desenvolvimento (SPD), Mírian Eira, e disponibilizados na P&D. com. Mais informações estão disponíveis no link: https://erc.europa.eu/

Embrapa: ponto nacional de contato para a área agropecuária

Ainda durante a visita, Zurita sugeriu que a Embrapa seja o ponto nacional de contato para a área agropecuária junto à UE, assim como já acontece com o CNPq, Fiocruz, USP e FGV, entre outros. O diretor Celso Moretti se comprometeu a dar continuidade a essa questão junto ao Itamaraty.

Visitas a Unidades do DF


Depois da reunião na Embrapa Sede, os conselheiros científicos visitaram a Embrapa Agroenergia, onde conheceram a estrutura e a estratégia de pesquisa. Durante a visita, o chefe-geral Guy de Capdeville mostrou a estrutura de laboratórios e explicou a lógica de atuação da Unidade. Ele citou algumas pesquisas, como as que envolvem moléculas bioativas de interesse para o mercado nacional e internacional.

Capdeville apresentou pesquisas da Unidade, que estão sendo negociadas com a Suécia e a Inglaterra.  Alejandro Zurita salientou o grande interesse no fortalecimento da  cooperação científica com a Embrapa e a área de biocombustíveis é uma das prioridades.

Depois, a comitiva seguiu para a Embrapa Recursos Genéticos e Biotenologia, onde visitou o Banco Genético da Embrapa, com capacidade para armazenar mais de 700 mil amostras de plantas, animais e microrganismos. Segundo o diretor de P&D da Embrapa, este acervo é a garantia de sobrevivência do agronegócio brasileiro, responsável por 23% do PIB nacional e 33% dos empregos gerados no País. “A nossa Arca de Noé mantém a diversidade genética à disposição da ciência”, pontuou.

Na Unidade, o grupo foi recebido pelos pesquisadores Juliano Pádua, Julio Carlyle e pela chefe de P&D, Marília Burle, que apresentaram as principais áreas de atuação e linhas de pesquisa nas áreas de recursos genéticos e biotecnologia.

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