Sugestões da TV Brasil para quinta (27) - Lilia Moritz Schwarcz no Trilha de Letras

DO TEXTO:

 
Alba Bittencourt
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Lilia Moritz Schwarcz conversa com Raphael Montes sobre Lima Barreto
Autora discute a obra do autor em um grande perfil biográfico


O programa Trilha de Letras recebe a antropóloga, historiadora e escritora Lilia Moritz Schwarcz para falar sobre Lima Barreto, homenageado da Festa Literária Internacional de Paraty, a Flip deste ano.

O bate-papo com o apresentador Raphael Montes vai ao ar nesta quinta (27), às 21h30, na TV Brasil. O programa ainda conta com o depoimento de outras duas especialistas na obra do autor: as pesquisadoras Beatriz Resende e Luciana Hidalgo.

Durante a entrevista, Lilia Moritz Schwarcz comenta a biografia "Lima Barreto – Triste visionário" que foi lançada este mês após mais de uma década de pesquisa. A autora explica a escolha dos termos que emprega no título da publicação "Queria dar a ambivalência e a contradição que Lima Barreto carregou", conta.

Mulato, pobre, neto de escravos e muito inteligente. Lima Barreto foi um dos maiores prosadores da língua portuguesa de todos os tempos e ainda é moderno quase um século depois de seu triste fim na pobreza, na doença e no esquecimento.


A escritora trata da relação do jornalista com a Primeira República. "Lima Barreto é a grande testemunha da Primeira República. Testemunha é aquele que não deixa passar, fica para contar. Lima era isso: ele não deixava passar", afirma Lilia que completa o raciocínio. "É um autor muito difícil de definir como são os bons autores. Eles não cabem numa cápsula".

Ao analisar a questão racial contemporânea, à luz das reflexões propostas por Lima Barreto, a convidada acredita que é preciso avançar. "Ainda temos esse grande desafio pela frente. É hora de enfrentarmos. É a questão do protagonismo. A voz é de quem? Qual é o lugar de fala? Lima Barreto defendeu isso muito bem", pontua.

Segundo Lilia Schwarcz, ele fazia a diferença em sua literatura. "No começo do século XX, estamos falando de 1907, num país do pós-abolição, Lima Barreto tira essa questão do fundo. Lima Barreto tira os protagonistas negros do segundo plano e traz para o primeiro plano. Isso é muito raro", destaca.

Lilia traz a retórica do autor em sua biografia. "Tento incluir a voz do Lima Barreto. Até hoje quem discute a questão racial é considerada uma pessoa inconveniente, chata", conclui Lilia que também sugere a leitura de outras obras dele para além do conhecido título "Triste Fim de Policarpo Quaresma". A escritora ainda faz referência às outras biografias do jornalista, como a de Francisco de Assis Barbosa publicada em 1952.

SERVIÇO:
Trilha de Letras – Lilia Moritz Schwarcz – quinta-feira (27), às 21h30, na TV Brasil.


Jornalista Luciana Barreto apresenta o Sem Censura desta quinta (27) e sexta (28)
 

Katy Navarro cobre a Flip nos últimos dias desta semana e Vera Barroso está de férias

Âncora do telejornal Repórter Brasil Tarde, a jornalista Luciana Barreto assume o comando do Sem Censura nesta quinta (27) e sexta (28), ao vivo, às 17h, na TV Brasil, enquanto a apresentadora Katy Navarro está em Paraty fazendo a cobertura da Flip para o programa "Conversa com o Autor", da Rádio MEC AM.

A partir de segunda (31), Katy Navarro volta a conduzir o bate-papo das tardes na emissora pública. Vera Barroso, apresentadora titular do Sem Censura, está de férias e retorna ao programa na segunda semana de agosto.


Os convidados desta quinta (27) são o músico e produtor Rodrigo Sha, o ator Claudio Lins e o premiado escritor pernambucano Mario Rodrigues. Eles conversam com a jornalista Luciana Barreto sobre seus projetos atuais.

Rodrigo Sha comenta a inauguração da mostra "Hipersensorial", exposição que combina música e arte urbana na Casa França-Brasil, no Rio de Janeiro. O objetivo é oferecer ao público uma experiência única ao contemplar uma obra de arte com uma trilha sonora criada exclusivamente para ela.

A exibição conta com dez telas e três esculturas ligadas a fones de ouvido que tocam trilhas compostas pelo multi-instrumentista inspiradas a partir de cada uma das obras. A mostra é o primeiro trabalho do músico com artes visuais. Rodrigo Sha aproveita a exposição para comemorar seus 20 anos de carreira artística.

O ator Claudio Lins fala sobre o espetáculo "Rio mais Brasil, o nosso musical". A peça é livremente inspirada no livro "O Povo Brasileiro", de Darcy Ribeiro, e está em cartaz no Teatro Oi Casa Grande, no Rio de Janeiro. O musical reúne em seu elenco artistas de diversos estados do país que tocam mais de 30 instrumentos em cena e realizam performance com técnicas de percussão corporal.

Ganhador do Prêmio Sesc de Literatura 2016, na categoria contos, com o livro "Receita para se fazer um monstro", o escritor pernambucano Mário Rodrigues vai participar da Festa Literária Internacional de Paraty esta semana. Natural de Garanhus, no agreste do estado, ele conversa com Luciana Barreto sobre sua primeira coletânea de textos que disputou o concurso literário com mais de 700 autores.

SERVIÇO:
Sem Censura – quinta-feira (27), ao vivo, às 17h, na TV Brasil.
Sem Censura – quinta (27) para sexta-feira (28), à 1h45, na TV Brasil.


Caminhos da Reportagem investiga a relação entre patrões e empregadas domésticas
 

Programa debate até que ponto esse vínculo é influenciado pelos tempos da escravidão

O roteiro já é conhecido pelas famílias brasileiras: Marias, Nices, Lourdes e Graças deixam os próprios filhos e passam a viver na casa da patroa, muitas vezes em outro estado. O Caminhos da Reportagem revela como empregadas domésticas e seus filhos sobrevivem a longos anos de separação nesta quinta (27), às 22h, na TV Brasil.


O programa "O Quarto dos Fundos", com reportagem das jornalistas Aline Beckstein e Bianca Vasconcellos, foi finalista do Prêmio Anamatra de Direitos Humanos concedido pela Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho.

Esse Caminhos da Reportagem concorreu ao reconhecimento com outras produções de Televisão na categoria Imprensa. A matéria foi ao ar originalmente no dia 10 de março de 2016.

Dos tempos da escravidão ao século XXI, o quarto dos fundos, segundo arquitetos e historiadores, seria a continuação da senzala, instalada seja num apartamento minúsculo ou numa casa grande.

De acordo com os entrevistados, o Brasil é o único país que tem nas plantas de casas e apartamentos - mesmo os menores - um quarto dos fundos, destacado da casa, próximo à cozinha ou à área de serviço.

O Caminhos da Reportagem também discute a legislação trabalhista que regulamenta o trabalho da empregada doméstica. Ela prevê o pagamento de hora extra, adicional noturno e folha de ponto entre outros direitos trabalhistas. Seria a carta da alforria das empregadas domésticas ou motivo para o desemprego?


Nessa matéria especial, a socióloga Heloisa Fernandes faz revelações sobre a trajetória de um dos principais intelectuais do Brasil, seu pai, o sociólogo Florestan Fernandes, filho de Maria, uma empregada doméstica. Heloisa se emociona ao fazer uma descoberta durante a entrevista.

A empregada doméstica Maria de Lourdes passou boa parte da vida morando na casa dos patrões e não acompanhou o crescimento do filho. Já Lissa Sousa sempre ouviu da mãe - uma ex-empregada doméstica - que deveria estudar para não ter de trabalhar dentro de uma cozinha.

Anna Muylaert reflete sobre questão no drama "Que Horas Ela Volta?"
 

O Caminhos da Reportagem também entrevista a cineasta Anna Muylaert que debate o tema no premiado filme "Que Horas Ela Volta?". O drama foi reconhecido internacionalmente por críticos da sétima arte no Festival de Sundance, nos Estados Unidos e no Festival de Berlim, na Alemanha.

O longa, que aborda os conflitos entre uma empregada doméstica e seus patrões de classe média, critica as desigualdades da sociedade brasileira. "Comecei a pensar nesse filme há 20 anos quando meu filho nasceu e me fez perceber como a maternidade é desvalorizada no Brasil".

Para a diretora, o panorama revela a "preguiça" da elite brasileira. "Essa incapacidade de fazer as coisas em casa tem um efeito negativo. Ficar sentado pedindo 'Traz isso, traz aquilo'. Essa situação termina em depressão e não é bom para ninguém", afirma.

Anna acredita que a situação está mudando. "O quarto dos fundo é a periferia da casa. É um lugar sem conforto nenhum destinado ao empregado morar. A gente trouxe isso por 500 anos. É um reflexo da sociedade. Já passou da hora de mudar. Há dez anos, existiam 22% de empregados que dormiam no serviço. Hoje, são apenas 2%", pondera.

SERVIÇO:
Caminhos da Reportagem - quinta (27), às 22h, na TV Brasil


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