Carlos Alberto Alves, o primeiro piloto comercial de helicóptero do Brasil





Por: Carlos Alberto Alves
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Carlos Alberto Alves, o primeiro piloto comercial de helicóptero do Brasil

Na minha passagem por Angola, e quando me encontrava em General Machado (Camacupa), alguém meu amigo me levou a um antigo aeroporto (já ervado) cujo nome era este: Aeroporto Comandante Alves Silva, isto porque o meu sobrenome é Alves Silva. Na altura até pensei: que pena não ter aqui um avião que me levasse de férias até Portugal. Sonhar é fácil. Mas, sinceramente, gostei da surpresa do meu amigo e camarada militar.

Agora, deparo com mais algo relacionado com o meu nome e que não fugi à tentação de publicar. Um artigo da autoria de Eduardo Alexandre Beni.

“Resgatar a história de pessoas ilustres e que contribuíram para a nossa aviação não é tarefa fácil. Todos os voos que realizamos, nossas missões, nossas vitórias e derrotas, contribuem para a edificação da aviação no Brasil, mas na correria do dia-a-dia não nos apercebemos que nossas ações, mesmo que singelas, podem trazer resultados decisivos e significativos no futuro.

Hoje, as informações são instantâneas, elas nos encontram onde estivermos, mas e aquelas que, de forma mágica, deram um significado para o que somos e fazemos hoje? Perdemos, por vezes, nossas memórias, mas, pouco a pouco, vamos reencontrando nossas raízes, nossas origens.

Não fosse o zelo de alguns, como o do Comandante Cláudio Finatti, guardando recortes de jornais, fotos, cartas, etc, essa história seria perdida, mas vamos eternizá-la. A Gazeta Mercantil, em 1999, na edição de 22 de outubro, publicou a matéria “Lembranças do primeiro piloto de helicóptero” escrita pelo jornalista Álvaro de Oliveira e no mesmo ano a APHESP, hoje ABRAPHE, publicou um folder em sua homenagem. Mas então, quem foi afinal essa ilustre pessoa? Foi o Comandante Carlos Alberto Alves, o primeiro dos primeiros.



Essa história começou há muito tempo, quando com apenas 15 anos, meados de 1939, arriscava algumas manobras no avião do seu pai, um Taylor (aparelho inglês semelhante ao paulistinha), sempre que os dois deixavam o aeroclube de Garça, no interior de São Paulo.

Aos 17 anos, Carlos Alberto deixou São Paulo e foi para Porto Alegre, onde ingressou no Exército. Quando completou 18 anos, idade mínima obrigatória para tirar o brevê, não resistiu à tentação de pilotar e abandonou a carreira militar. O próximo destino seria a Escola de Aviação do Campo de Marte, zona norte de São Paulo, até então uma referência da aviação nacional.

Na Escola, o futuro piloto preencheu as 25 horas necessárias para obter sua licença. Poucos anos separaram o dia em que o comandante colocou as mãos na carteira do seu primeiro emprego como piloto. Por intermédio de um dos grandes entusiastas da aviação, o comandante Renato Arens, fundador da UBAC, União Brasileira de Aviadores Civis em 1947, foi contratado por fazendeiros para cuidar da pulverização de plantações de café no interior de São Paulo.

Sem titubear, Carlos Alberto topou a empreitada. “Quando cheguei na fazenda, Arens contou que eu teria que trocar o avião pelo helicóptero”, disse Carlos Alberto. “Eu mal sabia que minha paixão pelos helicópteros estava apenas começando”.

O Comandante trocou, então, a segurança e o conforto dos aviões pela liberdade e o risco maior de voar num helicóptero. “Não era tão seguro como hoje, mas voávamos baixo e não faltava espaço na cidade para aterrissar no caso de uma pane.”

O preço de um helicóptero, segundo o comandante, era dez vezes maior que um avião de pequeno porte. O motivo pelo qual os fazendeiros resolveram comprar o Bell 47-D era a eficiência no processo de pulverização. O aparelho chegou ao Brasil completamente desmontado e passou pela alfândega no porto de Santos. Os técnicos montaram no “campinho” (como fora carinhosamente batizado o Campo de Marte) e, em seguida, o helicóptero foi conduzido para o interior. “Fiz apenas quatro horas de treinamento” afirmou”.








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