Na
série ‘Males da Alma’ deste domingo, Drauzio Varella explicou o que é Transtorno
Obsessivo-Compulsivo, o TOC. O Fantástico de 12 de dezembro de 2004 exibiu uma
entrevista do repórter Geneton Moraes Neto com Roberto Carlos que revelou
enfrentar a doença.
GMN:
É verdade ou é lenda essa história de que você fala com as plantas?
Roberto
Carlos: “É um pouco de verdade e um pouco de lenda. Falo com as plantinhas. Mas,
na realidade, o que faço é carinho nas plantas, por serem seres vivos”.
GMN:
O que é que você diz a elas?
Roberto
Carlos: “Faço um carinho. Cumprimento. Digo: “Bom dia. Tudo bem”. Boto a mão nas
plantas com muito carinho. Tenho realmente muito carinho por elas. Mas não
existe uma conversa. Antigamente, eu dizia até que ouvia as plantas. Mas acho
que eu estava meio....
GMN:
Você já pensou em incluir uma música de Cartola no repertório?
Roberto
Carlos: “Quase cantei uma música de Cartola : “As Rosas não Falam”. Mas,
justamente por achar que as rosas falam, eu disse: “Não; não vou gravar ainda
não”. Pode ser que um dia eu venha a gravar. A música é linda. A letra é linda,
maravilhosa. Cartola ó um grande compositor, inspiradíssimo. Faz coisas lindas.
Quem sabe um dia eu vou gravar uma de suas músicas...””.
GMN:
Se eu estivesse de marrom – uma cor que você detesta – você me receberia?
Roberto
Carlos: “Receberia. Mas, se você fosse gravar um disco comigo de marrom, eu iria
ficar meio “assim”.
GMN:Você
diz que já conseguiu se livrar de manias que estavam atrapalhando você. De que
mania exatamente você já se livrou?
Roberto
Carlos: “Não é bem assim! Não são só manias. É a questão do TOC, o Transtorno
Obsessivo Compulsivo. Não se trata de se livrar dessa ou daquela mania, mas de
tratar o problema como um todo. Determinadas coisas me angustiam hoje menos do
que antes. Exemplo: o fato de você estar de preto não está me incomodando.
Antes, eu poderia ficar um pouco incomodado.
GMN:
Você chegou a mudar letras de músicas suas, para evitar dizer certas palavras ?
Hoje, você se sentiria à vontade para dizer certas palavras?
Roberto
Carlos: “Estou quase. Eu mudei a letra de “É preciso saber viver”. Digo “se o
bem e o bem existem”. Mas, daqui a pouco, eu vou dizer a outra”.
GMN:
Quantas sessões de tratamento você vem fazendo por semana para se livrar do
TOC?
Roberto
Carlos: “Faço duas sessões por semana já há algum tempo”.
GMN:
Você tem apelado para medicamentos também?
Roberto
Carlos: “Não tenho tomado remédio”.
GMN:
Que palavras você não dizia antes mas agora se sente à vontade para dizer?
Roberto
Carlos: “Ainda não cheguei a este estágio do tratamento. Mas algumas reações que
eu censurava muito eu segurava. Hoje em dia, falo. Digo as coisas que me
incomodam. Uso qualquer tipo de palavra – inclusive palavrão mesmo. Eu me
segurava muito. Ficava sempre me criticando e me segurando”.
GMN:
Com o tratamento , você já conseguiu descobrir qual foi a origem dessas
manias?
Roberto
Carlos: “Não existe a descoberta da origem. O Transtorno Obsessivo Compulsivo
pode até ser hereditário. Não tem uma origem básica. Isso parece que já vem no
DNA”.
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Roberto Carlos
Matéria exibida pela TV em 19 de dezembro de 2004.
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