O Baú do Carlos Alves (49)

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Uma vida em A União

(Publicado no jornal A União em 7 de julho de 2010)

Óbvio que, quando entrei pela primeira vez em “A União” em 1971, lá encontrei na oficina de composição o falecido Manuel Faria, Elvino Lourenço, Francisco Soares e Liberal Maciel. Ao lado do José Daniel Macide, na altura coordenador, mantive sempre uma relação amistosa com este pessoal. Relação de respeito pelos seres humanos que eram e, sobretudo, pela sua lisura na profissão que abraçaram, faceta que mantive quando, mais tarde (alternadamente), passei por coordenador. Confesso que tinha as minhas preferências na composição dos meus textos. Confesso que sempre tinha “medo”, nesse sentido, do Liberal Maciel, mas também sempre compreendi o limite da sua capacidade como linotipista.

Dessa gente generosa e amiga, mantém-se fiel a esta empresa (UGA) o Elvino Lourenço que, pelo que tomei conhecimento, completou quarenta anos de “A União”. Uns saíram e depois acabaram por regressar, mas Elvino Lourenço nunca mudou de camisola e não é agora, penso, que isso vai acontecer. Como eu sempre dizia, ele casou com “A União”. E creio que, profissionalmente falando, “A União” sempre teve ao seu lado um exemplar companheiro, leal aos seus compromissos e, acima de tudo, mantendo-se arreigado aos seus reais princípios, isto é, dignificando a sua profissão e o jornal que lhe abriu a porta aos onze anos de idade.

Eu, pessoalmente, posso corroborar todo esse amor à União Gráfica Angrense, uma vez que, em 1991, quando fui para São Miguel chefiar a redacção do Jornal do Desporto, fui incumbido, pelas minhas próprias referências à então entidade patronal, de convidar Elvino Lourenço para paginador da empresa Impraçor (hoje tem outro nome), que era proprietária do Jornal Açoriano Oriental, Açores, Jornal do Desporto e Revista Açores. Recordo que, nessa ocasião, António Lourenço de Melo, administrador, me passou toda a liberdade para eu conseguir a “transferência” do Elvino para São Miguel. O ordenado era chorudo (não vou dizer aqui quanto), mas o Elvino Lourenço não se deixou tentar. Manteve-se  de braço-dado com o seu primeiro grande amor, na circunstância o Jornal “A União”. Por conhecer todos os princípios deste companheiro, não insisti mais com a oferta, acabando mesmo a Impraçor por recorrer a um paginador continental.

Hoje, nesta regular presença em “A União”, como colunista, não podia, de forma alguma, deixar de, publicamente, prestar a minha homenagem a esse distinto profissional e, também, subscrever tudo aquilo que foi relatado na reportagem inserida neste matutino no dia 3 de Julho corrente.

Quarenta anos ao serviço de “A União”, é obra. Uma vida. E eu aqui também falo por mim que já vou com quarenta e seis anos de jornalismo, com o objectivo (se lá chegar) de atingir as “Bodas de Ouro”.

Meu amigo Elvino Lourenço: em alguma ocasião, posso ter sido injusto contigo, mas jamais deixei de aquilatar o teu “savoir faire” e a tua clarividente dedicação à empresa União Gráfica Angrense. Bem haja!

NOTA FINAL – Quando aqui se falou de amor e dedicação, o segundo amor de Elvino Lourenço passa pelo Clube Desportivo de Belém, na qualidade de dirigente e de treinador das camadas jovens. Outra actividade em que foi igual a si próprio.

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