Roberto Carlos canta seus clássicos para uma multidão digna de réveillon em Copacabana

DO TEXTO:

RIO - Foi como um pré-réveillon o show que Roberto Carlos fez na praia de Copacabana na noite deste sábado. Grande parte da plateia foi no clima e usava branco ou roupas douradas e tudo virou uma grande celebração, regada pelas letras e canções que já estão no imaginário popular há gerações. O show começou 15 minutos depois do previsto (21h45m) e a entrada do astro foi precedida por um pot-pourri instrumental com pequenas partes vocais da banda, regida pelo maestro Eduardo Lages.

Então, com a tradicional abertura com "Emoções", RC adentrou o palco. Esta foi a única música que cantou em pé. Ele contou que ninguém deve andar de moto depois dos 35 anos, e ele, há cinco, entrou nessa e estava com o joelho machucado. Logo, a dor não deixou que ele fizesse o show de pé, e, por isso, passou toda a apresentação sentado num banco alto, de onde desfilou seus grandes sucessos. A primeira parte durou 30 minutos ininterruptos, apenas com um aparte para Roberto elogiar Copacabana, o lugar onde sempre quis morar desde antes de vir para o Rio (e onde morou, de fato, por um tempo). Foi a deixa para, logo após interpretar "Além do horizonte", embalar no mesmo ritmo um pedaço de "Copacabana' (princesinha do mar), e exaltar a praia mais famosa do mundo.

Depois desse bloco, veio a primeira convidada da noite, a cantora Paula Fernandes (?), que, junto com RC, desfilou alguns de seus sucessos da época da jovem guarda, as musicas mais animadas daquele período (como "Eu sou terrível"). Pouco depois, veio a dupla caipira Bruno & Marrone (que RC chamou de 'azulone", já que não gosta da cor marrom). Tanto Paula quanto a dupla tiveram seus momentos solo, o bastante para dar tempo de RC recarregar as baterias fora do palco. Mais legal seria se o dono da noite tivesse recebido o DelRey, Exalta Rei ou Lafayette & Os Tremendões, mais a ver com ele do que estes. Na sequência, ele mandou "Todos estão surdos", cujo final ganhou batidão de samba para dar a deixa para o grupo Exaltasamba entrar em cena.

Foi o primeiro toque do ritmo da noite, que logo adiante contaria também com Neguinho da Beija-Flor e a bateria da escola de samba de Nilópolis, que, no Carnaval de 2011, homenageará RC em seu (fraco) samba-enredo.

Antes de a noite se encerrar com a tradicional "Jesus Cristo", Roberto (que, em nenhum momento se mostrou realmente empolgado, seria a dor?) recebeu um coral de crianças da Rocinha, que executou "Noite feliz", dando o toque natalino da apresentação. Desta vez, Roberto foi agraciado por uma noite perfeita, com um vento fresquinho soprando do mar, que funcionava como um ar condicionado natural, em vez da chuva que o recepcionou no show do Maracanã, em 2009.

A qualidade de som e luz do palco era boa o bastante para ser bem captada de várias partes da praia (com ajuda de dois bons telões de alta definição), que recebeu uma multidão digna das festas de fim de ano. Depois, dessa, dificilmente algum show do dia 31 vai reunir mais gente e emoção do que o de RC, que tem força o bastante para passar por cima de arranjos burocráticos e convidados "nada a ver".








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