Mulheres brasileiras

DO TEXTO:




Por: Carlos Alberto Alves
Email: jornalistaalves@hotmail.com
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Hoje tive mesmo que escrever. Não tinha outro jeito. Rompi com a promessa de que só mandaria artigos para publicação depois das minhas férias nos Açores. Mas, aqui, não queria deixar para amanhã o que podia fazer hoje. E hoje era por isso, por estarmos perto do Natal e, como tal, Noblesse Oblige! Estou vivendo no Brasil há quase sete anos e nunca afinei pelo pseudo-diapasão que as mulheres brasileiras são todas iguais.

As sociedades têm formas semelhantes para criar e desenvolverem preconceitos em torno de diferentes minorias que sustentam, posteriormente, discriminações de diferentes graus e impactos. O importante não é saber se esta ou aquela sociedade discrimina, mas sim quem é que é discriminado. Vou partilhar com o leitor dois episódios que aconteceram nos Açores e do quais tive conhecimento junto de fonte fidedigna. No outro dia a Márcia (nome fictício) foi às compras com o marido. Depois das compras dirigiram-se à praça de táxi para regressarem à casa. No percurso para a praça de táxi, o marido teve de regressar ao espaço comercial. Nesse intervalo de tempo, a Márcia dirigiu-se sozinha para o táxi. O taxista, simpático, ajudou-a a arrumar as compras e quando ele se apercebeu que a Márcia é brasileira fez-lhe a seguinte pergunta: quanto é que a menina leva para estar comigo? Isso aconteceu a escassos segundos antes do marido da Márcia regressar. Maria, imigrante brasileira radicada há já alguns anos numa ilha açoriana, está desempregada. Casada, também, com um jovem açoriano, começou nos últimos tempos a enviar currículo para diversas instituições. Aproveitando uma ida às compras, Maria foi perguntar se já havia uma vaga para o trabalho que, entretanto, concorrera. A senhora que a atendeu disse-lhe que ainda não tinha nenhuma resposta. Uma outra funcionária que estava a ouvir a conversa, percebendo que a Maria é brasileira, disse-lhe literalmente isso: - A menina é brasileira. Não sei por que razão quer vir trabalhar aqui. Se fosse a si, iria ganhar uns trocos como puta. Ganharia muito mais. A Maria nem queria acreditar no que acabara de ouvir e o episódio ainda está para ser revolvido pelo grupo que gere o espaço comercial em causa. Vivem em Portugal mais de 65 mil brasileiros e metade são mulheres. Nos Açores, a comunidade é composta por perto de mil brasileiros. A larga maioria das imigrantes brasileiras trabalha no sector do comércio, serviços e limpeza. No entanto, as pessoas insistem na ideia de que todas as brasileiras são prostitutas ou que trabalham na diversão noturna. As brasileiras que vivem na Região são confrontadas diariamente com comportamentos brutalmente discriminatórios. Há mulheres brasileiras na prostituição como temos portuguesas, no caso em apreço açorianas, a fazerem a mesma coisa. Ninguém tem nada a ver com a vida alheia. Todavia, é muito preocupante quando percebemos que os estereótipos construídos à volta da mulher brasileira têm dificultado a necessária e desejável integração dessa comunidade nas ilhas que tem dado um contributo válido no desenvolvimento dos Açores.

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2 Comentários

Comentários

  1. Estimado Carlos Alberto Alves!

    Sempre tenho acompanhado as suas marérias muito bem redigidas aqui no Blog, só que não deixo comentários. Os meus alausos pela escolha desse tema que foi posto aqui e a forma verdadeira como escrevestes, eu te dou nota mil e muito mais, pois é pura verdade o que disseses aqui.

    Como no blog já existe imensas matérias sobre o Roberto Carlos, achei brilhante essa de hoje mais ainda que todas, pois você está falando de um problemas seríssimo no mundo e nos países do mundo subdesenvilvidos e daqueles que ainda não incorporaram ainda esse crescimento, por justamente serem povos machistas e que discriminam pessoas como os brasileiros e com excelência as brasileiras.

    Já citei exemplo aqui de pessoas que moravam na minha rua aqui em Fortaleza e trabalhava na área de turismo( a minha amiga) e o marido aposentado da Aeronàutica.

    Foram morar em Portugal, pra fazer um pé de meia, como se diz, para conseguir um dinheirinho a mais pra viverem melhor na prosperidade dos anos vindouros.

    Chegando em Portugal, ela como uma pessoa instruida não conseguiu o que almejava, mas ao menos conseguiu tabalahar em um grande Rede de Supermercado.

    De início o tratamento que ela recebia era de discriminação, os homens dando cantadas indecorosas principalmente os chefes e outros que tem a mentalidade, discriminatórias,considerando que todas as mulheres vacas, putas e isso ela sofreu na pele esse tipo de discriminação.

    Essa minha amiga foi com a família morar em Setúbal e ainda continua morando lá já fazem de oito a dez anos.

    No exemplo que falei do supermercado em que a mesma trabalha, ela por ser uma mulher forte, de uma personalidade bem formada e muito bem comunicativa e expressiva, já que a mesma trabalhava no Brasil na área de turismo, então ela bem que tinha suporte para defender-se pois não calou aos tremendos insultos e maus tratos entrentados pelos portugueses.

    Também vou citar mais um exemplo, Carlos Alberto, a minha médica Dermatologista gosata de passar férias pela Europa e voltando da Croácia e passndo por Portugal, ela sentiu essa discriminação até por parte das mulheres portuguesas que também de certa forma incorporou o mesmo pensamento machista dos seus maridos ou de outros portugueses que vêm divulgados na imprensa.

    A médica minha amiga na sua simplicidade não ficou exibindo e falando que era médica no Brasil, e deixou ficar apenas elas a repensarem quando a médica brasileira e minha amiga falou que tudo aquilo que ela estava a dizer nós tínhamos incorporado de uma cultura que tínhamos herdado delas próprias infelizmente. Daí ela deve ter tirado as suas conclusões.

    Tem uma matéria que postei aqui sábado, ontem, sobre a criação da Unilab, você como homem culto deve tomar conhecimento, criada no governo Lula e que Redenção cidade cearense situada no maciço do Baturité ou Sertão Central, que irá funcionar a partir de maarço de 2011 em sedes provisórias para atender países que fazem parte da CPLP e alguns paises asiáticos, também irá atender a uma parte da população cearense, que reside naquela área por não possuir nenhuma universidade naquela região, os jovens não concluiram ainda os seus cursos ou ninca iniciaram um curso de graduação.

    Se não for me atrever muito vou deixar aqui o link de uma matéria que escrevi no blog Elo Geogtáfico.

    http://elogeografico.blogspot.com/2010/11/brasileiro-teria-sido-morto-em-portugal.html

    Mais uma vez meus parabéns pela maéria excelente e que precisaria muito ser posta aqui.

    Obrigada ao Armindo e um grande abraço pra você nobre jornanista.

    Mazé Silva

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  2. FIQUEI INDIGNADA...QUE HORROR!!! Meu bisavô era portugues e nunca nos falou sobre esse assunto, afff...Bem que podíamos passar o final de ano sem essa, não achas??? afinal o sangue que corre em nossas veias tb é portugues, rsrsrsr. Até as prostitutas merecem nosso respeito, são seres humanos também...Fica com Deus!!!

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