Onde está a música Erudita portuguesa?

DO TEXTO:


José Eduardo Martins, pianista, professor aposentado da USP (Universidade de São Paulo), mantém-se na atividade musical no Brasil e no exterior, sobretudo em Portugal. Irmão do jurista Ives Gandra Martins e do maestro João Carlos Martins, é de uma família luso-brasileira. O pai José da Silva Martins, natural de Braga foi, segundo ele, o decano da colônia portuguesa em São Paulo. Faleceu aos 102 anos.

Hoje, Eduardo Martins atua em diversos países levando a música erudita brasileira e também a portuguesa, o que segundo defende, não existe difusão constante da música erudita. Em uma crítica, o pianista chamou atenção para a música portuguesa que não é tocada no Brasil.



“Tenho a impressão que há um desconhecimento dos músicos brasileiros. Eles desconhecem essa música. E os músicos portugueses mais conhecidos fora de Portugal geralmente não tocam a música portuguesa, preferem tocar a música internacional”, diz Eduardo Martins, citando que Portugal conta com “músicos extraordinários” que tocam a sua música erudita.

Este é, para ele, um dos fatores que prejudica a difusão deste estilo musical vindo de Portugal. “Se as pessoas que são mais conhecidas de Portugal se apresentam fora sem tocar a música portuguesa, essa música não é difundida. Ela é difundida pelos extraordinários músicos que moram em Portugal, e por alguns luso-brasileiros, como é o meu caso, que tocam a música portuguesa”.





O pianista já gravou 4 CDs de música portuguesa, na Bélgica, com divulgação em outros países, e agora pretende lançar mais dois. Também gravou outros títulos de música erudita brasileira, e defende que os músicos brasileiros, “até por uma questão de raiz”, deveriam se ater para esta questão. “Mas não faz porque a mídia não ventila, porque os compositores não são conhecidos” critica.

Para o pianista, essa luta na difusão da música erudita deve ser da comunidade portuguesa. “Tem que haver uma luta das comunidades para que essa música venha a ser tocada aqui, distribuição de partituras para pessoas estudarem, divulgação dos CDs de música portuguesa tocada por interpretes portugueses ou não. Esta música tem que ser conhecida”.


Jornal

Mundo Lusíada online

05/maio/2010


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