Copa 2010 - Portugal 7x0 Coreia do Norte: Em bom português

DO TEXTO:
Por Vinícius Faustini
Foto AFP


O histórico de partidas com bons resultados e muitos gols, que deram a Portugal credencial suficiente para se classificar à Copa do Mundo de 2010, parecia ter deteriorado nos primeiros 90 minutos na competição (quando empatou em 0 a 0 com a Costa do Marfim). Mas a história ainda estava por ser escrita na segunda partida. E contra a Coreia do Norte, os portugueses escreveram com caneta em verde e vermelho um capítulo à parte na história de uma Copa de poucos gols.

A Coreia do Norte revelou-se uma antagonista com forte personalidade moldada por seu treinador Kim Jong Hun. Seu esquema era explicitamente defensivo, com cinco homens de defesa, quatro no meio-de-campo e apenas Tae Se adiantado (mas não tanto). Talvez motivados por terem perdido de pouco na estreia contra o Brasil, os norte-coreanos eram incansáveis na marcação. Após limitar as oportunidades dos portugueses a um chute de Cristiano Ronaldo que bateu na trave e uma bola no travessão em cabeçada do zagueiro Ricardo Almeida, os asiáticos até esboçaram tentativas no ataque. Todas mal-sucedidas, feitas por uma seleção que não tem vocação para atacar.

Os primeiros minutos pareciam que as mudanças que Carlos Queiroz fez na equipe em relação ao jogo de estreia tinham sido piada de português. O lateral Miguel, o meia Tiago e os atacantes Hugo Almeida e Simão entraram, respectivamente, nos lugares de Paulo Ferreira, Deco, Danny e Liédson. A piada parecia de mau gosto principalmente porque os brasileiros naturalizados portugueses Deco e Liédson, louvados pela imprensa do país que defendem, tinham ido para a reserva. Tiago comentou a desmentir as desconfianças com a nova equipe de Portugal aos 29 minutos. Ele lançou Raul Meirelles, que chutou rasteiro no fundo da rede de Myonge Guk. Gol que prometia ser decisivo, diante do forte poder de combate que a Coreia do Norte apresentou (e sem cometer faltas).

Mas a eficiência da postura norte-coreana ficou restrita aos 45 minutos iniciais. A partir do segundo tempo, os portugueses iniciaram um massacre de bom futebol. Aos oito minutos, num gol de Simão que passou antes pelos pés talentosos de Hugo Almeida e Raul Meirelles. No minuto seguinte, em cruzamento excelente de Coentrão que deu mais tempero à cabeçada de Hugo Almeida para fazer o terceiro. Aos 12, na corrida de Cristiano Ronaldo pela esquerda que encontrou Tiago livre para fazer o quarto.

A goleada estava escrita, só que alguns jogadores ainda queriam mostrar serviço. No gol mais esperado por todos os portugueses, dois anos depois de marcar pela última vez em jogos oficiais (na Eurocopa de 2008, diante da República Tcheca), Cristiano Ronaldo dividiu com um zagueiro norte-coreano e a bola sobrou para ele mesmo fazer o quinto gol da partida, aos 35.

Liédson saiu do banco para entrar no lugar de Hugo Almeida, e mostrou que a reserva não mexeu com seu oportunismo, fazendo um belo gol aos 42 minutos. Dois minutos depois, Tiago deu números finais à partida. O sonoro 7 a 0 é, até o momento desta crônica, a maior goleada da Copa do Mundo de 2010. Portugal chegou aos quatro pontos, dois a menos que sua próxima adversária, a Seleção Brasileira.

No dia 25, os portugueses precisam
apenas de um empate para se classificar, mas a vitória dará ao time treinado por Carlos Queiroz o primeiro lugar no Grupo G. A safra de gols do Estádio Green Point descreveu em bom português as boas armas que Portugal tem para seguir na Copa.
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21-06-2010

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NO
TA SPLISH SPLASH:

Viníc
ius Faustini, autor da reportagem supra é, nada mais, nada menos, que o nosso querido amigo Vinícius, mais conhecido entre nós por "Salafrário", devido aos seus afamados contos publicados no blog Diário de um Salafrário e reunidos em livro, a não perder, editado pela Litteris Editora. Ao Salafrário, queremos dizer, Vinícius, o nosso muito obrigado por nos ter enviado a presente reportagem.
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2 Comentários

Comentários

  1. Olá Vinicius!

    Vini, você nem imagina o meu contentamento ao ver e ler sua reportagem aqui no Splish Splash.

    Nada mais justo, porque você escreveu sobre um time que está se sobressaindo na copa, Portugal.
    Nosso amigão o que é? Um portuga muito querido.

    Obrigada Vini, e parabéns.
    Obrigada maninho, por colocar o comentário do nosso amigo aqui para todos nós lermos.

    Beijos aos dois,
    Carmen Augusta

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  2. Armindo, a honra é toda minha por ter meu texto do Almanaque Virtual reproduzido aqui neste blogue mais melhor bom do mundo e arredores. Fico muito feliz de participar do Splish Splash em alguns momentos, e por todo o apoio que todos daqui me dão.

    Obrigado a você pelas palavras, Carmen. O contentamento é o presente que vocês me dão.

    Abraços ao Armindo e beijos pra Carmen,

    Vinícius Faustini

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