Internautas lembram vitória dramática do tricampeão
Senna ergue o troféu após vencer o GP do Brasil (Crédito: Arquivo)
LANCEPRESS!
Ayrton Senna completaria neste domingo 50 anos e o LANCENET! fez uma enquete sobre qual foi a melhor corrida do tricampeão na Fórmula 1. E o GP do Brasil de 1991, primeira vitória de Ayrton diante da torcida brasileira, foi eleito com 33% dos mais de 8 mil votos dos internautas. Para homenagear Ayrton, relembre esta corrida que entrou para a História como uma demonstração de garra, dedicação e força interior do ídolo eterno.
A CORRIDA
Ayrton Senna chegava ao Grande Prêmio do Brasil de 1991 após uma vitória teoricamente tranquila em Phoenix (EUA). Afinal, ele terminara a corrida com 30 segundos de vantagem sobre seu rival Alain Prost com o novo McLaren MP4/6 de motor Honda 12 cilindros, que mal havia sido testado.
CONFIRA UMA GALERIA ESPECIAL DE SENNA
Ora, se com um carro quase zero quilômetro Ayrton havia liquidado seus adversários, era de se esperar um novo triunfo em Interlagos, diante da torcida brasileira. Mas Ayrton havia alertado que a facilidade da vitória havia sido enganosa, que a Williams tinha um carro veloz, que o MP4/6 ainda tinha problemas... Os críticos duvidaram e logo chamaram o alerta de bravata. Pois bem, em Interlagos as coisas saíram bem do jeito que Senna havia falado.
VIVIANE SENNA: 'AYRTON ATIVA O QUE HÁ DE MELHOR NAS PESSOAS'
Nos treinos, a Williams de Riccardo Patrese e Nigel Mansell começou a demonstrar a força que faria da equipe uma pedra no sapato da McLaren naquele ano de 1991 e a grande potência da década, com títulos de construtores em 1992, 1993, 1994, 1996 e 1997. A poucos minutos do fim da classificação de sábado, Patrese detinha a pole position, mas Senna, com uma das suas voltas voadoras, cravou 1m16s392 para garantir sua 54ª pole na Fórmula 1.
radio l! Viviane Senna fala sobre o cinquentenário de Ayrton. Ouça!
A largada deixaria ainda maior a impressão de que Senna passearia em casa, já que o então bicampeão partiu com perfeição, sem dar chance aos rivais. Mas logo as coisas se mostrariam muito mais complicadas. Mansell, com uma boa largada, passou Patrese e logo se posicionou atrás de Ayrton, sempre a menos de três segundos. Senna, que vinha claramente exigindo muito do carro, conseguia respirar sempre quando encontrava algum retardatário e o colocava entre ele e o inglês.
Senna e Mansell faziam uma corrida à parte, abrindo enorme vantagem sobre os demais. A primeira rodada de troca de pneus manteve as posições, mas o inglês voltou andando bem melhor e tirando rapidamente a desvantagem, que crescera após um mau trabalho da Williams nos boxes. Só que um pequeno furo no pneu traseiro direito do Williams fez o Leão entrar novamente nos boxes, o que fez Ayrton ter uma enorme diferença na liderança.
Só que Mansell voltou andando ainda mais veloz e a vantagem de Ayrton, que tinha problemas com os pneus, começou a desaparecer rapidamente. Para piorar, a quarta marcha do McLaren começou a pular, o que fazia Senna perder tempo e ter um desgaste físico, já que ele tinha de mudar de terceira para quinta diretamente. Mas Mansell também teve problemas com o câmbio semi-automático do Williams e rodou na 60ª volta de um total de 71, abandonando a prova.
Naquele momento, Ayrton tinha 40 segundos de vantagem para Patrese, o que faria supor uma jornada tranquila até o fim. Mas o câmbio de Senna começou a entrar em colapso a menos de dez voltas do fim, e, a sete voltas da bandeirada, só restou a sexta marcha. Com isso, o brasileiro teve de fazer um esforço físico ainda maior para segurar o carro, que, sem o auxílio da redução de marchas, teimava em sair de frente.
Avisado que Senna tinha problemas, Patrese apertou o ritmo a ponto de a diferença ficar a menos de cinco segundos a duas voltas do fim. Quando a ultrapassagem parecia questão de tempo, o italiano também teve problemas de câmbio e uma chuva começou a cair, deixando o asfalto liso como gelo e nivelando a situação. Senna, vale lembrar, só com a sexta marcha, chegou a implorar pelo fim da prova, mas cumpriu as 71 voltas, para delírio da multidão em Interlagos.
Naquela corrida, a TV Globo havia armado de Senna conversar com o narrador Galvão Bueno após a bandeirada, mas, dada a dramaticidade da situação, Senna começou a urrar no cockpit de seu McLaren, em parte pela vitória e em outra pelas dores musculares no pescoço e braços pelo esforço gigantesco para manter o carro na pista. Esgotado, Ayrton parou seu carro na reta oposta e ficou no cockpit esperando ajuda para ir ao pódio, onde levantou com dificuldade o troféu da vitória, sob chuva.
Ninguém àquela altura sabia da situação extrema que Ayrton vivera. O brasileiro contou o drama aos jornalistas, com emoção:
- Comecei a ter um desgaste que eu não poderia ter, já com o desgaste acumulado da corrida. E, de repente, fiquei sem a quinta, sem a terceira, e a única que ficou foi a sexta. Tentei mudar as marchas e o câmbio ficou em ponto morto. Nas retas, tudo bem, mas nas curvas era impossível guiar, o motor empurrava o carro para fora. No finalzinho começou a garoar e quase passei reto. Achei que não ia ganhar, mas quando deu três, duas voltas... Aí pensei: lutei tanto, vai ter de dar. Ele é maior do que tudo e vai me dar essa. Deus me deu essa vitória. A emoção foi grande demais. E Senna era maior do que um câmbio só em sexta marcha.
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Senna ergue o troféu após vencer o GP do Brasil (Crédito: Arquivo)
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Ayrton Senna completaria neste domingo 50 anos e o LANCENET! fez uma enquete sobre qual foi a melhor corrida do tricampeão na Fórmula 1. E o GP do Brasil de 1991, primeira vitória de Ayrton diante da torcida brasileira, foi eleito com 33% dos mais de 8 mil votos dos internautas. Para homenagear Ayrton, relembre esta corrida que entrou para a História como uma demonstração de garra, dedicação e força interior do ídolo eterno.
A CORRIDA
Ayrton Senna chegava ao Grande Prêmio do Brasil de 1991 após uma vitória teoricamente tranquila em Phoenix (EUA). Afinal, ele terminara a corrida com 30 segundos de vantagem sobre seu rival Alain Prost com o novo McLaren MP4/6 de motor Honda 12 cilindros, que mal havia sido testado.
CONFIRA UMA GALERIA ESPECIAL DE SENNA
Ora, se com um carro quase zero quilômetro Ayrton havia liquidado seus adversários, era de se esperar um novo triunfo em Interlagos, diante da torcida brasileira. Mas Ayrton havia alertado que a facilidade da vitória havia sido enganosa, que a Williams tinha um carro veloz, que o MP4/6 ainda tinha problemas... Os críticos duvidaram e logo chamaram o alerta de bravata. Pois bem, em Interlagos as coisas saíram bem do jeito que Senna havia falado.
VIVIANE SENNA: 'AYRTON ATIVA O QUE HÁ DE MELHOR NAS PESSOAS'
Nos treinos, a Williams de Riccardo Patrese e Nigel Mansell começou a demonstrar a força que faria da equipe uma pedra no sapato da McLaren naquele ano de 1991 e a grande potência da década, com títulos de construtores em 1992, 1993, 1994, 1996 e 1997. A poucos minutos do fim da classificação de sábado, Patrese detinha a pole position, mas Senna, com uma das suas voltas voadoras, cravou 1m16s392 para garantir sua 54ª pole na Fórmula 1.
radio l! Viviane Senna fala sobre o cinquentenário de Ayrton. Ouça!
A largada deixaria ainda maior a impressão de que Senna passearia em casa, já que o então bicampeão partiu com perfeição, sem dar chance aos rivais. Mas logo as coisas se mostrariam muito mais complicadas. Mansell, com uma boa largada, passou Patrese e logo se posicionou atrás de Ayrton, sempre a menos de três segundos. Senna, que vinha claramente exigindo muito do carro, conseguia respirar sempre quando encontrava algum retardatário e o colocava entre ele e o inglês.
Senna e Mansell faziam uma corrida à parte, abrindo enorme vantagem sobre os demais. A primeira rodada de troca de pneus manteve as posições, mas o inglês voltou andando bem melhor e tirando rapidamente a desvantagem, que crescera após um mau trabalho da Williams nos boxes. Só que um pequeno furo no pneu traseiro direito do Williams fez o Leão entrar novamente nos boxes, o que fez Ayrton ter uma enorme diferença na liderança.
Só que Mansell voltou andando ainda mais veloz e a vantagem de Ayrton, que tinha problemas com os pneus, começou a desaparecer rapidamente. Para piorar, a quarta marcha do McLaren começou a pular, o que fazia Senna perder tempo e ter um desgaste físico, já que ele tinha de mudar de terceira para quinta diretamente. Mas Mansell também teve problemas com o câmbio semi-automático do Williams e rodou na 60ª volta de um total de 71, abandonando a prova.
Naquele momento, Ayrton tinha 40 segundos de vantagem para Patrese, o que faria supor uma jornada tranquila até o fim. Mas o câmbio de Senna começou a entrar em colapso a menos de dez voltas do fim, e, a sete voltas da bandeirada, só restou a sexta marcha. Com isso, o brasileiro teve de fazer um esforço físico ainda maior para segurar o carro, que, sem o auxílio da redução de marchas, teimava em sair de frente.
Avisado que Senna tinha problemas, Patrese apertou o ritmo a ponto de a diferença ficar a menos de cinco segundos a duas voltas do fim. Quando a ultrapassagem parecia questão de tempo, o italiano também teve problemas de câmbio e uma chuva começou a cair, deixando o asfalto liso como gelo e nivelando a situação. Senna, vale lembrar, só com a sexta marcha, chegou a implorar pelo fim da prova, mas cumpriu as 71 voltas, para delírio da multidão em Interlagos.
Naquela corrida, a TV Globo havia armado de Senna conversar com o narrador Galvão Bueno após a bandeirada, mas, dada a dramaticidade da situação, Senna começou a urrar no cockpit de seu McLaren, em parte pela vitória e em outra pelas dores musculares no pescoço e braços pelo esforço gigantesco para manter o carro na pista. Esgotado, Ayrton parou seu carro na reta oposta e ficou no cockpit esperando ajuda para ir ao pódio, onde levantou com dificuldade o troféu da vitória, sob chuva.
Ninguém àquela altura sabia da situação extrema que Ayrton vivera. O brasileiro contou o drama aos jornalistas, com emoção:
- Comecei a ter um desgaste que eu não poderia ter, já com o desgaste acumulado da corrida. E, de repente, fiquei sem a quinta, sem a terceira, e a única que ficou foi a sexta. Tentei mudar as marchas e o câmbio ficou em ponto morto. Nas retas, tudo bem, mas nas curvas era impossível guiar, o motor empurrava o carro para fora. No finalzinho começou a garoar e quase passei reto. Achei que não ia ganhar, mas quando deu três, duas voltas... Aí pensei: lutei tanto, vai ter de dar. Ele é maior do que tudo e vai me dar essa. Deus me deu essa vitória. A emoção foi grande demais.
E Senna era maior do que um câmbio só em sexta marcha.
RESULTADO DA ENQUETE
Mônaco-1984 - 589 votos - 7,15%
Portugal-1985 - 209 votos - 2,54%
EUA-1986 - 132 votos - 1,6%
Canadá-1988 - 104 votos - 1,26%
Japão-1988 - 823 votos - 9,99%
Itália-1990 - 46 votos - 0,56%
Brasil-1991 - 2740 votos - 33,27%
Mônaco-1992 - 397 votos - 4,82%
Brasil-1993 - 1626 votos - 19,74%
Europa-1993 - 1569 votos - 19,05%
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