Aos 68 anos, Rei experimenta o auge

DO TEXTO:
Roberto Carlos se emociona a cada show, “não tem como não se emocionar” Roberto Carlos pode se dar ao luxo de chegar em Belo Horizonte em cima da hora (ele se apresenta, na sexta-feira (13), em um cassino no Uruguai; o repertório é outro, em espanhol) porque está cercado de profissionais experientes. Trabalhando com o Rei há 44 anos, o gerente de produção Genival Barros chegou à capital mineira segunda-feira com três carretas: 70 toneladas de equipamentos. “Vamos deixar prontinho para tudo ser perfeito sábado”, prometeu, antes de seguir para Punta del Leste, ontem. Responsável pela direção musical e arranjos do espetáculo, o maestro Eduardo Lages trabalha com Roberto Carlos há 31 anos e diz que a escolha do set list nunca foi tarefa simples. “Não é fácil, no bom sentido, porque ele tem muito sucesso, muita coisa boa, o complicado é deixar tantos sucessos de fora, tem sempre alguém que pergunta porque não tocou alguma música. Das mil músicas dele, 100 são sucessos; no show são 18”, diz, acrescentando que eles tentam fazer um rodízio, mas algumas músicas não ficam de fora nunca, como “Emoções” e “Detalhes” (esta última, em número voz e violão). Outras que entraram nesse espetáculo comemorativo dos 50 anos de carreira não eram tocadas há muitos anos, caso de “Quando”, “A Namoradinha do Amigo Meu” e “Do Fundo do Meu Coração”. O último acréscimo ao set list foi a inédita “A Mulher que Eu Amo”. Entre os momentos de maior emoção do espetáculo, Eduardo Lages destaca a abertura, com um karaokê gigante de “Como é Grande o Meu Amor Por Você”. “O protagonista da abertura é o público que canta com a orquestra; o Roberto fica no fundo do palco e já entra bastante emocionado”. Sim, mesmo depois de 50 anos de estrada, Roberto Carlos se emociona a cada show. “É muita gente, muito carinho, não tem como não se emocionar”. E ainda por muito tempo. “A impressão que tenho é que ele está no auge da carreira, do prestígio, do carinho do público. Aumentou muito o público dele, ele vem se tornando unanimidade; é o maior artista popular de todos os tempos em função de arrebanhar esse povão inteiro, de todas as gerações, classes e raças”. Quando começou a trabalhar com Roberto Carlos, em 1978, Eduardo Lages tinha 30 anos. “Eu vinha de outro tipo de música, mais MPB, e me deparei com um público de 400 mil pessoas na Esplanada dos Ministérios. Foi ao mesmo tempo um susto e deslumbramento”, lembra. Para o maestro, o Rei é ainda mais profissional hoje que à época. “Acho que ele canta melhor agora, apesar de eu gostar muito das músicas gravadas na época. Ele saiu daquela fase, entrou em fase muito religiosa, parou com as músicas românticas, teve o falecimento da mulher dele, mas nada como o tempo para dar uma mudada, curar feridas. A impressão que tenho, pelas músicas que ele em fazendo, é que ele vai voltar a ter grande sucesso de novo como compositor, e tem tudo para continuar por muitos anos, com muita fertilidade, porque ele é uma pessoa muito sadia, que se cuida, faz ginástica, se alimenta bem, é realizado”. “Roberto Carlos atravessou o tempo de maneira muito própria, com identidade, se mantendo impecável, com fases de vida, como todo mundo tem, e com uma banda de primeira”, avalia a belo-horizontina Cláudia Schembri, fotógrafa oficial desta turnê. Nos últimos cinco anos, Cláudia registrou os shows do Rei nos cruzeiros, mas tem se surpreendido com essa turnê. “O Roberto é rei por direito, as pessoas é que fazem dele um rei”, diz, avaliando que a fotografia explicita muito essa realeza. Para isso, Cláudia procura fotografar todo o contexto do show, captar detalhes, características de cada cidade visitada. “A expressão dele é de muita alegria, a emoção transborda durante todo o show e nesse gran finale”, observa, referindo-se ao momento em que o cantor se despede do público distribuindo 12 dúzias de rosas vermelhas e três dúzias brancas.
Viviane Moreno - Repórter - Hoje em Dia
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Carmen Augusta
Colaboradora do Splish Splash
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