Vai muito além da incontinência, causando dor, ressecamento e infecções urinárias
Não é consequência natural do envelhecimento. Tem tratamento
São Paulo – outubro 2025 - Nos últimos anos, a busca pelo bem-estar das mulheres na menopausa vem ganhando força. O assunto tem sido mais discutido, mais pesquisas são realizadas e os profissionais de saúde estão mais informados sobre o tema, o que se traduz em uma melhor qualidade de vida para esse público. Ainda assim, existem problemas que afetam severamente o bem-estar feminino nessa fase e, apesar de serem extremamente comuns, seguem sendo pouco discutidos e muitas vezes ignorados pelas próprias mulheres. É o caso da síndrome geniturinária, que tem uma prevalência que varia de 36% a quase 90% nas mulheres na peri e pós-menopausa, segundo dados da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRAGO). “Apesar da alta prevalência da síndrome geniturinária e de seu profundo impacto na qualidade de vida, muitas mulheres não falam sobre o assunto e não buscam ajuda, seja por vergonha, falta de informação ou por acreditarem que os sintomas são uma consequência natural e inevitável do envelhecimento. O resultado é o sofrimento em silêncio com uma condição que tem diversas opções de tratamento”, explica o ginecologista Dr. Igor Padovesi*, autor do livro 'Menopausa Sem Medo' (Editora Gente), especialista em menopausa certificado pela North American Menopause Society (NAMS).
Segundo o especialista, o problema ocorre em praticamente todas as mulheres, em algumas mais cedo, desde o início da menopausa, e em outras mais tardiamente, perdurando até a pós-menopausa. E engana-se quem acredita que a síndrome é sinônimo de incontinência urinária. "É um conjunto de sintomas por conta da atrofia genital, que ocorre por deficiência de estrogênio no tecido genital, na vulva, na vagina, no tecido urinário e uretra. Então, são sintomas como dor na relação sexual, ressecamento vaginal, candidíase de repetição, infecção urinária de repetição, urgência urinária, aquela sensação de que não vai dar tempo de chegar no banheiro quando está com vontade de fazer xixi. A mucosa vaginal, pelo conta do ressecamento, ela perde o turgor e elasticidade, diminui a produção de colágeno, diminui a defesa local, favorecendo infecções. Então, é um conjunto de sinais que, ao olhar, ao examinar, você vê que tem sinais de ressecamento. E sintomas que a paciente realmente refere, tudo decorrente da deficiência dos hormônios nessa região íntima da mulher", esclarece a Dra. Patricia Magier*, ginecologista formada pela Universidade Federal Fluminense (UFF).
Mas o Dr. Igor reforça que não é preciso sofrer em silêncio, pois existem diversos tratamentos eficazes para solucionar o problema. “Entre os tratamentos disponíveis atualmente, os mais básicos são os hidratantes e lubrificantes vaginais. No entanto, tem um efeito muito pontual de apenas melhorar o ressecamento e, às vezes, proporcionar mais conforto nas relações sexuais”, diz o médico, que destaca que o principal tratamento para a síndrome geniturinária é o uso local de estrogênio, administrado via vaginal na forma de cremes ou de comprimidos. “Essa abordagem restaura a saúde dos tecidos da vagina e uretra e é a opção mais eficaz para muitas mulheres, além de ser muito segura. Temos, inclusive, publicações recentes com nível de evidência altíssimo que reforçam que, mesmo em mulheres que tiveram câncer de mama, o uso de estrogênio via vaginal não aumentou o risco de recidiva da doença. Mas, ainda assim, histórico de câncer de mama permanece como uma contraindicação comum para o uso local de hormônios. Já para praticamente todas as outras mulheres, não existe contraindicação. Mesmo quando o uso sistêmico não é indicado, o uso local vaginal, via de regra, é seguro e é considerado o tratamento mais efetivo.”
O ginecologista destaca que a melhor alternativa para o estrogênio vaginal são as tecnologias como o laser e a radiofrequência intravaginal. “Esses procedimentos estimulam a regeneração dos tecidos e a produção de colágeno com eficácia comparável ao hormônio. Geralmente, no protocolo, aplicamos uma dessas tecnologias, que são equivalentes, em toda a superfície interna da vagina em três sessões com intervalo de 30 a 40 dias. Mas, após essa primeira etapa, é preciso realizar uma manutenção anual”, diz o Dr. Igor Padovesi, que acrescenta que até mesmo mulheres que já realizam terapia hormonal podem se beneficiar do uso das tecnologias. “Na verdade, não é incomum que mulheres que utilizam hormônio por via oral, transepidérmica ou por meio de implantes ainda sintam desconforto vaginal ou outros sintomas da síndrome geniturinária. Nesses casos, o uso complementar de estrogênio por via vaginal ou das tecnologias pode ser extremamente útil para manter a saúde urogenital e a sexualidade das mulheres na menopausa e na pós-menopausa”, finaliza.
DR. IGOR PADOVESI: Médico ginecologista, autor do livro 'Menopausa Sem Medo' (Editora Gente), especialista em menopausa certificado pela North American Menopause Society (NAMS) e membro da International Menopause Society (IMS). Formado e pós-graduado pela USP, onde foi preceptor da Disciplina de Ginecologia. Associado à Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) da qual fez parte da Diretoria de Comunicação Digital (2016-2019). Também é membro sênior da European Society of Aesthetic Gynecology (ESAG) e doutorando com projeto na área de cirurgias íntimas. Em 2024, conquistou o prêmio internacional com o 1º lugar no Congresso Mundial de Ginecologia Estética na Colômbia, com trabalhos científicos sobre ninfoplastias. Instagram: @dr.igorpadovesi
*DRA. PATRICIA MAGIER: ginecologista formada pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com residência médica pelo IASERJ e pós-graduação pela Universidade do Rio de Janeiro – UNIRIO, e Título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia – TEGO; também possui especialização em Medicina Integrativa e Funcional. Criadora do Método Plena para cuidado da mulher de forma completa, profunda e individualizada. Além disso, é mentora de médicos na formação Plena Master’s. CRM-RJ 54925-6 | RQE 34538 | Instagram: @drapatriciamagier
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Vai muito além da incontinência, causando dor, ressecamento e infecções urinárias
Uma romântica que acredita no amor eterno. Redatora do Portal Splish Splash. VER PERFIL
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