Pesquisa destaca falta de confiança entre latino-americanos ao buscarem informação sobre a pandemia

DO TEXTO: Levantamento da Sherlock Communications revela que mais de dois terços dos entrevistados não confiam nos políticos eleitos para fornecer conselhos durante a pandemia

Levantamento da Sherlock Communications revela que mais de dois terços dos entrevistados não confiam nos políticos eleitos para fornecer conselhos durante a pandemia


* Cerca de 45% dos chilenos desconfiam do seu próprio Ministério da Saúde para informação sobre saúde, enquanto apenas 18% questionam a credibilidade dos conselhos de um membro da família

* Cerca de 62% dos entrevistados confiam nas mídias tradicionais, mas, um em cada dois entrevistados acredita nas informações que lêem nas mídias sociais

À medida que a Europa começa a reabrir suas portas, a disseminação do COVID-19 não mostra sinais de desaceleração na América Latina. Agora, um novo relatório descobriu que, quando se trata de obter informação sobre a pandemia, grande parte da região confia mais em um membro da família do que no presidente ou políticos, no Chile e na Argentina a desconfiança se estende até ao Ministério da Saúde.

O relatório, publicado pela Sherlock Communications em colaboração com a plataforma de pesquisa Toluna Insights, entrevistou mais de 3.000 pessoas em seis países da América Latina. O objetivo do estudo é entender melhor como as pessoas no Brasil, México, Argentina, Colômbia, Peru e Chile estão consumindo informações sobre o novo coronavírus e quais veículos de mídia eles consideram credíveis.

Quando perguntados em quem confiam para obter conselhos sobre a pandemia atual, os entrevistados demonstraram maior confiança em profissionais médicos, cientistas e universidades. Dois terços dos entrevistados, no entanto, disseram ter pouca ou nenhuma confiança nos políticos, enquanto mais de 40% dos entrevistados expressaram desconfiança semelhante em seu presidente. No Brasil e no Chile, esse número aumentou para 64% em relação aos líderes Jair Bolsonaro e Sebastián Piñera.

Embora os Ministérios da Saúde em geral tenham se saído melhor, 45% dos entrevistados no Chile e 19% dos argentinos disseram desconfiar dos conselhos do Ministério da Saúde. Entretanto, apenas 18% e 16% disseram ter pouca ou nenhuma confiança em um membro da família. No Brasil, um país que atualmente não tem um ministro da Saúde, depois de passar por dois nos últimos três meses, quase 80% dos brasileiros disseram confiar no ministério responsável pelo bem-estar.

Quando se trata de obter informações sobre a pandemia na América Latina, o estudo mostra claramente que as pessoas estão mais dispostas a confiar em profissionais médicos e acadêmicos do que em seus líderes eleitos, políticos e, em alguns casos, ministérios da saúde. Apesar dessa falta de confiança no governo, 56% dos entrevistados disseram que foram os conselhos do governo que os convenceram a praticar o distanciamento social - embora os resultados também sugerem que mais de 10 milhões de brasileiros não o estão praticando.

Com o novo coronavírus já infectando mais de um milhão de pessoas na região, o número de mortos ultrapassando 50.000, o pico previsto ainda um pouco distante, e mensagens mistas vindas dos diferentes governos, os cidadãos estão sendo forçados a questionar quais fontes são confiáveis para obter notícias e conselhos.

E parece que, a internet vence. Mais de 80% dos entrevistados disseram confiar em notícias on-line e sites oficiais, enquanto os veículos de mídia tradicionais, como TV e rádio, são confiáveis para apenas 62%. 58% dos entrevistados confiam nos jornais, enquanto quase 50% dos entrevistados disseram confiar no que leem em mídias sociais como Facebook, Instagram, WhatsApp e Twitter.

"A internet é a vencedora clara da mídia tradicional quando se trata de ser considerada uma fonte de notícias credível na América Latina", disse Patrick O'Neill, Managing Partner da Sherlock Communications. “O que é preocupante, porém, é que um em cada dois entrevistados confia ou até confia plenamente no que lê nas mídias sociais. Na Colômbia, por exemplo, a pesquisa mostra 19% dos entrevistados 'totalmente confiam' no que leem no Facebook. ”

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