Bolsonaro e o fim da filosofia

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Filósofo opina sobre posição de Bolsonaro de acabar com curso de filosofia em faculdades públicas


Recentemente, o presidente Jair Bolsonaro acompanhado do ministro da educação Abraham Weintrab manifestou que o país precisa investir os recursos da Educação em áreas consideradas pelo atual governo primordiais para o país e de retorno rápido para a população. Com isso, Bolsonaro pretende descentralizar investimentos nos cursos de filosofia e sociologia, direcionando a outras áreas.

Jair Bolsonaro 

O filósofo Fabiano de Abreu opinou sobre o tema com base em sua experiência e posicionou-se sobre a questão: "Como eu sempre disse, o filósofo nasce filósofo. Não é formar-se em filosofia que faz da pessoa um bom filósofo e há uma diferença entre o que se conhece dos outros filósofos e das teorias da filosofia em relação ao uso da filosofia em prol da vida humana e da sociedade. Retirar recursos das faculdade de filosofia federais não necessariamente está acabando com a filosofia, pois haverão as particulares. Pode ser um meio dos centros acadêmicos particulares incluirem cursos de filosofia a baixo custo”.

Para o filósofo, a decisão de não investir mais neste campo de conhecimento trata-se de uma estratégia de investimento, mas o mesmo também afirma que poderiam haver outras alternativas de cortes de gastos: "se eu tivesse que escolher, eu optaria por não acabar com a faculdade de filosofia, mas não sou um governante e nem tampouco tenho acesso ao balanço financeiro do MEC para saber aonde há uma maior prioridade. Mas eu questiono qual o valor da filosofia para o Brasil e para os seus governantes? Eu sempre disse que deveria ter o ensino de filosofia nas escolas, no ensino médio, para ajudar o estudante a desenvolver a capacidade de raciocínio, senso crítico e na forma como as pessoas veem o mundo e a sociedade. Assim como sou a favor de psicólogos mais presentes na vida de todos os alunos”. 

Como alternativa a extinção de investimentos em filosofia, Fabiano ponderou que talvez a extinção de alguns privilégios da classe política pudessem ajudar a aliviar o orçamento: "resumidamente tem que ser vistas quais são as prioridades. Acredito que existem outros gastos que poderiam ser cortados antes mesmo de qualquer coisa ligada a educação. Educação é algo que na atual conjuntura do Brasil continua sendo um investimento importantíssimo. O país padece com problemas históricos de educação e cultura. Em vez de cortar gastos na educacao, poderia ser interessante reduzir o número de políticos e servidores públicos, assim como privilégios".

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