Dia 1 - Estreia de "Por Elas", assinada pelo advogado e dramaturgo Ricardo Leite Lopes em parceria com a diretora teatral Sílvia Monte.

DO TEXTO:

POR ELAS
CCMJ estreia peça gratuita sobre violência de gênero

A violência contra a mulher é o tema da peça POR ELAS, que estreia na quarta-feira, 1º de agosto, no Museu da Justiça - Centro Cultural do Poder Judiciário (CCMJ). Originada de retalhos de histórias reais, a dramaturgia de POR ELAS, assinada pelo advogado e dramaturgo Ricardo Leite Lopes em parceria com a diretora teatral Sílvia Monte, passeia pelo épico e pelo dramático, pelos tempos presente e passado. Cada uma das sete personagens femininas carrega histórias reais de outras tantas mulheres brasileiras. A figura masculina – evocada pelas lembranças das mulheres – provoca a reflexão do que o homem representa para elas dentro desse universo perverso de “amor e ódio”, “submissão e poder”, das relações entre mulheres e homens, numa sociedade patriarcal e machista. Por último, os coros de “mulheres” e “homens” espelham o sentimento, o preconceito, a dor, a violência e as ambiguidades da nossa sociedade frente à violência de gênero. O elenco é formado por  Adriana Seiffert, Ana Flávia, Deborah Rocha, Elisa Pinheiro, Gisela de Castro, Letícia Vianna, Renata Guida, Rosana Prazeres, Anderson Cunha, Lucas Gouvêa.

“A questão da violência contra a mulher é um tema que não pode deixar de ser pensado na arena da dramaturgia brasileira. O teatro, ao representar os conflitos e as ambiguidades do humano, acolhe e aproxima - de forma menos cruel - as pessoas da realidade. O espetáculo se propõe a ser um espaço de comunicação, sensibilização e visibilidade para o fenômeno da violência de gênero. Precisamos pensar sobre essa questão, e o teatro é um lugar ideal para atingir mentes e corações”, defende Sílvia Monte, diretora do espetáculo e idealizadora do projeto.

A ficha artística é composta por mulheres: Luci Vilanova assina o figurino que dialoga com a economia de elementos, equaliza o grupo de mulheres e ao mesmo tempo individualiza cada uma delas nos pequenos detalhes da indumentária; Ana Luzia de Simoni é responsável pela iluminação que uniformiza, compartimenta e dramatiza a cena; Maira Freitas cria a trilha com músicas originais inspiradas a partir de elementos sonoros das histórias dos personagens; Nena Braga joga com sombra e luz, força e letras que perpassam e atingem o alvo - o nome da peça - na marca da sua identidade visual.

Marcada pela simplicidade de elementos, a cena proposta por Sílvia Monte está disposta em arena e ambientada apenas por bancos e praticáveis. As relações que se formam entre épico e dramático, passado e presente, homem e mulher, indivíduo e grupo, elenco e público, são demarcadas basicamente pelo desenho de cena, interpretação e luz. A cena é conduzida pelos dois vetores que sustentam a dramaturgia: de um lado, os relatos, permeados de violência; e do outro, a relação ambígua que se estabelece no grupo de mulheres, unidas na dor e na vergonha de serem maltratadas pelos seus parceiros.

Inspirado pela pauta que o Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro desenvolve no combate à violência doméstica, o CCMJ, por meio do programa “Teatro na Justiça”, iniciou em 2016 estudos sobre o tema, com o objetivo de criar uma peça que contribuísse com a reflexão, a prevenção e o enfrentamento da violência contra a mulher pela sociedade brasileira.

“A peça trata do ‘círculo da violência’ e do ‘feminicídio’, assassinato cometido contra a mulher em razão desta condição, em geral praticado por alguém do âmbito doméstico e familiar. O feminicídio é um crime anunciado, precedido por outras formas de agressão que formam o ‘ciclo da violência’, e portanto passível de prevenção”, alerta a diretora, acrescentando que “os números assombrosos da violência perpetrada contra as mulheres refletem um problema social que deve ser encarado pela sociedade em frentes variadas: na família, na escola, no trabalho, inclusive na arte”. Sílvia Monte conclui com uma frase do dramaturgo suíço Friedrich Dürrenmatt: “O que interessa a todos, só todos podem resolver.”

SERVIÇO
POR ELAS - de Sílvia Monte [texto e direção] e Ricardo Leite Lopes [texto].  Elenco: Adriana Seiffert, Ana Flávia, Deborah Rocha, Elisa Pinheiro, Gisela de Castro, Letícia Vianna, Renata Guida, Rosana Prazeres, Anderson Cunha, Lucas Gouvêa.

Um grupo de mulheres desconhecidas entre si que, em comum, têm a violência na sua vida amorosa, se reúne para falar sobre suas histórias. Conforme os relatos vão acontecendo, os conflitos, preconceitos, a dor e a própria violência surgem no grupo.

De 1º de agosto a 1º de setembro, de quarta-feira a sábado, às 19h.
Entrada gratuita, com distribuição de senhas às 18h30.
Recomendação Etária: 14 anos.
Duração: 80 minutos.
Local: CCMJ, Sala Multiuso, Antigo Palácio da Justiça, Rua Dom Manuel, 29, Centro, Rio de Janeiro – RJ.

FICHA TÉCNICA

Texto: Sílvia Monte e Ricardo Leite Lopes
Direção: Sílvia Monte
Elenco: Adriana Seiffert, Ana Flávia, Deborah Rocha, Elisa Pinheiro, Gisela de Castro, Letícia Vianna, Renata Guida, Rosana Prazeres, Anderson Cunha, Lucas Gouvêa.
Figurinos: Luci Vilanova
Assistente de Figurino: Monique Rosa
Trilha Sonora Original: Maíra Freitas
Iluminação: Ana Luzia de Simoni
Identidade Visual: Nena Braga
Fotografias: Vini Couto / Marcelo Carnaval
Diretor Assistente: Anderson Cunha
Operação de Som: Maíra Lemos
Operação de Luz: Cris Ferreira
Diretora de Produção: Viviani Rayes
Produtor Executivo: Yashar Zambuzzi
Produção: Rayes Produções Artísticas
Idealização: CCMJ
Realização: Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro 

Sobre o CCMJ 

O Museu da Justiça – Centro Cultural do Poder Judiciário reúne as atividades museológicas e culturais promovidas pelo Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro. Sua missão é preservar e difundir a memória do Judiciário, além de cultivar e disseminar valores de Justiça, por meio da cultura e da arte, contribuindo com a pacificação social. A Agenda Cultural do PJERJ promovida pelo CCMJ, desenvolvida desde janeiro de 2011, é gratuita e aberta ao público e tem como objetivo principal fomentar a aliança saudável entre Judiciário e Sociedade, enriquecendo e ampliando a atuação do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro como polo promotor de transformação social.

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