Roberto Carlos reafirma título de Rei e emociona o público em show em BH

DO TEXTO:

 Thiago Fonseca*

Cinquenta e dois anos se passaram desde Roberto Carlos pisou em Belo Horizonte pela primeira vez. Foi em 15 de setembro de 1966, no auditório da Secretaria de Saúde, o atual Minascentro, que o cantor emocionou e encantou o público mineiro. Na noite desse sábado, dia 07, não foi diferente. Em show no Mineirinho, o artista trouxe a BH um repertório variado, com canções da Jovem Guarda, dos anos de 1970 e atuais. Um espetáculo de mais de uma hora e meia, bonito e inesquecível.

Foi justamente em 1966 e no show deste sábado as duas únicas vezes que a Maria Caifa, de 70 anos, pode ver o ídolo de perto. “Meu amor por Roberto Carlos começou desde quando ele apareceu. Estou emocionada. Amo tanto ele que coloquei o mesmo nome no meu filho. Nem acredito que o vi novamente. De lá pra cá, o show continua com a mesma emoção, entretanto o amor mudou, agora é muito maior”, contou a dona de casa.

O show em BH foi o primeiro neste ano no Brasil. Roberto Carlos voltou de uma série de cinco apresentações em Portugal. O Rei escolheu a capital mineira para abrigar o evento às vésperas de completar 77 anos, no dia 19. A última apresentação do cantor na cidade foi em 2015. Sendo assim, os fãs já estavam ansiosos, tanto que os ingressos se esgotaram semanas antes. A apresentação foi linda, nada que o som com alguns problemas pudesse atrapalhar.

EMOÇÕES E GRANDES SUCESSOS
O Maestro Eduardo Lages e os músicos da orquestra abriram a apresentação com o tradicional pout purri. Roberto Carlos chegou ao palco cantando “Emoções”. Foram tantas… os gritos dos fãs ecoaram no ginásio e por onde se olhava via-se senhoras derramando lágrimas.

“Como vai você” e “Além do Horizonte” deram continuidade. Em seguida, o cantor sentou e, tocando violão, cantou “Detalhes”. Foi ovacionado em “Desabafo”. “Não é na hora que nós homens queremos, e sim, na horas que vocês mulheres querem. Durante minha vida cheguei a conclusão que não adianta lutar para dar certo, pois tudo acontece quando e na hora que elas querem”, brincou o Rei.

Foto: Paulo Campos / Divulgação

O AMOR NAS CANÇÕES
Emocionado e muito aplaudido Roberto deu sequência ao show com mais discurso. “Quando se ama verdadeiramente, quem foi o amado, sempre será. Fiz essa canção de um amor que existiu, as vezes existe até hoje, pois o verdadeiro amor sempre existe”, disse antes de “Outra Vez”.

No final da canção ainda completou: “Muitas as vezes o amor rima com dor. Quando vocês cantam essa música comigo, tenho a sensação que vocês já viveram ou estão vivendo situação como essa”. Brincou e disse que não precisava levantar a mão, pois não queria expor ninguém. Pediu para que todos respirassem fundo, se não, ele não aguentaria de tanta emoção.

Antes “Lady Laura”, canção que o cantor homenageia a mãe, Roberto disse que sentia muita alegria e amor, mas que hoje não canta mais a canção com alegria, pois sente saudades de sua mãe. Emendou com “Nossa Senhora”. “Cadillac” deu sequência.

Em “Olha” Roberto disse que tem dias que olha para a plateia e da vontade de cantar para alguém em especial. As mulheres logo levantaram da cadeira e clamaram que fossem para elas. Roberto respondeu de maneira surpreendente: “Olha, desse jeito eu nem volto mais para o Rio”. “Sua Estupidez” foi a próxima. O cantor disse que por elegância não diria para quem fez essa canção, mas que ela tem dona.

NOVOS SUCESSOS
O cantor parou o show e disse que 2017 foi um ano de muitas emoções. Antes de cantar “Chegaste” falou sobre a música. “Gravei dueto com Jennifer Lopez, J.Lo para os íntimos. Foi uma honra muito grande. Ela é incrível”.

Em seguida, comentou sobre o sucesso mais recente, “Sereia”, da novela das 21 da Globo “A Força do Querer”. “Nunca fiz música por encomenda, mas foi um convite da Glória Perez. Ela pediu uma música e disse que a personagem seria uma sereia e seria para a Isis Valverde. Em cinco dias a canção ficou pronta. Imagina como ficou minha cabeça”, contou.

Já no fim do show, Roberto apresentou a orquestra e lembrou a história de muitos deles. O percussionista Dedé chorou quando cantor contou sobre a transição da bateria para o novo instrumento. Antes de “Esse Cara sou Eu” o artista disse que fez a música falando de um cara que toda mulher queria ter e de um cara que todo homem gostaria de ser.

Foto: Thiago Fonseca

ROSAS A ELAS
Após “Como é Grande o Meu Amor Por Você”, “Jesus Cristo” encerrou a noite. Foi a hora mais esperada pelas fãs, que foram para frente do palco em busca das rosas. Durante e após a canção Roberto Carlos distribuiu várias dúzias das flores. Era uma disputa grande para ver quem conseguia uma, ou um pedaço. Esse também foi o momento que os fãs aproveitaram para entregar presentes ao rei, que foi embora em seguida.

Lana Medeiros foi uma das felizardas que conseguiram uma rosa vermelha jogada por Roberto. “Ele me entregou na mão e piscou. Agora eu vou entregar para sogra. Ela, eu e meu maridos somos muito fãs. Estou emocionada e muito feliz”.

Maria Lucia também saiu emocionada e sem palavras do show. Desde de 1964 acompanha o trabalho do cantor e já até tirou foto com ele. “Eu conheci o Roberto quando eu vendia LP e me apaixonei. Acompanho a carreira dele, já perdi as contas de quantos shows já fui, estive três vezes no cruzeiro dele e tenho até foto. Quando eu estou chateada eu ouço o Roberto para me acalmar. Só daqui 500 anos vai aparecer outro”, conta.

Depois de Belo Horizonte, Roberto Carlos passará por outras cidades brasileiras com seu novo show. Estão previstas duas apresentações em Vitória, no Espírito Santo, nos dias 14 e 15 de abril, uma em Belém, no dia 19 e outra em Manaus, no 21. Na sequência o Rei parte para o Panamá e para a Costa Rica, antes de retornar ao Brasil em maio para shows em Goiânia, Uberlândia e São José do Rio Preto.

*Thiago Fonseca escreveu sob supervisão de Carolina Braga


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