Grupo de jovens de favelas brasileiras apresenta cartilha sobre política de drogas em encontro com Carl Hart em SP
Intitulado Movimentos, coletivo se reúne com neurocientista norte-americano e grupos da cidade em evento no Aparelha Luzia; liderada por jovens de favelas brasileiras, iniciativa une conhecimento científico às experiências daqueles que sofrem o impacto da guerra às drogas
Na quarta-feira, 13 de setembro, o grupoMovimentos: Drogas, Juventude e Favelaapresenta em São Paulo seu projeto e sua cartilha sobre política de drogas em um encontro com o neurocientista norte-americano Carl Hart, no Aparelha Luzia, na região central da cidade.
Lançado no dia 02 de setembro em evento no Centro de Artes da Maré, Movimentos é formado por jovens moradores de favelas e regiões periféricas brasileiras e tem como objetivo discutir política de drogas no Brasil a partir da perspectiva de quem sofre diariamente suas consequências.
Para marcar a apresentação da proposta do grupo em São Paulo, será promovida uma roda de conversa com Carl Hart, professor de neuropsicofarmacologia da Universidade Columbia (EUA) e pesquisador da Divisão de Abuso de Substâncias do Instituto de Psiquiatria de Nova York, integrantes do Movimentos e Thiago Vinicius, produtor cultural da agência Solano Trindade, do Capão Redondo
Hart, referência mundial no debate sobre drogas, racismo e pobreza, é ainda autor de “Um Preço Muito Alto” (Zahar), em que desfaz mitos sobre uso de drogas e dependência química e relembra sua própria jornada de como escapou de uma provável vida de crimes e drogas em um dos bairros mais violentos de Miami, onde cresceu, até uma carreira profissional respeitável em que estuda, há quase 25 anos, as drogas e seus efeitos na sociedade.
Thiago Vinícius é produtor cultural, um dos fundadores do Banco Comunitário Jardim Sampaio e um dos realizadores do Festival Percursos. Também é produtor cultural da agência Solano Trindade e agora está ajudando a organizar o primeiro contato-working de periferia.
Para marcar a importância da apresentação e do encontro, o local escolhido é o Aparelha Luzia, ateliê de arte transformado em centro cultural e político, considerado um dos espaços de resistência negra mais importantes de São Paulo, criado pela ativista, educadora e artista Erica Malunguinho e onde são realizadas festas, cursos, formações e debates.
Da favela para a favela
Movimentos é resultado de um projeto do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania da Universidade Candido Mendes (CESeC/UCAM) e parte da necessidade de incentivar o protagonismo de jovens moradores de favelas na busca por alternativas à atual política de drogas.
“A guerra às drogas, para nós, significa escolas fechadas, mudança na rotina, medo de sair de casa, preocupação com o nosso bem-estar e o da nossa família”, explica o Movimentos, em manifesto no qual esclarece sua visão sobre o tema.
O projeto teve início em maio de 2016, quando dez jovens de favelas e áreas periféricas do Rio de Janeiro, de Salvador e de São Paulo participaram de uma oficina de três dias sobre política de drogas no Complexo da Maré. Na ocasião, o grupo se envolveu com atividades e dinâmicas sobre temas como violência, racismo, política, ativismo e comunicação. Desde então, o Movimentos passou a se reunir periodicamente para construir material que ajudasse a discutir política de drogas dentro e a partir da favela.
“Nos últimos anos, trabalhando na linha de frente do debate sobre política de drogas, percebemos que a voz dos moradores de favelas, que sofrem no seu cotidiano com a violência policial legitimada pela chamada guerra às drogas, não é ouvida. O Movimentos pretende quebrar essa lógica criando espaços que permitam aos jovens ser protagonistas nessa discussão”, afirma Julita Lemgruber, diretora do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania.
Raull Santiago, morador do Complexo do Alemão, e um dos coordenadores do Movimentos declara: “A única política pública que chega de forma permanente na favela vem através da secretaria de segurança. Os governantes nos observam apenas através da mira do fuzil. É por isso que a favela precisa falar sobre drogas e criar alternativas a esta lógica de guerra”.
Apresentação – Movimentos: drogas, juventude & favela – em São Paulo Roda de conversa com: Carl Hart , Thiago Vinícius e jovens do #Movimentos Data: Quarta-feira, 13 de setembro Horário: 19h às 23h Local: Aparelha Luzia Endereço: Rua Apa, 78 - Sta. Cecília - Centro Entrada gratuita.
Intitulado Movimentos, coletivo se reúne com neurocientista norte-americano e grupos da cidade em evento no Aparelha Luzia; liderada por jovens de favelas brasileiras, iniciativa une conhecimento científico às experiências daqueles que sofrem o impacto da guerra às drogas
Lançado no dia 02 de setembro em evento no Centro de Artes da Maré, Movimentos é formado por jovens moradores de favelas e regiões periféricas brasileiras e tem como objetivo discutir política de drogas no Brasil a partir da perspectiva de quem sofre diariamente suas consequências.
Para marcar a apresentação da proposta do grupo em São Paulo, será promovida uma roda de conversa com Carl Hart, professor de neuropsicofarmacologia da Universidade Columbia (EUA) e pesquisador da Divisão de Abuso de Substâncias do Instituto de Psiquiatria de Nova York, integrantes do Movimentos e Thiago Vinicius, produtor cultural da agência Solano Trindade, do Capão Redondo
Hart, referência mundial no debate sobre drogas, racismo e pobreza, é ainda autor de “Um Preço Muito Alto” (Zahar), em que desfaz mitos sobre uso de drogas e dependência química e relembra sua própria jornada de como escapou de uma provável vida de crimes e drogas em um dos bairros mais violentos de Miami, onde cresceu, até uma carreira profissional respeitável em que estuda, há quase 25 anos, as drogas e seus efeitos na sociedade.
Thiago Vinícius é produtor cultural, um dos fundadores do Banco Comunitário Jardim Sampaio e um dos realizadores do Festival Percursos. Também é produtor cultural da agência Solano Trindade e agora está ajudando a organizar o primeiro contato-working de periferia.
Para marcar a importância da apresentação e do encontro, o local escolhido é o Aparelha Luzia, ateliê de arte transformado em centro cultural e político, considerado um dos espaços de resistência negra mais importantes de São Paulo, criado pela ativista, educadora e artista Erica Malunguinho e onde são realizadas festas, cursos, formações e debates.
Da favela para a favela
Movimentos é resultado de um projeto do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania da Universidade Candido Mendes (CESeC/UCAM) e parte da necessidade de incentivar o protagonismo de jovens moradores de favelas na busca por alternativas à atual política de drogas.
“A guerra às drogas, para nós, significa escolas fechadas, mudança na rotina, medo de sair de casa, preocupação com o nosso bem-estar e o da nossa família”, explica o Movimentos, em manifesto no qual esclarece sua visão sobre o tema.
O projeto teve início em maio de 2016, quando dez jovens de favelas e áreas periféricas do Rio de Janeiro, de Salvador e de São Paulo participaram de uma oficina de três dias sobre política de drogas no Complexo da Maré. Na ocasião, o grupo se envolveu com atividades e dinâmicas sobre temas como violência, racismo, política, ativismo e comunicação. Desde então, o Movimentos passou a se reunir periodicamente para construir material que ajudasse a discutir política de drogas dentro e a partir da favela.
“Nos últimos anos, trabalhando na linha de frente do debate sobre política de drogas, percebemos que a voz dos moradores de favelas, que sofrem no seu cotidiano com a violência policial legitimada pela chamada guerra às drogas, não é ouvida. O Movimentos pretende quebrar essa lógica criando espaços que permitam aos jovens ser protagonistas nessa discussão”, afirma Julita Lemgruber, diretora do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania.
Raull Santiago, morador do Complexo do Alemão, e um dos coordenadores do Movimentos declara: “A única política pública que chega de forma permanente na favela vem através da secretaria de segurança. Os governantes nos observam apenas através da mira do fuzil. É por isso que a favela precisa falar sobre drogas e criar alternativas a esta lógica de guerra”.
Para conhecer os jovens que participam do Movimentos:
movimentos.org.br/quem-somos
Apresentação – Movimentos: drogas, juventude & favela – em São Paulo
Roda de conversa com: Carl Hart , Thiago Vinícius e jovens do #Movimentos
Data: Quarta-feira, 13 de setembro
Horário: 19h às 23h
Local: Aparelha Luzia
Endereço: Rua Apa, 78 - Sta. Cecília - Centro
Entrada gratuita.
Lugares limitados. Chegue cedo.
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