States – Três amigos a quem tiro o chapéu

DO TEXTO:

O mais novo, João Bendito (no meio), teve a brilhante ideia de, conjuntamente com seu irmão Jorge, publicar um livro com a história do seu falecido pai o Tio João Bailhão. Um comerciante do burgo angrense (ilha Terceira) muito estimado por todos, inclusive aqueles “verdes” que ele, de quando vez, lançava uma provocaçãozinha, maior incidência quando o seu clube de cor vermelha vencia o rival de cor verde. Mas, mesmo assim, Tio João tinha o maior respeito por todos. O livro A LOJA DO TIO BAILHÃO teve grande êxito e, ainda hoje, o João o apresenta por terras da Califórnia para onde emigrou, o que aconteceu recentemente em Artesia, a cidade onde reside outro companheiro, radialista de créditos firmados (Rádio Lusalândia), Osvaldo Palhinha, que trouxe para este convívio os seus tios, também emigrados, Luís Toste (87 anos) e José Toste (85). Duas figuras marcantes no tempo em que a freguesia (hoje vila) do Porto Judeu se dividia em partidos, ou seja, o teatro, a música e o futebol. De um lado ciganos, música velha e Leões e do outro música nova, castelhanos e Barreiro, clube que ainda hoje está em atividade.

Na minha infância, e pelas circunstâncias de meu tio-padrinho Valdemar Alves, já falecido, ter sido destacado para o Porto Judeu, ele que era cabo-do-mar e, por conseguinte, representante da Capitania de Angra no porto da freguesia, eu ali passava férias. E foi exatamente para a casa da mãe do Luís e do José que meu tio foi morar, a D. Maria do Carmo, uma senhora de uma paradigmática respeitabilidade. Muitas vezes, eu, que na altura tinha uns 10 anos de idade, ia para as terras da D. Maria do Carmo com o Luís e o José, pessoas que revelaram um enorme respeito pela minha pessoa. Sempre me trataram com o maior carinho, uma vez que por lá passava as minhas férias grandes do ensino escolar.

Acresce dizer que acompanhei os irmãos Toste naquela época em que não se sabia se a música nova (a dos Castelhanos) iria tocar a público, daí do outro lado se ouvir, com alguma pitada de humor, toca ou não toca? Tocou sim e muito bem. E o Luís e o José incorporando a filarmónica. Só não sei os instrumentos que tocavam.

Hoje, adorei ver os irmãos Toste em fotografia ladeando outro grande amigo, João Bendito, que continuamente acompanha a minha carreira jornalística, ele que escreve muito bem crónicas do passado, tal como eu o faço agora. E mais gostei de saber que a foto foi tirada pelo Osvaldo Palhinha. Só não sei se o fotógrafo improvisado  vestia uma daquelas camisas floridas que trouxe de uma das suas viagens às Caraíbas.

Luís, José e João, três amigos a quem tiro o chapéu.


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