Dia da Sobrecarga da Terra: o que você pode fazer para o planeta sair do “cheque especial”

DO TEXTO:


Ainda faltam cinco meses para 2017 acabar, mas em 2 de agosto, a humanidade já terá extrapolado o limite de recursos naturais da Terra. Atualmente, a humanidade precisa de 1,6 planeta para atender seu consumo


                                                                                                                                    
Alda jesus
Portal Splish Splash


O planeta Terra vai entrar no “cheque especial”. O dia 2 de agosto é o Dia da Sobrecarga da Terra (Overshoot Day), que representa o momento em que a demanda da humanidade por recursos da natureza ultrapassa a capacidade do planeta de se regenerar durante o período de um ano. Isso acontece, por exemplo, porque a agropecuária, em muitos casos, leva a esgotar o solo e a água ou também porque as demandas de consumo global, a eficiência na produção de bens e o tamanho da população são maiores que a capacidade da natureza de prover recursos e “reciclar” resíduos organicamente. Isso sem mencionar o excesso de gases poluidores que não são absorvidos.

O cálculo do Dia da Sobrecarga da Terra é feito pela Global Footprint Network (GFN), uma organização de pesquisa internacional, que calcula a chamada “pegada ecológica” para medir os impactos do consumo humano sobre os recursos naturais. É uma forma de traduzir, em hectares (ha), a extensão de território que uma pessoa ou toda uma sociedade “utiliza”, em média, para se sustentar. Calculada desde 2000, a data acontece mais cedo a cada ano - em 2016, caiu em 08 de agosto -, com exceções apenas entre 2007 e 2008 (de 30/08 para 01/09) e 2008 e 2009 (de 01/09 para 06/09). No primeiro ano da medição, o esgotamento dos recursos naturais aconteceu em 4 de outubro.

“Atualmente, a humanidade precisa de 1,6 planeta Terra para atender suas demandas. Se não mudarmos nosso comportamento de consumo, a projeção é de que precisaremos de mais de três Terras antes de 2050. Esse é um dos motivos pelos quais precisamos cumprir o Acordo de Paris. Mas, além de cobrar que os governos alcancem as metas de emissões, cada pessoa pode colaborar para diminuir o seu impacto negativo no meio ambiente com pequenas ações cotidianas”, explica Helio Mattar, diretor-presidente do Instituto Akatu, ONG que atua há 16 anos pelo consumo consciente.

O diretor-presidente reforça também que a mudança de comportamento individual pode parecer pouco significativa diante do tamanho do problema, mas é importante que a pessoa perceba que, além de fazer diferença, ela será um exemplo para a família e comunidade, de modo que seus comportamentos vão se multiplicar sem que a pessoa se dê conta. Para a situação mudar, é preciso que as pessoas estejam envolvidas.

Que tal começar a sua contribuição com algumas atitudes dentro de casa? Abaixo, veja as dicas do Instituto Akatu e escolha as que são possíveis no seu cotidiano:

NA COZINHA

- Para evitar que alimentos estraguem, antes das compras no mercado, planeje o cardápio semanal e prepare uma lista. Verifique o que você já tem em casa e compre o necessário.

- Organize, sempre que possível, a geladeira e a despensa, de forma que os alimentos fiquem visíveis. Coloque na frente ou em cima os mais antigos e atrás ou embaixo os mais recentes.

- Para evitar desperdício, utilize os alimentos integralmente: ou seja, inclua sementes, talos, folhas e cascas nas receitas. Essas partes podem ser nutritivas e ricas em fibras. Use os alimentos “feiozinhos” – frutas, legumes e verduras um pouco machucados ou com formato diferente do usual são tão nutritivos quanto os demais.

- Dê preferência a frutas, verduras e legumes da época. Eles são produzidos em condições climáticas “ideais” para o seu crescimento, o que reduz a necessidade de aplicação de agroquímicos, por isso, muitas vezes, menos impactantes para a saúde dos solos e dos recursos hídricos, por exemplo.

- Reduza o consumo de carnes vermelhas, nem que seja por um dia na semana. Todo o processo de produção de carne emite muitos gases de efeito estufa (GEE).

- Ao comprar um eletrodoméstico, procure o selo Procel ou etiqueta do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), que indicam os mais econômicos.

NA SALA E NO QUARTO

- Substitua as lâmpadas incandescentes e fluorescentes por lâmpadas de LED. Uma LED dura em média 16 anos, 5 vezes mais que uma lâmpada fluorescente compacta. Apesar de ser mais cara, a LED dura muito mais e consome metade da energia.

- Não deixe a TV ligada à toa. Se todos os brasileiros desligarem uma TV 1 hora por semana, a eletricidade economizada em 1 mês seria suficiente para abastecer o consumo de energia mensal das cidades de Votuporanga e Registro (SP), com seus quase 150 mil habitantes.

- Ao sair de um ambiente, não se esqueça de apagar a luz. É importante ressaltar que esta prática vai além da economia de energia, pois também aumenta a vida útil das lâmpadas.

QUARTO

- Organize bem o seu guarda-roupa e saiba quais peças você tem. Se ficarem entulhadas e “escondidas”, acabam por não ser usadas. Troque, doe ou venda aquelas que você não quer mais.

NO BANHEIRO

- Desligue o chuveiro enquanto se ensaboa ou lava os cabelos. Numa casa, os banhos com chuveiro elétrico são um dos maiores gastos com energia elétrica. Um chuveiro gasta a mesma energia que 54 TVs ligadas ao mesmo tempo. Se cada um dos brasileiros diminuísse em apenas 1 minuto o seu tempo diário de banho no chuveiro elétrico, a energia economizada em um ano equivaleria a mais de 10 dias de operação da usina de Itaipu, a maior usina hidrelétrica do Brasil, em sua geração máxima.

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