Perseguições nazistas também atingiram os homossexuais

DO TEXTO:

Muito já se falou sobre o Holocausto de judeus promovido pelo regime instaurado por Adolf Hitler. Mas outro grupo social também sofreu os horrores, a rotina de medo, prisões e confinamento nos campos de concentração. Esse é o tema do livro Marcados pelo Triângulo Rosa, do escritor canadense Ken Setterington, um lançamento da Melhoramentos

                                                                                                                                
Alda jesus
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No início do século 19, o sexo entre homens era proibido por lei e os homossexuais levavam uma vida clandestina na maior parte da Europa. Berlim, na Alemanha, era uma exceção. Ali havia inclusive um distrito gay, com bares, boates e restaurantes frequentados por esse público, o que levou a cidade a ser chamada de Capital Homossexual da Europa. Esse cenário mudou drasticamente com a ascensão do nazismo: assim como os judeus, os gays também viraram alvo no novo regime que pregava a supremacia da raça ariana. Para apresentar esse tema em Marcados pelo Triângulo Rosa, o canadense Ken Setterington combinou a pesquisa histórica com depoimentos de gays que viram de perto as atrocidades dos campos de concentração.

No livro, o autor explica que o Partido Nazista deixou clara sua posição sobre a homossexualidade em 1928, ao declarar que “qualquer um que pense em amor homossexual é nosso inimigo. Rejeitamos qualquer coisa que enfraqueça nosso povo e o transforme em brinquedo para nossos inimigos, pois sabemos que a vida é uma luta e é loucura que homens um dia se abraçarão fraternalmente”. Mas foi em 1933 que os ataques aos homossexuais começaram para valer, com o fechamento de bares e boates, e a invasão do Instituto para o Estudo da Sexualidade, importante centro de pesquisa sobre o tema. Em 1936, foi criado o Escritório Central do Reich para Combate ao Aborto e à Homossexualidade. Nos campos de concentração, os homossexuais eram obrigados a usar um triângulo rosa colado na roupa.

Os depoimentos colhidos pelo autor delineiam os contornos dramáticos dessa perseguição e da rotina dos campos de concentração. Pierre, um dos sobreviventes, contou que era levado com frequência para participar de experimentos médicos. “Em uma sala branca, ele e outros eram enfileirados contra uma parede e tinham agulhas injetadas em seus mamilos – um experimento que matou pelo menos um colega, quando a agulha atingiu seu coração”, descreve Ken no livro.

Reconhecimento tardio
Além do bom trabalho de pesquisa, Marcados pelo Triângulo Rosa tem o mérito de colocar em pauta um tema que ficou esquecido por muito tempo. Como destaca Ken, somente nos anos 1980, por pressão de ativistas, os primeiros memoriais dedicados a homossexuais vítimas do nazismo começaram a aparecer, chamando a atenção para a questão. Em sua obra, o autor também aborda esses desdobramentos. Ele conta também suas impressões ao visitar alguns dos lugares citado no livro, em 2010 e 2011. “Como um homem gay nascido nos anos 1950 e tendo vivido a revolução sexual, achei difícil compreender os horrores sofridos por homens apenas por causa de sua sexualidade”, escreve ele.

Coleção
Vencedor do Prêmio Canadian Jewish Book – Literatura sobre o Holocausto (2014) e recomendado como melhor livro para crianças e adolescentes (estrelado) pelo Centro Canadense do Livro para Crianças, entre outros prêmios e menções, Marcados pelo Triângulo Rosa integra a série Relatos de Guerra, da Melhoramentos, composta por livros de ficção histórica que apresentam uma oportunidade lúdica de compreender um pouco mais o passado de um povo.

Ficha técnica:
Obra: Marcados pelo Triangulo Rosa
Autor: Ken Setterington
Formato: 17 x 24 cm
Número de páginas: 136
ISBN: 978-85-06-07283-7 R$ 53,00

Sobre a Editora Melhoramentos
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