Prêmio Monteiro Lobato de literatura infantil vai seguir Prêmio Camões e dar 100 mil euros

DO TEXTO:
Monteiro Lobato com alguns de seus personagens do "Sítio do Picapau Amarelo"

POR BRUNO MOLINERO

Foram acertados nesta sexta-feira (5) os detalhes do novo Prêmio Monteiro Lobato, para autores de literatura infantojuvenil. O reconhecimento foi criado pelo governo brasileiro e de Portugal neste ano.

Em reunião que aconteceu em Salvador (BA) entre representantes do Ministério da Cultura dos dois países, ficou decidido que a nova premiação seguirá regras parecidas às do prêmio Camões, considerado a principal distinção literária em língua portuguesa –inclusive no que se refere à premiação: € 100 mil (cerca de R$ 350 mil) serão entregues aos vencedores.

A diferença é que o Prêmio Monteiro Lobato terá duas categorias: texto e ilustração. Os € 100 mil serão divididos entre os dois escolhidos. Outra mudança é que os vencedores serão anunciados a cada dois anos, enquanto o Camões é entregue anualmente.

“A ilustração é algo muito importante para o livro infantil. Ter duas categorias expande o universo da premiação”, afirma Helena Severo, presidente da Biblioteca Nacional. Assim como acontece com o Camões, a Biblioteca será a instituição ligada ao MinC que participará da organização.

Outra semelhança é que o valor pago será dividido pelos governos de Brasil e Portugal. Segundo Severo, na primeira edição, cuja cerimônia deve acontecer em 2018, apenas autores dos dois países poderão se inscrever. Ainda não há data para o lançamento do edital nem previsão de quando escritores nascidos em outros países de língua portuguesa poderão se candidatar.

“A literatura infantojuvenil é um segmento em crescimento tanto no Brasil quanto em Portugal. É ela que forma leitores. Ainda não existia um prêmio desse tamanho em língua portuguesa. O Monteiro Lobato vem preencher essa lacuna”, afirma Severo.

A escolha do nome é uma maneira de agradar brasileiros, já que o poeta português foi escolhido como o patrono da outra distinção. “Acho justo, agora ficamos combinados”, diz a presidente da Biblioteca.

O Camões, instituído em 1988 em acordo entre Brasil e Portugal, teve o brasileiro Raduan Nassar como o último vencedor. A premiação, que aconteceu em fevereiro em São Paulo, ficou marcada pelo discurso contundente do escritor contra o governo de Michel Temer e pelas críticas do ministro Roberto Freire feitas a Nassar.


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