Fazendo que a Inteligência Artificial funcione para todos

DO TEXTO:
Fotocomposição Portal Splish Splash

Por: Sundar Pichai, CEO do Google

Estou no Google há 13 anos e é notável como a missão fundadora da empresa de tornar a informação universalmente acessível e útil ainda é tão relevante hoje como no dia que comecei no Google. Desde o início, procuramos resolver problemas complexos por meio da ciência da computação e de insights, mesmo quando a tecnologia disponível nos força à uma mudança dramática.

Os problemas mais complexos são normalmente os que mais afetam o cotidiano das pessoas e é emocionante ver quantas pessoas fazem do Google uma parte fundamental do seu dia a dia. Acabamos de passar a marca de dois bilhões de dispositivos Android ativos por mês; o YouTube não tem apenas um bilhão de usuários, mas também um bilhão de horas de visualização todos os dias; e as pessoas usam o Google Maps para navegar por um bilhão de quilômetros todos os dias. Este crescimento seria impensável sem a mudança da computação para o mobile, que nos fez repensar todos os nossos produtos para refletir em novos modelos de interação, como as telas multi-touch.

Atualmente, estamos vivendo uma nova mudança na computação: o movimento de um mundo "mobile-first" para "AI-first", no qual, a inteligência artificial (tradução para a sigla em inglês) tem um papel central. E, como antes, isso está nos forçando a reimaginar os nossos produtos para uma forma mais natural e integrada de interagir com a tecnologia. Pense na Busca do Google: ela foi construída com base na nossa capacidade de compreender textos em sites. Mas, agora, graças aos avanços em deep learning, somos capazes de fazer com que imagens, fotos e vídeos sejam úteis de uma maneira que não eram antes. Sua câmera pode “enxergar”; você pode falar com o seu telefone e receber respostas— voz e visão estão se tornando tão importantes para a computação como o teclado e as telas multi-touch.

O Assistente do Google é um exemplo poderoso desses avanços. Ele já alcançou 100 milhões de dispositivos e está se tornando mais útil a cada dia. Podemos distinguir entre diferentes vozes no Google Home, oferecendo uma experiência mais personalizada à medida que as pessoas interagem com os seus dispositivos. Agora, também estamos em condição de transformar a câmera do smartphone em uma ferramenta que pode ajudar na realização de outras atividades, além de tirar fotos, claro. O Google Lens é um conjunto de recursos de computação baseados em visão que podem entender o que você está olhando e ajudá-lo a realizar tarefas com base nessa informação. Se você se enfiou embaixo da mesa de um amigo para ver uma longa e complicada senha de Wi-Fi na parte traseira do roteador, seu telefone agora pode reconhecer a senha, ver que você está tentando fazer login em uma rede Wi-FI e automaticamente fazer a conexão para você. O principal é que você não precisa aprender nada de novo para que isso funcione - a interface e a experiência podem ser muito mais intuitivas do que, por exemplo, copiar e colar entre aplicativos em um smartphone. Primeiro, vamos trazer recursos do Google Lens para o Assistente e o Google Fotos, e você pode esperar que eles cheguem em outros produtos também.

[Alerta, coisas geeky adiante!!!]

Tudo isso exige a arquitetura computacional certa. No último I/O, anunciamos a primeira geração dos nossos TPUs, que nos permite executar nossos algoritmos de machine learning mais rápido e com mais eficiência. Hoje, estamos anunciando nossa próxima geração de TPUs: Cloud TPUs, que são otimizados para inferência e treinamento e podem processar MUITA informação. Traremos o Cloud TPUs para o Google Compute Engine, para que empresas e desenvolvedores possam aproveitá-lo.

Para nós, é importante fazer com que essas tecnologias funcionem da melhor forma para todos, não apenas para os usuários dos produtos do Google. Acreditamos que grandes avanços em problemas sociais complexos serão possíveis se cientistas e engenheiros puderem ter melhores e mais poderosas ferramentas de computação e pesquisa em mãos. Mas, atualmente, há muitas barreiras para que isso aconteça.

Esta é a motivação por trás do Google.ai, que traz todos os nossas iniciativas de Inteligência Artificial (IA) para dentro de um grupo que pode acelerar como pesquisadores, desenvolvedores e empresas que trabalham neste campo.

Esperamos tornar a IA mais acessível ao simplificar a criação de modelos de machine learning chamados de redes neurais. Hoje, criar redes neurais demanda muito tempo e requer uma expertise que limita seu uso a uma parcela reduzida da comunidade de cientistas e engenheiros. Por este motivo, criamos uma abordagem chamada AutoML, possibilitando que redes neurais criem outras redes neurais.

Esperamos que o AutoML torne mais acessível um recurso que apenas poucos PhDs têm hoje e torne possível que, nos próximos três a cinco anos, centenas de milhares de desenvolvedores criem redes neurais para atender suas necessidades específicas.

Além disso, o Google.ai tem desenvolvido parcerias entre pesquisadores do Google e cientistas e desenvolvedores para resolver problemas de uma vasta gama de disciplinas, com resultados promissores. Usamos ML para melhorar o algoritmo que detecta a propagação do câncer de mama para os gânglios linfáticos adjacentes. Também vimos a IA dar saltos no tempo e exatidão com que os pesquisadores podem descobrir as propriedades das moléculas e até mesmo a sequência do genoma humano.

Esta mudança não é apenas sobre construir dispositivos futuristas ou pesquisas científicas de vanguarda. Também pensamos que pode ajudar milhões de pessoas na atualidade democratizando o acesso à informação e a busca de novas oportunidades. Quase metade dos empregadores dos EUA diz que ainda tem problemas para preencher vagas disponíveis no mercado. Enquanto isso, quem está procurando emprego geralmente não sabe que existe uma vaga aberta do seu lado, pois a natureza das postagens de emprego - alta rotatividade, baixo tráfego, inconsistência nos cargos de trabalho - tornaram difícil a classificação pelos motores de busca. Por meio de uma nova iniciativa, o Google for Jobs, esperamos conectar empresas com potenciais funcionários e ajudar os candidatos a encontrar novas oportunidades. Como parte deste esforço, nas próximas semanas, vamos lançar um novo recurso na Busca, que ajuda as pessoas a procurar empregos por experiência e por níveis salariais, incluindo trabalhos que tradicionalmente têm sido muito mais difíceis de pesquisar e classificar, como varejo e serviços.

É inspirador ver como a inteligência artificial está começando a dar resultados que as pessoas realmente podem vivenciar. Há ainda um longo caminho a percorrer antes de sermos realmente um mundo AI-first, mas quanto mais trabalhamos para democratizar o acesso à tecnologia, tanto em termos das ferramentas que podem ser usadas como a forma de aplicá-las, o mais cedo possível as pessoas serão beneficiadas.

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