Show de Roberto Carlos em Londrina

DO TEXTO:
Fábio Luporini
Não se pode negar. Roberto Carlos é realmente carismático. E atraiu alguns milhares de fãs e admiradores, inegavelmente em sua maioria mulheres dos 50 anos para cima, ao show que fez na última quinta-feira (9) no Ginásio de Esportes Moringão, em Londrina. Fez um show redondinho, daquele jeito que se assiste pela televisão anualmente no Especial RC da TV Globo, com o repertório já conhecido, mas ao vivo. Coisa que todo bom apreciador da música brasileira deve fazer: não se pode morrer sem assistir a uma apresentação do rei.

Ao entrar, o maestro Eduardo Lages anuncia o show com um pout-porri com algumas das canções que serão tocadas pelo rei. A plateia já delira. Logo, Roberto Carlos entra ao palco. Entre a apresentação e os agradecimentos, o cantor diz: “Quero dizer uma coisa para vocês...” e canta: “Quando eu estou aqui...”. Aplausos. “Que prazer por estar mais uma vez em Londrina, no Moringão”, diz. “Quero dizer muitas coisas no meu show, mas meu negócio é cantar, não falar. Então vou cantar o que sinto”, anuncia Roberto Carlos.

Do jeitinho que faz na tv, Roberto Carlos encanta público em Londrina
Daí por diante, o rei apresenta sucessos da carreira: Como vai você?, Além do horizonte, Detalhes, Lady Laura, Nossa Senhora, Calhambeque, Eu te amo, te amo, te amo, Negro gato, É proibido fumar, Esse cara sou eu, Como é grande o meu amor por você e, entre outras, por fim Jesus Cristo. Em todas as interpretações, os característicos suspiros, “bicho” e o jeito de segurar o pedestal com o microfone. Terno azul e camisa branca, aliás, para “assanhar” o público feminino, fã há mais tempo.
Em Detalhes, Roberto Carlos entoa à capela acompanhado de uns acordes dele mesmo no violão. Já em Eu te amo, te amo, te amo e Mulher pequena, o rei apresenta arranjos novos, mais modernos e acelerados. “Eu acho que sou jovem o suficiente para encarar essa parada”, brinca.  Mas, a mulherada ficou assanhada mesmo quando o rei contou que um dia sentiu a necessidade de falar de coisas além do amor. “Um dia eu decidi que nas canções de amor que eu fazia faltava algo mais. Eram simples e de certa forma inocentes, embora eu nunca tivesse sido inocente na vida”, provoca.

O próprio cantor justifica: “Naquela época não se podia falar certas coisas. Então eu decidi que falta falar de sexo.” Pronto: as fãs “enlouqueceram”. “Gostei da reação, me sinto mais à vontade para falar disso”, brinca. “É que sexo e amor são duas coisas que andam juntas, mas separadas vão bem também. As três melhores coisas da vida são: sexo com amor, em primeiro lugar, sexo em segundo e sorvete em terceiro”, conta. Risos e aplausos.

Foi desse jeito simples e carismático que Roberto Carlos se apresentou ao público londrinense, talvez pela última vez na carreira? Aos 75 anos e há 11 sem se apresentar em Londrina, pode ser que o cantor não volte mais à cidade. Mas, se voltar, será outra oportunidade de vê-lo cantar o que todo ano ele canta e do jeito que todo mundo já conhece. E, apesar das críticas que se fazem à carreira e ao próprio cantor, não se pode morrer sem vê-lo cantar ao vivo o que se o vê cantar pela tevê.

Eu, particularmente, já assisti a um show do tremendão Erasmo Carlos, alguns anos atrás no Festival Internacional de Londrina (Filo). Ontem, foi a vez do Roberto Carlos. Falta Vanderleia para completar o trio. E – quem sabe? – relembrar os tempos da Jovem Guarda e assistir no palco os três juntos? Quem sabe...


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