Crónica de ficção - Aí vamos nós!

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Por: Carlos Alberto Alves
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Lembrei-me de um amigo meu, ora radicado nos Estados Unidos da América do Norte, que um dia se meteu em uma aventura, colocando-se no trem de um avião que o conduziu à Venezuela. Porém, ao chegar ao aeroporto de Caracas foi apanhado e consequentemente com bilhete de passagem de volta. Nem saiu do aeroporto.

Ora, estava ao telefone com meu companheiro “Zé da Pipa” e tive uma ideia, quiçá brilhante (...) para nos introduzirmos nesta quarta – feira no navio escolhido para a décima – segunda edição do Cruzeiro Emoções em Alto Mar. O “Zé da Pipa” esfregou as mãos de contentamento e marcamos um encontro para quarta – feira no terminal do cais de Santos. Tudo foi bem pensado, ou seja, passarmos por bagageiros. Um levava as malas da Lilian Rocha e o outro da Regina Márcia Leite, habituais presenças no evento promovido pela empresa do rei Roberto Carlos. Ponto assente que assim seria, mas (há sempre um) e se fossemos apanhados dentro do navio, como iriamos descalçar a bota? Como ideias é coisa que não nos falta (dois génios juntos, o terceiro está na Maia – Porto), o melhor seria que, depois do navio sair de Santos, a meia viagem lançarmos um SOS ao comandante dizendo que éramos bagageiros e que, na qualidade de grandes fãs do rei Roberto Carlos, seria o concretizar de um sonho. Também com a lição bem estudada, diríamos ao comandante que podia comprovar o que alegamos, fazendo uma ligação para o administrador do Porto Splish Splash (o outro génio) que, por sua vez, contatava o maestro Eduardo Lages que, sendo seu grande amigo e parceiro do Roberto Carlos há mais de seis lustros, desbloqueava a situação e nós continuaríamos a viagem, bem comidos, bem bebidos, e com os olhos postos nas coisas lindas que por lá desfilavam. Só não podíamos fazer isso em relação à Lilian Rocha e à Regina Márcia, visto que foram elas que nos entregaram as suas malas para que conseguíssemos entrar no navio.


Acabou o sonho. O nosso navio afundou. E eu e o “Zé da Pipa”, sem coletes de salvação, ficamos à mercê os tubarões. Tubarões? Aqui-del-rei. Não queremos ser mais bagageiros.  

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