Tremendão’ aposta no lado B

DO TEXTO:


Não vai ter “Sentado à Beira do Caminho” nem “Gatinha Manhosa”. “Não adianta pedir que eu não vou tocar”, brinca o “Tremendão”, dizendo que está igual ao Ed Motta na polêmica em torno de não tocar a música “Manuel”. “Só que, em vez de avisar para não pedirem, quero deixar claro que não toco”, diverte-se.

 Mas Erasmo Carlos tem um bom motivo para a súbita “fama de mau”. É que o show que chega a BH dia 5/9, no Teatro Bradesco, é pautado em seu recém-lançado CD/DVD “Meus Lados B”. No projeto, ele reúne 23 canções não tão conhecidas do grande público, mas não menos importantes, que fazem parte de uma trajetória que soma 54 anos. “Canto (no novo projeto) aquelas músicas que gosto e não tenho muita oportunidade de mostrar”, salienta o músico.

 Tudo começou em janeiro desse ano, quando Erasmo foi convidado pelo produtor André Midani para fazer o show “Inusitado”, e decidiu cantar seu lado B. “Deu tão certo que meu filho Leo deu a ideia de registrar em DVD. E assim fizemos”, conta.

 Com um ar bem intimista, no DVD (gravado ao vivo em São Paulo), Erasmo repassa episódios marcantes de sua vida, como o casamento com Narinha nos anos 1970. “E conto curiosidades sobre as músicas. Até faço algumas piadinhas, dependendo do público e do clima da noite”.

 Presentes

 No set list, canções como “Maria Joana” e “O Comilão”, que foram proibidas pelo governo em 1972; “Mané João”, que traz uma mistura de ritmos; e “Grilos”, gravada recentemente por Marina Machado e Samuel Rosa. Entraram também alguns presentes que o cantor ganhou ao longo da carreira, de nomes como Belchior (“Paralelas”), Caetano Veloso (“De Noite na Cama”), Gilberto Gil (“Queremos Saber”), Taiguara (“Dois Animais na Selva Suja”) e Gonzaguinha (“Nunca Pare de Sonhar”).

 “É sempre bonito resgatar canções que foram censuradas, pois mexe com a gente. São momentos particulares da minha vida que não cantava há muito tempo. É uma emoção boa”.

 Aos 74 anos, ele diz não pensar em parar e se sente bem no palco. “Canto até samba. Um lado meu que muitos não conhecem. É empolgante”, afirma.

 Vida longa

 Sobre sua música chamar atenção de um público jovem, Erasmo comemora. “É resultado do meu trabalho atual. Das novas composições. Pois as antigas atraem um público mais velho”, considera ele, que está focado na divulgação do novo disco e também em sua apresentação no Rock in Rio. Serão dois shows – um com o Skank e outro com o Ultraje a Rigor. “Fiquei muito feliz com o convite. Isso mostra que permaneço atual”, analisa.

 Quanto ao que é produzido por novos nomes do rock, o “Tremendão” diz não se surpreender muito. “Existem novas e boas bandas, mas elas não trazem muitas novidades. Secos & Molhados e Mutantes, é difícil aparecer novamente”. 

 “Pode não ser o meu melhor show, mas é o que estou mais feliz de fazer. Nele, resgato canções que mostram a minha verdade. São54 anos de estrada, imagina quantos lados B existem na minha vida”

 “Erasmo Carlos – Meus Lados B”. Dia 5/9, sábado, às 21h, no Teatro Bradesco (Rua da Bahia, 2244). R$80 e R$ 40 (meia)

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