Um baile à “far west”

DO TEXTO:





Por: Carlos Alberto Alves
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Depois de tomar o gosto, o mesmo que dizer transformar-me num autêntico fã, sempre que possível em Lisboa e zonas limítrofes acompanhava o Conjunto Académico João Paulo e inclusive quando passou a denominar-se por João Paulo 70, com a inclusão de uma cantora (sul-africana) e um sax (belga). Algumas noites muito agradáveis passei com amigos ao som deste conjunto de origem madeirense e que fez furor quando veio actuar por largo tempo em Portugal Continental.


Numa daquelas noites em que o stress se apoderou porque o dia foi aborrecido (na tropa dizíamos “dia cão”), decidi, na companhia de mais três colegas de profissão, ir a um baile a uma das universidades da capital (Universidade Católica? Essa talvez não). Lotação esgotada, mas sempre fomos entrando com a nossa identificação de PRESS. Óbvio que foi um de cada vez, espaçados por uns 10 minutos, sensivelmente. O porteiro deve ter pensado: “eles hoje vieram em peso”. Estávamos, sim, depois do “dia cão”, a precisar de peso, ou seja, tomar umas cervejinhas e um pé de dança, se isso fosse possível. Claro que não foi. Abancamos numa mesa e por ali ficamos na miragem. E sabem quem abrilhantava o baile? Claro que o Conjunto João Paulo 70. Um autêntico “show”.

O baile estava bastante divertido (belas ancas por ali), mas, a dada altura, um grupo de estudantes africanos envolveu-se numa agressiva desordem, com socos e pontapés por todos os lados. À nossa mesa nada chegou, porque nos reservaram um lugar calmo, não de VIP, mas por lá perto. Tem alturas que é bom ser-se jornalista. Enquanto que os africanos se “degladiavam”, a música continuava como nada se passasse. No palco, a cantora sul-africana até imitava com gestos de boxer a pancadaria que sucedia num dos cantos do amplo salão. Mas, depois que a polícia chegou tudo voltou à normalidade e algumas prisões foram feitas. No momento que a polícia chegou para intervir, até “glosei” com a situação, dizendo a um colega, vamos todos presos e amanhã somos nós as manchetes dos jornais. Claro que a polícia não se atrevia a tanto. Afinal, somos ou não o QUARTO PODER?




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