Daniel quer conhecer o “Zé da Pipa”

DO TEXTO:



Por: Carlos Alberto Alves
Portal Splish Splash


Daniel é um menino de cinco anos com quem me cruzo todos os dias na hora em que ele vai para o colégio, também bem pertinho de casa. Quase sempre é acompanhado pela avó materna e no regresso pelo avô. É um menino desinibido (até de mais), traquinas como tudo, ou não fosse ele flamenguista. Não gosta do Vasco, mas, paradoxal que possa parecer, tem uma bola (uma das muitas) com o emblema da Cruz de Malta. Diz que foi oferecida no dia do seu niver e, como tal, guarda como “relíquia”.

Daniel, sempre que possível, está junto da avó na internet, avó essa que visita regularmente o Portal Splish Splash, o mesmo acontecendo, aos fins-de-semana, com a mãe do Daniel, uma loira toda virada para o modernismo, quiçá fazendo parte daquele grupo que gosta muito de dar nas vistas. Cada qual gosta do que gosta, mas nem por isso a dita senhora (que nem sei o nome) deixa de ser simpática quando o filho se cruza comigo e pretende dois dedos de conversa.

Há dias, todo folgazão, virou-se para mim: “sabes, cara, eu vi fotos tuas no Splish Splash, aquela página do Roberto Carlos”. Rapidamente, expliquei ao Daniel a essência do Portal e não de uma página como ele interpretou. “Sim senhor”, retorquiu. Mas queria saber mais alguma coisa, apesar do tempo já ser curto para ir para o colégio e a mãe estar preocupada porque, segundo me disse, ele é muito teimoso. Então, o Daniel, desenrolando o fio da conversa, saiu-se com esta, sempre me tratando por tu, o que até acho interessante: “eu tenho uma pipa, mas gostava de conhecer esse tal ‘Zé da Pipa”, porque segundo sei ele também gosta muito de brincar com uma pipa, apesar de já ter uma idade avançada. Só tenho pena que essa pipa tenha o emblema dos vascaínos”. Tive mesmo que responder ao Daniel, elucidando o menino que é difícil encontrar o “Zé da Pipa”, nunca sabendo o seu paradeiro certo. Mas sempre fui adiantando que ele não perde nada se não conhecer o “Zé da Pipa”. Como as crianças são inteligentes, o Daniel colocou-me numa séria situação: “então por qual o motivo que és amigo dele?”. Sou amigo dele porque ele tem utilidade, isto é, procura saber fofocas do Roberto Carlos para eu escrever sobre o Rei. Com um gesto de sim com a cabeça, Daniel ficou mesmo convencido, mas, também, voltou à carga, desta feita, em relação ao Rei: “o Roberto Carlos é casado?”. Disse-lhe que agora não, mas que já foi casado algumas vezes, tendo viuvado na maioria. Mas, para que ele não voltasse com mais perguntas, sempre fui dizendo que, brevemente, o Rei pode casar de novo, porque, ao que parece, aguarda uma resposta concreta de uma tal Paula Fernandes. Daniel, engraçado, atalhou: “que sejam felizes!”. E lá foi para o colégio, alegre e sorridente.

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