Café Peter uma referência mundial

DO TEXTO:



Por: Carlos Alberto Alves
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Tinha que escrever sobre o Café Peter. Ai que saudades, ai, ai. A notícia chegou-me através do meu grande amigo, Manuel Tibério Goulart Lino, residente na cidade da Horta. Ele que tem conhecimento do tempo em que freqüentava o Café Peter e, também, a amizade para com a família Azevedo, desde o primeiro dia em que me desloquei à cidade da Horta para realizar uma reportagem. A partir daí, passei a ser um “habitué”.

O Peter Café Sport, na Horta, foi eleito o melhor bar do mundo para navegadores, numa competição que pretende criar uma rede de pontos de referência para os marinheiros nas suas viagens pelo mundo. Nesta primeira edição da iniciativa, o Peter - como é vulgarmente conhecido - conquistou o primeiro lugar, deixando em segundo o Royal Hong Kong Yacht Club, enquanto a terceira posição foi conquistada pelo IYAC, em Newport (EUA) – conheci esta cidade. Lá estive duas vezes e, inclusivamente, escrevi sobre Newport, citando, nomeadamente, o facto do Presidente dos Estados Unidos, John Kennedy, passar ali as suas férias. Aliás, ao que apurei, a família Kennedy mantém lá essa moradia, muito visitadas pelos turistas que ali se deslocam.

Na lista dos 10 melhores bares do mundo para navegadores encontram-se ainda locais em St. Barts, nas Ilhas Virgens Britânicas e nas Bermudas. A votação do melhor bar do mundo para navegadores foi divulgada pela revista “Scuttlebutt Europe”.

O Peter é uma referência para os velejadores de todo o mundo, que fazem deste bar um ponto de encontro e de troca de mensagens nas suas viagens tendo iniciado a sua atividade há 91 anos.
O bar está localizado nas imediações da Marina da Horta, a quarta mais visitada do mundo por embarcações de navegação ao largo, que recebe anualmente cerca de 1.200 embarcações.

A localização da marina da Horta, com 300 pontos de amarração, oferece abrigo contra ventos de todas as direções, o que a torna uma escala quase obrigatória para os veleiros que viajam entre as Caraíbas e o Mediterrâneo. O concurso do melhor bar do mundo para navegadores, que se realizou pela primeira vez, é uma iniciativa da “Wight Vodka”, que já anunciou a intenção de passar a realizar a votação todos os anos, com o objetivo de definir pontos de referência para os navegadores que cruzam os mares.

Motivo de orgulho - José Henrique Azevedo, neto do fundador do Peter, considera que a distinção que o bar da Horta mereceu pelos navegadores de todo mundo “é um motivo de orgulho” e comprova que o mesmo continua a desempenhar uma função “muito importante” no apoio aos que escalam a Horta.

Apesar dos avanços da tecnologia no que se refere às comunicações, José Henrique Azevedo assegura que o Peter continua a receber correspondência e a prestar todo o tipo de apoio a quem cruza os oceanos.

NOTA FINAL – No tempo em que fui treinador de futebol na Horta, passava os meus tempos livres na Marina junto dos velejadores, em amenas cavaqueiras que, inclusive, contribuíram para o meu próprio desenvolvimento jornalístico. No entanto, não me lembro de ter encontrado por ali algum velejador brasileiro, mas, no entanto, reza a história, em função dos registros que constam no Café Sport, que brasileiros aportaram a Horta, concretamente a Marina daquela cidade, a mais procurada nos Açores pela sua localização. E mais: o Café Peter (conheci o pai, o filho e agora o neto, antes de vir para o Brasil) sempre foi um chamariz. Diziam (e ainda dizem claro) os velejadores que ali recebiam um grande carinho e apoio da família Azevedo, vulgarmente conhecidos por Peter. O Café Peter também funcionava como um correio, uma vez que toda a correspondência seguia para o endereço do café. Recordo que existia no balcão uma caixa com as cartas que chegavam. Os velejadores tomavam a iniciativa de receber a sua própria correspondência. Nesse sentido, existia uma grande lealdade entre todos.







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