Fábrica de aviões no Canadá

DO TEXTO:




Por: Carlos Alberto Alves
jornalistaalves@hotmail.com
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Na minha primeira viagem ao Canadá, remonta a 1977 e também dividida em tempo de permanência com os Estados Unidos, encontrei, em Toronto, vários amigos de infância, desde há muito radicados na Província do Ontário. Velhos amigos que, nas viagens subseqüentes (para o Canadá foram quatro e para os Estados Unidos sete), estiveram sempre presentes para que, efectivamente, nada me faltasse em termos de apoios, sobretudo transportes para me deslocar aos locais agendados para as reportagens. Inclusive, alguns deles,
 

conhecendo o meu estilo jornalístico quando saia para o estrangeiro, empenharam-se para que eu visitasse as suas empresas, nomeadamente fábricas. Ora, fazendo das tripas coração para aceder a todos os convites que me foram endereçados no sentido apontado, acabei, numa bela tarde, por visitar uma fábrica de aviões onde trabalhava João Brasil, antigo relojoeiro na minha terra e que, seguindo as pegadas dos outros irmãos, emigrou para o Canadá na companhia da esposa e dos dois filhos (um casal), mocinhos que eu adorava quando estavam juntos com o pai na relojoaria, situada na principal artéria da cidade de Angra do Heroísmo. Óbvio que fui encontrar o filho já casado e a filha por lá perto. O tempo correu célere. Na fábrica de aviões, foi o próprio João Brasil que serviu de cicerone, apresentando-me aos patrões e chefes de serviço. Uma enorme fábrica, localizada numa zona limítrofe de Toronto. Adorei todas as explicações, desde a fabricação das peças até se chegar à montagem do avião, naquele caso um bi-motor. Um dos patrões, em tom de brincadeira, até me propôs a venda de uma avioneta para eu utilizar nas minhas reportagens em Portugal. Respondi-lhe, também ironicamente, que os motoristas do jornal não estavam preparados para dirigir um avião. Foi, ao cabo, uma tarde bem passada. Quando retornei ao hotel, pedi na recepção uma caixa de fósforos e, no quarto, tentei “fabricar” um avião com aqueles pauzinhos. Não consegui. Sabem porquê? Faltaram peças e, sobretudo, mais imaginação. Uma das asas do suposto aviãozinho ficou maior do que a outra. Assim não dava para decolar...

Nota final – Nessa altura não se pensava, longe disso, que o King Roberto Carlos iria possuir um jatinho. Nessa altura, também, e muito embora já fosse um “robertocarlístico”, não sonhava que muito iria escrever sobre o maior cantor da América latina. Se agora adicionasse este passado ao presente, por certo que aconselharia o King a comprar um jatinho naquela fábrica que visitei em Toronto. Estou certo que os donos da fábrica teriam uma gentileza para com Roberto Carlos. Esta: “toma lá de oferta este jatinho, mas leva o portuga contigo”.

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