Emoções, a incorporadora do Rei, investirá R$ 1 bi em quatro anos

DO TEXTO:

Para materializar o sonho de ser arquiteto, cantor Roberto Carlos lançará condomínios com ruas batizadas com nomes de músicas suas

 
Você já imaginou morar em um condomínio com ruas, praças e até uma escola batizadas com nomes de músicas do cantor Roberto Carlos? Pois saiba que as ruas Detalhes, Calhambeque ou Amigo estão perto de sair do papel e estampar as placas dos condomínios da incorporadora Emoções, lançada pelo Rei e por outros três empresários neste ano. Apesar de o nome emotivo, a novata entra no mercado com um plano agressivo de investimentos: R$ 1 bilhão, em quatro anos.


A ideia de criar uma incorporadora foi do próprio Roberto Carlos. Além de administrar sua carreira artística, o músico é dono de negócios no ramo de turismo, alimentos e agropecuário, mas sempre manifestou o desejo de investir no setor imobiliário. “Ele dizia que se não fosse cantor, queria ser arquiteto”, afirma Jaime Sirena, um dos sócios da Emoções.

Os amigos e conselheiros de negócios de Roberto não levaram o desejo a sério e pensavam que ele desistiria do sonho. Mas, no decorrer dos anos, o cantor continuou a insistir em lançar empreendimentos com “a sua cara”. Há dois anos, ele convenceu seu amigo Ubirajara Guimarães, seu empresário, Dody Sirena, e o irmão dele, Jaime Sirena, a desenvolver o projeto.


Sem experiência no ramo imobiliário, os sócios de Roberto aceitaram o desafio de criar uma empresa “à altura do ‘Rei’”. “Ele tem uma imagem a zelar e, por isso, temos que fazer algo bem feito”, afirma Jaime Sirena, que concedeu entrevista ao iG em uma sala com cerca de 15 discos de ouro de Roberto Carlos pendurados na parede, no escritório de Dody, seu irmão e sócio.

Emoções e Horizonte

No plano inicial, a Emoções entraria no mercado para construir condomínios de casas em todo o Brasil para famílias da classe A/B, começando pela Grande São Paulo. Mas, em poucos meses de vida, foi preciso rever esse foco. Os empresários se depararam com a escassez de terrenos para os empreendimentos e com restrições ambientais nas áreas. Por outro lado, surgiram oportunidades de projetos verticais, em parcerias com outras incorporadoras.


Assim, a incorporadora definiu que fará tanto conjuntos de casas, sempre batizados de Condomínio Emoções, quanto prédios, que levarão o nome de Horizonte, em homenagem ao sucesso “Além do Horizonte”.

O primeiro empreendimento será o Horizonte JK, prédio residencial e comercial na avenida Juscelino Kubitschek, em São Paulo, que será lançado em abril, em parceria com as incorporadoras AAM e Toledo Ferrari. O valor geral de vendas (VGV, a soma do preço de todas as unidades) será de R$ 300 milhões.
 
 
Antes mesmo de realizar seu primeiro lançamento, a empresa já desenvolve os próximos empreendimentos. Para viabilizar a construção do condomínio Emoções, a incorporadora negocia a compra de duas áreas na Grande São Paulo. A meta de Sirena é elaborar o projeto neste ano e fazer o lançamento no ano que vem. A estimativa é que o condomínio tenha 600 casas e movimente um volume de vendas entre R$ 200 milhões e R$ 300 milhões. A empresa também estuda novos negócios em Goiânia, Florianópolis, Porto Alegre e no Rio de Janeiro.

Empresário, sim; garoto-propaganda, não


Apesar de ter nome e projetos vinculados à imagem de Roberto Carlos, dono de 30% da empresa, a Emoções não usará o cantor como garoto-propaganda dos empreendimentos. “Seria uma exposição demasiada. Temos que cuidar para não confundir o artista e o empresário Roberto Carlos”, afirma Sirena.
Os lançamentos serão associados ao cantor, assim como diz a letra de um de seus maiores sucessos: “só nos detalhes”. No Horizonte JK, por exemplo, a fachada será em tons de azul, a cor preferida do cantor, e as perspectivas internas poderão ter imagens de um violão encostado na sala ou um CD de Roberto Carlos guardado na estante.


Como aconteceu com a escola campeã do Carnaval do Rio de Janeiro este ano, a Beija-Flor, a força do nome Roberto Carlos pode ajudar na divulgação dos empreendimentos. Porém, sua venda dependerá, evidentemente, da qualidade do projeto, afirma Ricardo Klein, gerente de marketing da consultoria de marcas Troiano. “Ninguém vai comprar uma casa só porque ela está em um condomínio do Roberto Carlos”, diz o consultor. Para ele, um projeto associado a Roberto Carlos irá criar um marketing espontâneo. Os clientes podem ter curiosidade em visitar o stand de vendas, o que, por si só, já representa uma oportunidade comercial.
 

Marina Gazzoni, iG São Paulo | 21/03/2011


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